quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Antecipar abono salarial pode ajudar classe média


O Estado de S. Paulo - 17/08/2011

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Proposta foi feita por subsecretário de Assuntos Estratégicos em seminário promovido pelo governo para discutir efeitos da crise no consumidor
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Marta Salomon
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O pesquisador perguntou à mulher que acabara de comprar uma moto nova em 36 prestações se ela sabia que podia comprar outra moto só com os juros do financiamento e por que não poupara para comprar à vista. A resposta: "Deve fazer muito tempo que você não anda de ônibus", ouviu o pesquisador do Data Popular, empresa que estuda o comportamento dos brasileiros emergentes.

A história foi contada em seminário do governo sobre a Nova Classe Média, na semana passada, que tratou de um contingente de 100 milhões de brasileiros, 30 milhões deles saídos da pobreza nos últimos oito anos, e que já representa a maior fatia do mercado de consumo no Brasil.

Essa parcela cresceu mesmo na crise de 2008 e movimentou o mercado interno quando o mercado externo encolhia, deixando o País menos vulnerável.

A primeira proposta de política pública para evitar que a nova classe média escorregue de volta à pobreza partiu de Ricardo Paes de Barros, subsecretário de Assuntos Estratégicos. Estão voltadas ao trabalhadores que ganham entre um e dois salários mínimos e que representam dois terços da nova classe média.

Ele defendeu antecipar o pagamento do abono salarial e do salário-família, junto com o salário do trabalhador. O valor seria equivalente a um ano de pagamento do benefício do Bolsa-Família. "O trabalhador recebe isso, mas nem percebe", disse Paes de Barros, que apresentou a proposta como uma forma de "imposto de renda negativo".

Risco ou ativo. Diante de uma nova crise - que o ministro Moreira Franco (Assuntos Estratégicos) chamou de "ambiente esquisito" e a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) classificou de "tempos duros", na abertura do seminário -, os palestrantes apontaram a nova classe média ora como ativo econômico, ora como risco para a inflação fugir ao controle ou as importações crescerem acima do desejável. O crescimento sustentável da classe média, concluíram, é desafio para as políticas públicas.

"O Brasil quer dar um passo maior do que as pernas, essa conta não fecha: vem o Banco Central e tira o barril de chope na hora em que a festa começa", provocou o economista Eduardo Giannetti, preocupado com o comportamento dos novos consumidores e com o atendimento de suas demandas.

O diretor de assuntos internacionais e de regulação do sistema financeiro do BC, Luiz Awazu Pereira, chamou a atenção para a necessidade de políticas de "suavização do patamar de consumo", para evitar que a busca por bens pela nossa classe média venha a ser atendida sobretudo por bens importados. Sugeriu um freio de arrumação.

"Tenho medo do ressentimento social se tudo isso implodir", comentou o também economista André Urani, presidente do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade, sublinhando o risco de parte da nova classe média voltar à pobreza por causa de medidas de contenção do consumo. Ficou entendido como classe média famílias com renda mensal entre R$ 1 mil e R$ 4 mil.

Márcio Holland, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, mais otimista, insistiu que o mais importante, agora, é manter a inflação sob controle, assim como a economia em crescimento e aprofundar a inclusão financeira, digital e de conhecimento da classe média.

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