O candidato brasileiro Roberto Azevêdo foi eleito
hoje o novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio
(OMC), conforme apurou o Valor
PRO, serviço de informação em tempo real do Valor.
O diplomata venceu a disputa com o candidato mexicano
Hermínio Blanco e substituirá, em agosto, Pascal Lamy à
frente do cargo.
Azevêdo é o primeiro brasileiro a comandar uma
organização chave da governança global.
A vitória de Azevêdo é ainda mais significativa,
considerando que o concorrente mexicano
recebeu 28 votos de uma só vez por parte da União
Europeia.
A decisão será anunciada oficialmente nesta
quarta-feira aos 159 países membros da OMC.
Leia mais sobre Roberto Azevêdo
Perfil
Engenheiro eletrônico, formado pela Universidade de
Brasília (UnB), o diplomata baiano é casado com Maria
Nazareth Farani. É fluente em inglês, francês e espanhol,
além do português.
Em 1982, trabalhava para uma consultora, Themag, no
cálculo de potências das grandes barragens da época.
Chegou ao mundo da diplomacia comercial pela
disciplina de engenheiro. Ao ser transferido para Genebra,
em 1997, cuidava, a princípio, de arquivos, tarefa
burocrática reservada aos neófitos da delegação; em 2001,
porém, impressionou o então embaixador, Celso Amorim, ao
participar de reuniões com advogados encarregados do litígio
do Brasil com o Canadá, devido à disputa entre a canadense
Bombardier e a brasileira Embraer.
Da discussão sobre a Alca, que acabou em impasse,
Roberto Azevêdo foi para a chefia do departamento econômico,
e passou a ser o chefe da delegação brasileira nas
negociações da chamada rodada Doha, de liberalização
comercial na OMC, que, agora, como diretor-geral da
organização, terá a tarefa de levar a algum resultado.
A última posição ocupada por Azevêdo em Brasília foi,
de 2006 a 2008, no Ministério das Relações Exteriores. Antes
disso, já foi diretor do Departamento de Assuntos Econômicos
(2005-2006).
Em sua carreira diplomática, já serviu as embaixadas
do Brasil em Washington (1988-91) e Montevidéu (1992-94),
assim como na missão permanente do Brasil em Genebra
(1997-2001), segundo informações da OMC.
Azevêdo montou sua campanha com o argumento de que,
ao conhecer os detalhes das negociações passadas, inclusive
as personalidades dos negociadores, estaria mais preparado
para negociar a superação de impasses, num momento em que se
formam inúmeros acordos à margem da OMC.
(Colaboraram Sergio Leo, Marta Watanabe e Ligia
Guimarães| Valor)
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