segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Jabor não tolera a democracia


Por Renato Rovai, em seu blog:


No Jornal da Globo de ontem, 12, Arnaldo Jabor fez mais um de seus espetáculos circenses.

Recheado de afirmações vagas, números tirados da cartola e conclusões sem fundamento, seu discurso teve como alvo o presidente venezuelano, democraticamente reeleito, Hugo Chávez, e todo o povo venezuelano.

Jabor chamou o povo venezuelano de ignorante, o que sustentaria Chávez no poder, e classificou o presidente como um “Mussolini tropical”.

O curupaco da Globo também atacou os líderes que prestaram apoio a Chávez. No Brasil, Jabor disse que o assessor Marco Aurélio Garcia “recebe ordens de Cuba”.

Quando a Venezuela sofreu um golpe de Estado, em 11 de abril de 2001, Jabor apareceu na mesma Globo com um cacho de bananas celebrando o evento. Para ele a América Latina amanhecia mais forte e desbananizada. Em post dos 10 anos do golpe, recorde o episódio que também tratei em O Midiático Poder – O Caso Venezuela e a Guerrilha Informativa.

Agora vamos aos números mágicos citados ontem por Jabor. Ele disse que “a milícia boliviarana tem 50 mil soldados prontos para a guerra” e outros “60 mil expedicionários cubanos armados” para derrotar a oposição. De onde Jabor tirou esses dados? De onde veio esta informação?

Evidente que ele não diz, até porque o que faz está longe de ser jornalismo ou algo similar.

Enfim, após o novo espetáculo jaboriano de ontem, a embaixada da Venezuela divulgou nota acerca do episódio, que republico a seguir.

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Leia a nota na íntegra:
Além de desrespeitar os venezuelanos, povo irmão do Brasil, e de proferir acusações sem base nos fatos reais, o comentário de Arnaldo Jabor nesta quinta-feira, 10 de janeiro, no Jornal da Globo, demonstra total desconhecimento sobre a realidade de nosso país.

Existe hoje na Venezuela, graças à decisão de um povo que escolheu ser soberano, um sistema político democrático participativo com amplo respaldo popular, comprovado pela alta participação da população toda vez que é convocada a votar em candidatos a governantes ou a decidir sobre temas importantes para o país. 

Desde que Hugo Chávez chegou ao poder, o governo já se submeteu a 16 processos democráticos de consulta popular – entre referendos, eleições ou plebiscitos.Não nos parece ignorante ou despolitizado um povo que opta por dar continuidade a um projeto político que diminuiu a pobreza extrema pela metade, erradicou o analfabetismo, democratizou o acesso aos meios de comunicação e que combina crescimento econômico com distribuição de renda. 

Esse povo consciente de seus direitos não se deixa manipular pelas mentiras veiculadas por um setor da mídia corporativa – essa que circula livremente também na Venezuela. Considerando o alto grau de organização e conscientização da população venezuelana, não são nada menos do que absurdas as acusações feitas por Jabor da existência de um aparato repressor contra o livre pensamento. 

Na Venezuela, civis e militares caminham juntos no objetivo de garantir a defesa, a segurança e o desenvolvimento da nação. É importante lembrar que se trata do mesmo comentarista que em 11 de abril de 2002, quando a Venezuela sofreu um golpe de Estado que sequestrou seu presidente durante 48 horas, saudou e comemorou este ato antidemocrático, durante comentário feito na mesma emissora, a Rede Globo.

Embaixada da Venezuela no Brasil

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