quarta-feira, 4 de julho de 2012

Se os bancos reduzirem o spread, inadimplência cairá, diz mantega



Ministro da Fazendo disse entender que a inadimplência aumentou e que não é mais possível o crédito crescer mais com o mesmo ritmo que cresceu nos últimos anos

04 de julho de 2012 | 12h 50


Francisco Carlos de Assis e Gustavo Porto, da Agência Estado


SÃO PAULO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, aproveitou a presença do presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, no Seminário Econômico Fiesp-Lide, para mandar ao setor bancário uma firme mensagem dando conta de que os bancos precisam reduzir os spreads bancários. Cobrado pelos empresários, o ministro não deixou por menos e também fez cobranças.

"Concordo com o Setúbal de que o Brasil de hoje é resultado de um grande processo de reformas e que o crédito não tinha a solidez que tem hoje", ponderou Mantega. Mas ele ressaltou que esta solidez do crédito decorre de mudanças recentes como a Lei de Alienação Fiduciária, da introdução na economia do crédito consignado e do destravamento do crédito imobiliário, que cresce hoje no Brasil a taxas de 30% a 40%.

Mantega, se dirigindo a Setúbal, disse entender que a inadimplência aumentou e que não é mais possível o crédito crescer mais com o mesmo ritmo que cresceu nos últimos anos, saindo de 22% do PIB para os atuais cerca de 50% do PIB. "Estamos indo para os bons padrões de economias desenvolvidas", disse Mantega.

Porém, de acordo com ele, os bancos não devem reduzir as operações de concessão de crédito. "Os bancos são pró-cíclicos, mas têm de ser anticíclicos", disse Mantega. "Não é sair dando crédito 'a doidado', mas se reduzir o spread a inadimplência vai cair. Quero dizer, doutor Setúbal, que o spread bancário no Brasil é muito alto", cutucou Mantega.

"Vocês têm de ganhar no volume. Dá para fazer mais", disse Mantega ao presidente do Itaú Unibanco, referindo-se à redução do spread bancário. Ainda de acordo com Mantega, os bancos têm de buscar lucros por meio de aumento de produtividade e investimentos em tecnologia. "Cada um tem a sua responsabilidade, mas o setor financeiro também", disparou Mantega.

O ministro salientou, ainda, que o Brasil tem condições de entrar em um ciclo de crescimento de 5% em 2013 e 2014.

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