terça-feira, 7 de maio de 2013

Brasileiro Roberto Azevêdo vence disputa e é o novo diretor da OMC

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Por Assis Moreira | Valor
Ruy
                Baron/Valor
O candidato brasileiro Roberto Azevêdo foi eleito hoje o novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), conforme apurou o Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor.
O diplomata venceu a disputa com o candidato mexicano Hermínio Blanco e substituirá, em agosto, Pascal Lamy à frente do cargo.
Azevêdo é o primeiro brasileiro a comandar uma organização chave da governança global.
A vitória de Azevêdo é ainda mais significativa, considerando que o concorrente mexicano recebeu 28 votos de uma só vez por parte da União Europeia.
A decisão será anunciada oficialmente nesta quarta-feira aos 159 países membros da OMC.
Leia mais sobre Roberto Azevêdo
Perfil
Engenheiro eletrônico, formado pela Universidade de Brasília (UnB), o diplomata baiano é casado com Maria Nazareth Farani. É fluente em inglês, francês e espanhol, além do português.
Em 1982, trabalhava para uma consultora, Themag, no cálculo de potências das grandes barragens da época.
Chegou ao mundo da diplomacia comercial pela disciplina de engenheiro. Ao ser transferido para Genebra, em 1997, cuidava, a princípio, de arquivos, tarefa burocrática reservada aos neófitos da delegação; em 2001, porém, impressionou o então embaixador, Celso Amorim, ao participar de reuniões com advogados encarregados do litígio do Brasil com o Canadá, devido à disputa entre a canadense Bombardier e a brasileira Embraer.
Da discussão sobre a Alca, que acabou em impasse, Roberto Azevêdo foi para a chefia do departamento econômico, e passou a ser o chefe da delegação brasileira nas negociações da chamada rodada Doha, de liberalização comercial na OMC, que, agora, como diretor-geral da organização, terá a tarefa de levar a algum resultado.
A última posição ocupada por Azevêdo em Brasília foi, de 2006 a 2008, no Ministério das Relações Exteriores. Antes disso, já foi diretor do Departamento de Assuntos Econômicos (2005-2006).
Em sua carreira diplomática, já serviu as embaixadas do Brasil em Washington (1988-91) e Montevidéu (1992-94), assim como na missão permanente do Brasil em Genebra (1997-2001), segundo informações da OMC.
Azevêdo montou sua campanha com o argumento de que, ao conhecer os detalhes das negociações passadas, inclusive as personalidades dos negociadores, estaria mais preparado para negociar a superação de impasses, num momento em que se formam inúmeros acordos à margem da OMC.
(Colaboraram Sergio Leo, Marta Watanabe e Ligia Guimarães| Valor)

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