domingo, 4 de novembro de 2012


“Os brasileiros não se sentem latino-americanos”
Em entrevista à Carta Maior, o escritor, dramaturgo e roteirista de cinema cubano Reinaldo Montero fala da influência da cultura brasileira sobre a literatura, música e cinema cubano e do desconhecimento que a maioria da população brasileira tem da cultura latinoamericana. Vencedor do Casa de las Américas e de vários outros prêmios em Cuba, Espanha e França, Montero também fala sobre a relação entre inspiração e transpiração no ato de escrever, sobre o impacto da internet e das redes sociais na literatura e na relação dos autores com críticos e público, e sobre o atual momento da vida cultural cubana.
Data: 02/11/2012
Porto Alegre - O desconhecimento que a maioria da população brasileira tem em relação à cultura latino-americana não chega a ser uma novidade. Mas ele fica mais gritante e absurdo quando referido por artistas e intelectuais de língua espanhola que tem grande conhecimento da cultura brasileira. Em 1986, o jovem escritor cubano Reinaldo Montero, vencedor do prêmio Casa de las Américas naquele ano com a novela Donjuanes, foi convidado para a Bienal do Livro em São Paulo. Quando chegou ao hotel, em São Paulo, viu em um mapa que estava muito perto da esquina da Ipiranga com a São João. “Eu saí do hotel e fui até à esquina da Ipiranga com São João, o que, naquele tempo, era muito perigoso. Esse é o exemplo vivo do conhecimento que há em Cuba sobre o Brasil. Não sei quantos brasileiros podem ir a Havana e fazer algo assim...,” comenta.

Convidado para participar da Feira do Livro de Porto Alegre, Montero concedeu entrevista à Carta Maior e falou sobre a influência da cultura brasileira na literatura, cinema e música cubana. Escritor, dramaturgo e roteirista de cinema, Reinaldo Montero foi publicado no Brasil pela Companhia das Letras (As afinidades, 1999). Na entrevista, realizada no Memorial do Rio Grande do Sul, ele também fala sobre a relação entre inspiração e transpiração no ato de escrever, sobre o impacto da internet e das redes sociais na literatura e na relação dos autores com críticos e público, e sobre o atual momento da vida cultural cubana. Ao final, aponta uma relação de escritores e dramaturgos, cujo trabalho ajuda a refletir sobre o atual estágio da civilização. Montero não é muito otimista: “Vivemos um momento adolescente como espécie. E tenho dúvida se vamos amadurecer algum dia”.

Além do Casa de las Américas, em 1986, Montero ganhou prêmios em Cuba, Espanha e França, já teve três roteiros filmados, várias peças encenadas e é autor de novelas, poesias e ensaios.

Há uma grande ignorância brasileira em relação à cultura da América hispânica, o que se aplica também ao caso da cultura cubana...

Reinaldo Montero: Sabe o que acontece? Os brasileiros, a maioria deles ao menos, não se sentem latino-americanos. Isso é muito curioso porque a influência do Brasil na América Latina e, em especial, em Cuba, é extraordinária. O conhecimento que há do Brasil em Cuba é enorme: o tropicalismo, o Cinema Novo, o primeiro título da coleção Casa de las Americas foi Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Essa influência é mais antiga ainda e chega até a música que vocês chamam de erudita. As Bachianas de Villa Lobos, em especial uma interpretação memorável que se fez da Bachiana nº 5, influenciaram o nacionalismo musical cubano, a música “culta”, como se diz em espanhol, nos anos 30 e 40. Depois, com o tropicalismo e o Cinema Novo, nos anos 50 e 60, poderia se dizer que a música brasileira era tão cubana quanto a cubana.

Eu vim para o Brasil pela primeira vez, em 1986, convidado pela Câmara do Livro de São Paulo, para a Bienal do Livro. Eu lembro que cheguei à noite e me levaram para o hotel. Quando cheguei na recepção do hotel vi num mapa da cidade que estava perto da Ipiranga com a São João. Ipiranga com São João? Alguma coisa acontece no meu coração...Eu saí do hotel e fui até à esquina da Ipiranga com São João, o que, naquele tempo, era muito perigoso. Esse é o exemplo vivo do conhecimento que há em Cuba sobre o Brasil. Não sei quantos brasileiros podem ir a Havana e fazer algo assim...

Pouquíssimos, certamente. E no seu trabalho como escritor, dramaturgo e ficcionista aparece essa influência também?

Nessa minha vinda ao Brasil em 1986 fiz minha primeira tentativa de ler português. Trazia comigo Grande Sertão Veredas e um parágrafo marcado para que meu amigo Humberto Werneck, jornalista da Isto É na época, me explicasse o significado. Neste parágrafo eu entendia todas as palavras isoladamente, mas não entendia nada. Perguntei a ele que respondeu: eu também não sei, quer que eu seja adivinho...Meu interesse pela literatura brasileira está baseado na Casa de las Americas que publicou no primeiro número de sua coleção latino-americana, nos anos 60, as Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Eu li o livro nos anos 70 e depois li outras histórias de Machado que foram publicadas um pouco mais tarde.
Depois li São Bernardo, que gostei muito mais do que Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Ou seja, desde o meu período de formação eu lia naturalmente autores brasileiros e, é claro, muitas outras coisas. Eu lia com uma fúria adolescente que evoco com nostalgia, com saudade, como diriam vocês. Também li a poesia de Drummond de Andrade e de Vinicius de Moraes. Um pouco mais tarde, chegou Clarice Lispector, sobretudo A paixão segundo GH, e, mais recentemente, Raduan Nassar. E todas essas leituras foram facilitadas pelas edições cubanas. Cabe lembrar também que na Casa de las Americas há um prêmio de literatura brasileira.

Quando é que você começou a escrever?

Comecei a escrever muito cedo, desde os 12 anos. Lamentavelmente não guardei esses contos. Depois, durante muito tempo, escrevi diários, que eu mesmo me encarregava de queimar, porque não gostava do resultado. Não me parecia nada interessante. Mas eu sou um escritor tardio. Meu primeiro livro foi Donjuanes, que ganhou o prêmio Casa de las Américas, em 1986. Eu já escrevia antes disso, é claro. Era inclusive poeta. Já não o sou, pois para ter a minha idade e ser poeta seria preciso ser sábio, o que não é o caso. Não seria tolerável um poeta como eu. Então, coloco a baliza para demarcar quando comecei a escrever a sério lá pelos anos de 1984, 1985. Em 1986, ganhei o prêmio Casa de las Américas e, a partir daí, começou minha caminhada.

E o seu trabalho acabou se ampliando também para os campos do teatro e do cinema. Como foi isso?

Eu comecei a escrever roteiros de cinema muito depois. E fiz isso porque recebi convites de diretores de cinema para que escrevesse roteiros. Três deles foram filmados [El encanto del regresso, Bajo presión e El vals de La Habana Vieja]. Também tive uma educação teatral muito importante. Fui assessor de diretores de teatro muito importantes em Cuba, como Vicente Revuelta, Berta Martinez, Raquel Revuelta, Abelardo Estorino. Trabalhar com esses diretores em uma mesa de preparação de obras foi uma verdadeira universidade. Aí comecei a aprender os rudimentos da dramaturgia, da história do teatro. Comecei a me preocupar com coisas que, até então, não estava preocupado. Antes de publicar a minha primeira novela, eu já escrevia roteiros. Todos somos, de alguma maneira, filhos do cinema. Nossas memórias mais antigas têm a ver com o cinema. Nos lembramos de uma sala de cinema quase como nos lembramos de nossas mães. Fiz o curso de Gabriel García Marquez sobre a redação de roteiros, que, na época, era de seis semanas, e que foi uma parte muito importante de minha formação também. Foram oportunidades que a vida me presenteou e eu creio que soube aproveitá-las.

No debate do qual participou na Feira do Livro de Porto Alegre, você defendeu que a contribuição da inspiração no trabalho de um escritor é muito pequena e que escrever é algo sério que exige um trabalho árduo. A inspiração é uma ilusão no trabalho de um escritor?

A falta de inspiração é a desculpa dos poetas e dos escritores preguiçosos. Eu creio que alguém possa ter momentos inspirados, que eu prefiro chamar de momentos de lucidez, mas esses momentos chegam quando você está trabalhando. Eu sempre ando com uma caneta e papel. Olha, o papel está em branco. Hoje ainda não me ocorreu nada. Mas a qualquer momento pode ocorrer algo. Esse momento poderia ser chamado de inspiração, mas eu não gosto da palavra.

Parece mais um estado de atenção, na verdade...

Sim, algo te chama a atenção. Quando eu estava vindo para cá [a entrevista foi concedida no Memorial do Rio Grande do Sul, Praça da Alfândega, onde ocorre a tradicional Feira do Livro de Porto Alegre], havia um homem na rua tocando uns vinte instrumentos - pratos, bumbo, um acordeão, flautas, muitas coisas. Esse homem era muito agressivo com o público. Constantemente se dirigia ao público com uma força muito especial, e com muito humor. Eu me detive a ver qual era sua arte, a arte de convencer as pessoas a lhe dar uma moeda. Isso me chamou a atenção, mas não tomei nenhuma nota, não para não me atrasar na entrevista contigo, mas porque não vi nada que já tivesse visto antes.

Quando você inicia uma novela ou um texto de ficção qualquer, parte de uma ideia ou plano previamente concebido ou esse plano vai sendo construído no caminho da escrita? Na produção de “Afinidades”, por exemplo, houve uma ideia geral da história previamente pensada e que foi sendo desenvolvida ou outro processo de criação?

Para ser sincero, não me lembro bem. Tenho a impressão que La visita de la Infanta foi uma novela muito estruturada, mas a estrutura tão rígida de As afinidades não foi previamente pensada. Eu tinha claro na cabeça uma história. Mas os acidentes dessa história foram acomodando a direção da mesma e aí aflorou a estrutura com muita necessidade. Esse caso do homem orquestra que mencionei, poderia resultar em um conto interessante. Muita gente lhe deu dinheiro, inclusive uma nota de dez reais. Ele recolheu esse dinheiro do chapéu com muita satisfação, com muita avidez. Aí poderia estar a semente do conto, nessa promessa cumprida. Mas ela deve ser compensada com algo ruim que vai acontecer com ele. A minha literatura não tem muitos finais felizes. Estou pensando que esse homem, que é evidentemente pobre, retorna ao seu quarto e quando entra na peça recai sobre seus ombros o cansaço de todo o dia, sua pobreza, o fato de não poder sair de onde está. Ele conta o dinheiro e vê que tem o suficiente até o próximo dia. Amanhã, tudo recomeça...Bem, por aí há um conto...

Eduardo Galeano diz que só se deveria escrever quando a mão coça...

Debussy disse que, quando sentia coceira nos dedos, sentava ao piano para compor. Pode ser. É que escrever dá muito trabalho. Uma novela é um dia sim e o outro também. Não dá pra esperar que a mão coce para escrever a novela, ou que chegue a inspiração. É preciso se sentar para trabalhar como se fosse um empregado. E eu gosto disso. Estou ganhando o pão, trabalhando.

Há alguns temas prioritários em tua obra?

Há somente dois temas e nada mais. Dois temas, não três: amor e morte. Não uma terceira coisa de que falar. É uma pobreza horrível. Se não se relaciona com o amor ou com a morte, falta algo. Por exemplo, esse artista ambulante do qual estamos falando está carente de amor quando chega em seu quarto. Quando requenta a sopa que fez no dia anterior, ele se pergunta: até quando aguentarei? Aí, de alguma maneira a morte está o visitando. A morte se aproxima de várias maneiras. O amor também, não só na figura da presença, mas também na da ausência. Assim, nesta história que estamos escrevendo aqui, tu e eu, estão presentes o amor e a morte. Tudo desemboca aí. Não te parece?

Há um vídeo no youtube, com um rápido comentário teu, feito após uma oficina em São Paulo. Perguntado se queria deixar uma mensagem aos alunos, você responde: jamais se rebaixe respondendo a um crítico. Você lembra disso?

[Risos]...Sim. Eu respeito o trabalho dos críticos. Alguém tem que fazer esse trabalho. Respeito todos os tipos de trabalho. Esse é um deles. Truffaut dizia que caso alguém perguntasse a um menino de sete anos o que ele gostaria de ser quando crescer, ele jamais responderia “ser crítico de cinema”...Quando a minha filha tinha cinco anos, perguntavam a ela frequentemente se ela ia ser escritora como o papai. Isso me incomodava. Deixem que ela seja uma criança, eu respondia. Um dia eu disse a ela: Inês, toda vez que te perguntarem isso, diga que quer ser crítica de cinema. E ela, aos cinco anos, quando perguntada sobre o que queria ser quando crescesse dizia como um papagaio: quero ser crítica de cinema!

Eu não tenho nenhuma aversão aos críticos. O que ocorre é que, com a internet e o surgimento de blogs, twitter e tudo isso, muitos escritores entram em polêmica, não somente com os críticos, mas também com leitores. Cada um que pense o quiser. Como eu vou convencer alguém disso ou daquilo. Em primeiro lugar, não se pode convencer quem já está convencido. Então, me parece absolutamente inútil entrar nesse tipo de polêmica, discutindo com um crítico ou um leitor.

Você acha que a crítica não ajuda em nada a literatura?

Não. Acho que ela ajuda muitíssimo, porque há excelentes críticos. Na América Latina, por exemplo, houve dois críticos importantes na primeira metade do século XX: Pedro Henriquez Ureña e Octavio Paz. Eles me ensinaram a ler. Em outras línguas, há autores que também me ensinaram a ler: as conferências de T.S.Eliot sobre a função da poesia e a função da crítica, por exemplo. Há um nível de reflexão aí que é imprescindível. Outro exemplo é o trabalho de Le Corbusier sobre o que ele chama de nova arquitetura. E, com exceção de Henriquez Ureña, estamos falando aqui de criadores de ficção ou artistas que fazem trabalho crítico. O próprio Debussy tem um texto maravilhoso sobre a música que se chama Senhor Colcheia, antidiletante. Ou a história da arte de Vasari, sobre a arte do renascimento, um trabalho esplêndido. Ou seja, a crítica tem essas enormes possibilidades. O problema são as críticas sem fundamento, os críticos incultos e ignorantes.

Você se referiu à internet. Com o surgimento dos blogs e ferramentas como twitter e facebook houve uma espécie de explosão autoral. Todo mundo, de certo modo, virou autor. Na sua opinião, já é possível perceber um impacto disso na literatura?

Creio que sim. Há uma espécie de hemorragia de textos curtos, que o twitter impulsiona mais ainda. Perdeu-se a riqueza das cartas. E agora, com os chats e skypes, o próprio correio eletrônico se foi. Eu mesmo tenho contato com minhas filhas todos os dias pelo Skype. Essa virtualidade estende-se mais às imagens do que aos textos. O que ocorre com os textos na internet é que os blogs estão cheios de gente que não sabe escrever. Quando digo não sabem escrever, quero dizer que não sabem colocar uma palavra ao lado da outra, que não sabem articular duas ideias. Há casos de escritores respeitáveis que tem blogs e que ficam na obrigação de postar de dois em dois dias, para não perder leitores. E acabam não dizendo nada interessante. No twitter, é mais pobre ainda. O que interessa ler um escritor dizendo que agora vai preparar uma picanha? Tem muita gente que acha simpático entrar na vida privada do escritor. Eu lamento que percam tempo com isso.

O desconhecimento que grassa no Brasil sobre a cultura cubana anda de mãos dadas com alguns estereótipos sobre a vida intelectual em Cuba. Um deles consiste em dizer que em Cuba há basicamente dois tipos de intelectuais: os dissidentes e os oficialistas. É isso mesmo? Como é que você define a vida intelectual em Cuba hoje?

Um estereótipo responde sempre a uma realidade. Quando se diz que o brasileiro é um povo alegre, pode ser que você seja um pouco triste, mas em geral os brasileiros são extrovertidos. É claro que nem todos o são, há os introvertidos, há suicidas, tudo o que quiser. Mas é difícil que eu consiga convencer alguém da profunda melancolia do povo brasileiro. Então, os estereótipos respondem a uma realidade. O que ocorre, e aí os estereótipos começam a não servir para nada, é que a realidade é mais rica, mais matizada. Quando chegamos à essência de um fenômeno, ele é sempre mais rico.

Portanto, a realidade é mais rica. Há um pouco de tudo. Quanto à intelectualidade cubana, é certo que há uma profunda divisão entre intelectuais oficialistas e intelectuais dissidentes. Como sempre ocorre, dos dois lados há gente boa e inteligente e gente que não serve para nada. Essa polarização é extrema, e neste sentido corresponde ao estereótipo, mas ela é muito mais rica que ele.

As mudanças econômicas que estão acontecendo em Cuba estão se refletindo também na vida cultural do país?

As mudanças tão anunciadas estão ocorrendo a conta-gotas, de forma muita lenta. São mudanças muito elementares. Não há mudanças profundas na economia ou na estrutura do Estado. Realmente não sei se o governo tem uma ideia clara de como fazer as coisas, ou se está tateando em busca de um caminho. Na arte, as mudanças já vieram muito antes. Desde antes da queda do muro de Berlim, a arte começou a ser cada vez mais crítica com a realidade. Eu mesmo não sou um escritor complacente com a realidade. Aliás, sou muito crítico com a realidade.

Já teve algum problema por causa disso?

Não. O que escrevo, é publicado. Eu não me meto na esfera política. É claro que, como dizia Aristóteles, todos somos animais políticos. Como todo homem, tenho preocupações políticas. Aqui entre nós, creio que a política hoje é a profunda desgraça da humanidade e explica o nosso momento adolescente como espécie. O homem, como espécie, é um adolescente. Votar em um político, em Pelotas ou nos Estados Unidos, por conta da simpatia ou da aparência do mesmo, é um reflexo da nossa profunda adolescência. Não amadurecemos, de fato, como espécie, e tenho dúvida se vamos amadurecer algum dia.

O que você está lendo hoje? Entre os autores contemporâneos, quais, na sua opinião, estão refletindo sobre esse estágio de adolescência da humanidade, sobre os problemas atuais da civilização humana?

O dramaturgo alemão Roland Schimmelpfennig, que tem cerca de 50 anos. É um dramaturgo diferente. Cada obra dele ilumina um espaço da realidade. É um escritor extraordinário. A dramaturga Dea Loher, também alemã, é de primeira ordem. O dramaturgo francês Valère Novarina. Sarah Kane, evidentemente. Toda a realidade passa por Sarah Kane. Em língua portuguesa, destaco esse livro extraordinário que é Esplendor de Portugal, de Antonio Lobo Antunes, uma obra de precisão e sutileza. Eu pensei que ele ganharia o Nobel e não Saramago, se fosse o caso de alguém de Portugal levar o prêmio. Le Clézio é pouco reconhecido, no entanto, suas novelas A Tormenta e O Dilúvio são obras extraordinárias.

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