sábado, 1 de outubro de 2011

Commodities têm maior recuo desde a crise de 2008


As cotações das commodities tiveram em setembro o pior desempenho desde outubro de 2008, ápice da crise financeira detonada pela quebra do banco Lehman Brothers. A nova crise que se desenha agora na zona do euro, que pode se transformar em nova crise bancária, a instabilidade dos mercados e a ameaça de recessão na Europa e EUA estão forçando uma correção de rumos que pode pôr fim a um ciclo exuberante de demanda aquecida e preços estratosféricos. Tudo dependerá em grande parte da China, a grande consumidora, e uma ampla pesquisa feita entre investidores pela Bloomberg apontou que a economia chinesa vai desacelerar nos próximos anos e avançar a um ritmo de 5%.
Segundo o Valor Data, os contratos futuros de segunda posição nas bolsas de Nova York e Chicago- geralmente os de maior liquidez - tiveram desvalorização em sete de dez commodities agrícolas monitoradas, se considerar-se a a cotação média do mês contra a média do mês anterior. Quando considerada a variação acumulada no mês, as perdas foram generalizadas, sendo que a maioria dos mercados agrícolas amargou recuos de dois dígitos. O grupo de commodities agrícolas do índice Dow Jones-UBS, que compõe uma cesta de produtos alimentícios negociados nas bolsas internacionais, apontou queda de 15,2% - a maior desde outubro de 2008.
De modo geral, os produtos agrícolas foram mais castigados que a média das commodities. Em setembro, o índice CRB, que acompanha também matérias-primas metálicas e energéticas, caiu 10,69%, o maior tombo desde outubro de 2008.
Os analistas divergem sobre a profundidade do ajuste. Alguns acham a situação melhor do que em 2008, pelo menos por enquanto, porque a alavancagem nos mercados era maior do que a atual e a possibilidade de um colapso no sistema financeiro era muito mais aguda. Outros enxergam no generalizado movimento baixista as marcas claras de um ajuste estrutural.
Segundo a Bloomberg, a maioria dos 1.031 investidores, analistas e traders consultados no mundo prevê que o crescimento da China vai desacelerar para menos de 5%. Para 42% dos entrevistados, a desaceleração ocorrerá dentro de um ano e para 47%, de dois a cinco anos. As commodities metálicas serão mais atingidas.
Fonte: Valor Econômico

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