domingo, 16 de dezembro de 2012

As próximas batalhas: Petrobrás, PAC e BNDES


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Para entender a dinâmica da atual ofensiva midiática:
Passo 1 – STF empalmando atribuições políticas.
Passo 2 - Criminalização de Lula, criando o clima de catarse que facilite a atuação do Supremo.
Passo 3 – Desconstrução da imagem de eficiência de Dilma.
Há um ângulo muito importante da pesquisa Datafolha, competentemente identificado pelo Mauro Paulino.
“Provas de fogo quanto a gestão de políticas públicas e de infraestrutura serão mais frequentes a partir de agora e as respostas do governo serão determinantes às aspirações eleitorais da presidente.”
A inclusão dessas questões no questionário do Datafolha tem razão de ser e dá uma excelente pista sobre uma nova frente da ofensiva contra os governos Lula-Dilma.
No empresariado industrial paulista, há um apoio forte e declarado à nova política econômica, à abertura do governo para o diálogo, às medidas que foram tomadas. Mas um desconforto difuso ainda em relação a três pontos: Petrobras, PAC e BNDES.
No caso da Petrobras, as críticas são em relação aos trabalhos dos sistemistas (as empresas incumbidas de adquirir os componentes para montar as plataformas). Começa a crescer a sensação de que atribuiu-se à Petrobras uma responsabilidade acima das suas possibilidades – mesmo sendo uma empresa de excelência.
No caso do PAC, ao fato de haver poucas obras concluídas, em contraposição à profusão de lançamentos de 2010.
No caso do BNDES, os empréstimos concedidos a grandes grupos – tema de editorial do Estadão de hoje, em cima da decisão de uma procuradora de intimar o banco a revelar os critérios da concessão de financiamento. O alvo será seu presidente Luciano Coutinho.
Há um universo de informações sobre as políticas em curso, seja ações do PAC ou do próprio MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) com câmaras setoriais, de pouca visibilidade.
A contraofensiva do governo terá que se dar organizando melhor os dados de maneira a demonstrar (ou não) que as críticas são infundadas. E tratar de corrigir pontos em que a atuação pública deixe a desejar.
Da Folha
Não parece, mas governo está longe da sua zona de conforto
MAURO PAULINO DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA ALESSANDRO JANONI DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA
No geral, os resultados da atual pesquisa Datafolha são positivos para o governo. A percepção de estabilidade econômica, baseada, sobretudo, na formalização do mercado de trabalho, anula possível frustração que indicadores objetivos pudessem imprimir na popularidade da presidente. A sensação de inclusão, associada aos governos petistas, inibe até efeitos mais expressivos das denúncias de corrupção e tráfico de influência em suas imagens.
O saldo revelado pelo eleitor é a força do PT em hipóteses para a corrida presidencial de 2014. Hoje Dilma e Lula aparecem como favoritos para vencer a disputa já no 1º turno. Mesmo entre os mais escolarizados, com maior renda e entre os que moram no Sudeste, os petistas batem figuras caras a esses segmentos, como Marina Silva, Joaquim Barbosa e Aécio Neves.
As taxas de apoio aos petistas crescem à medida que aumenta o otimismo em relação à economia. Nos segmentos onde as expectativas sobre inflação, desemprego e poder de compra são mais positivas, a reeleição de Dilma, por exemplo, chega a 70%.
Mas ao contrário do que os dados sugerem, o governo está longe de sua zona de conforto. É cedo para apostar no bem-estar da população como alavanca política rumo a 2014. Provas de fogo quanto a gestão de políticas públicas e de infraestrutura serão mais frequentes a partir de agora e as respostas do governo serão determinantes às aspirações eleitorais da presidente.
A taxa dos que acham que Dilma vem fazendo menos pelo país do que o esperado cresceu oito pontos nos últimos oito meses e o índice dos que esperam da petista um governo ótimo ou bom daqui para frente caiu cinco pontos em quase um ano.
Essa desconfiança sobre o desempenho da presidente pode ser explicada em parte pela sensação de insegurança. Menções à violência cresceram de maneira significativa nas perguntas sobre o principal problema do país e sobre a área de pior atuação do governo petista, especialmente entre os nordestinos. Além disso, a reprovação ao desempenho de Dilma na área de segurança pública subiu 11 pontos percentuais.
As crises do setor em São Paulo e no Nordeste alcançou Brasília. Vale lembrar que, na capital paulista, abalou de forma significativa a avaliação de Alckmin. Mais do que economia ou corrupção, segurança pública pode definir o desenho eleitoral de 2014.

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