domingo, 21 de outubro de 2012

Obama já matou com drones 400% mais paquistaneses que W. Bush


Estudo feito pelas universidades de Nova Iorque e de Stanford concluiu que Obama já matou 2.163 pessoas no Paquistão. Assassinatos por drones no Iêmen e Somália não estão incluídos nesta pesquisa
A “democracia dos drones”, do Nobel da Paz Barack Obama,
já matou 2.163 pessoas no Paquistão, revelou estudo realizado com sobreviventes pelas universidades de Nova Iorque e de Stanford, sobre os ataques com as V-2 dos tempos modernos. Conforme descrito por um dos autores do estudo, James Cavallaro, os drones ficam sobrevoando vilarejos 24 horas por dia, “com seu zumbido onipresente”, prontos a disparar mísseis letais contra a população.
As V-2 foram um dos símbolos da opressão nazista, mas agora o governo dos EUA tenta passar os drones como instrumento legítimo para “combater terroristas”, quando age à margem da lei internacional, massacra civis e viola a soberania do Paquistão e de outros países em que opera com seus aviões teleguiados. O estudo recebeu o título de “Vivendo sob os drones”; 800 mil pessoas nas áreas tribais do Paquistão estão na mira. Os números dos assassinatos foram compilados pela organização inglesa The Bureau of Investigative Journalism, com base nos relatos publicados na imprensa.
Obama multiplicou por cinco os assassinatos cometidos com drones sob W. Bush; também tornou mais indiscriminada a matança. No lugar dos “ataques a personalidades”, típicos de W. Bush, em que a CIA atribuía alguma identidade ao alvo da execução sumária, Obama – sem deixar de lado as listas de marcados para morrer -, adotou a chacina “por assinatura”, em que um grupo supostamente “parecendo se comportar como terrorista” é atingido, sem que se saiba quem são. Segundo a mídia dos EUA, Obama se ocupa, semanalmente, de supervisionar a lista de assassinatos. O número de ataques foi multiplicado por seis.
Segundo o estudo, só 2% dos mortos poderiam ser considerados liderança “terrorista”, isto é, da resistência à ocupação do vizinho Afeganistão e à violação do Paquistão. 98% seriam civis ou integrantes “de baixo escalão” da resistência. A imensa maioria é de civis, pois, como no caso do Vietnã, onde cada camponês morto virava um perigoso vietcong, a CIA e o Pentágono inflam suas estatísticas de “terroristas mortos”.
Durante certo tempo, o governo dos EUA tentou atribuir aos seus ataques com drones uma inexistente “precisão cirúrgica”, quando um míssil Hellfire destrói tudo num raio de 15-20 m do alvo de acordo com o estudo. Para tornar a devastação maior, os drones realizam ataques múltiplos e inclusive buscam alvejar quem chega para socorrer as vítimas. Os mísseis ianques assassinam por esmagamento dos órgãos internos, por estilhaços e por incineração. Os sobreviventes sofrem queimaduras graves, ficam mutilados, surdos ou cegos. O arsenal de drones já chegou a 7 mil, operados pela CIA e Pentágono.

MULHERES E CRIANÇAS
Meninas colhendo lenha podem ser dadas, por psicopatas controlando os drones desde a Virgínia, como “terroristas plantando bombas improvisadas” e, como já ocorreu mais de uma vez, serem assassinadas a partir do alto. A primeira chacina de civis paquistaneses cometida por Obama foi no dia 23 de janeiro de 2009 – três dias depois da posse -, conforme o estudo, e desde então os massacres não pararam. Quanto pior fica a situação da ocupação do Afeganistão, mais histericamente o presidente dos EUA manda bombardear os civis.
Mas, como denunciou o relator especial da ONU para execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias em zonas de conflito, Christof Heyns, os ataques dos EUA com drones também estão matando no Iêmen e na Somália. Só no ataque a Abyan, sul do Iêmen, em dezembro de 2009, segundo o relator, 41 pessoas foram mortas, incluindo 14 mulheres e 21 crianças.

 
ANTONIO PIMENTA

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