quarta-feira, 10 de abril de 2013

Wikileaks revela novas evidências da política de ingerência dos EUA

Adital
A publicação de quase dois milhões de documentos confidenciais de inteligência dos Estados Unidos pelo site Wikileaks levou hoje à descoberta de novas evidências sobre a política ingerencista norte-americana nos anos 1970 do século XX. A série de documentos classificados foi apresentada nesta segunda-feira em uma coletiva de imprensa nesta capital na qual participou o fundador do site, Julian Assange, através de uma videoconferência na Embaixada do Equador em Londres, onde está refugiado desde junho de 2012.
O jornalista de origem australiana afirmou que as informações revelam a grande extensão e amplitude das atividades da Casa Branca no mundo durante o período em que Henry Kissinger era secretário de Estado e conselheiro de segurança nacional dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford, entre 1973 e 1976.
Os documentos recém–publicados refletem aspectos da política exterior de Washington em uma época turbulenta, em que se desenrolou uma parte da agressão contra o Vietnã, o escândalo Watergate e a dinâmica complexa da Guerra Fria, entre outros eventos onde a Casa Branca teve o papel de protagonista.
Entre os temas que aborda esta nova fornada de textos está a responsabilidade de Washington na Operação Condor, destinada a fazer desaparecer centenas de pessoas progressistas na América Latina.
Em um dos textos revelados aparece uma expressão de Kissinger em uma reunião com funcionários turcos no qual sinaliza que os Estados Unidos realizam as operações ilegais em espaços de curto tempo, enquanto que as missões que são contrárias à Constituição do país do norte levam um pouco mais de tempo.
Wikileaks combinou nesta ocasião seus últimos arquivos com os documentos e informes secretos publicados desde 2010 e inclui correspondências com o Congresso e relatórios de espionagem que revelam a intromissão de Washington nos assuntos internos de outros países e os padrões duplos de sua política exterior, afirmam especialistas.
Outros documentos se referem à suposta colaboração de autoridades do Vaticano dessa época com os Estados Unidos em apoio ao golpe de Estado do general Augusto Pinochet em setembro de 1973, que provocou a morte do presidente constitucional Salvador Allende.
Segundo Assange, os documentos revelam que para os Estados Unidos é uma prioridade ter informantes dentro dos movimentos opositores aos governos que não se aplicam aos seus interesses, em parte para corrompê-los, mas também para ter opções em ambos os lados no caso de ocorrer alguma mudança no país em questão.
Nem representantes da Casa Branca ou do Departamento de Estado se pronunciaram sobre as últimas revelações do Wikileaks.
Assange se refugiou na sede diplomática equatoriana em Londres para evitar sua extradição para a Suécia, país que reclama por ele desde 2010 por um caso de um suposto abuso sexual a duas mulheres dessa nacionalidade, mas o acusado nega as denúncias porque diz que são por motivações políticas.
O governo do presidente Rafael Correa outorgou o asilo político no ano passado, mas as autoridades britânicas se negam a conceder o salvo-conduto correspondente ao ativista australiano.
Wikileaks gerou atenção mundial em 2010 após a publicação de mais de 250 mil documentos diplomáticos norte-americanos.
A notícia é de Prensa Latina

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