O Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST) lançou mais três livros da coleção "A questão agrária no
Brasil". Organizada pelo próprio movimento, a coleção reúne artigos e
ensaios de diversos autores sobre a nova realidade agrária, influenciada
pelo agronegócio. "Eles não pensam agricultura para produzir alimentos.
Eles pensam para dar lucros. Se hoje o etanol dá lucro, então vai todo
mundo para a cana", diz João Pedro Stédile, integrante da coordenação
nacional do MST e organizador da coleção, em entrevista à TVT.
Os novos livros (volumes 6, 7 e 8 da
coleção) trazem uma retrospectiva da questão agrária nas últimas duas
décadas. O volume 6 debate a questão agrária na década de 1990 e
apresenta análises sobre a política após o fim da ditadura. O volume
continua a análise histórica e apresenta pontos do debate feito de 2000 a
2010, quando se inicia o predomínio do agronegócio na agricultura
brasileira. Já o último volume traz análises sobre a reforma agrária na
última década e diferentes interpretações frente ao argumento de que não
há mais necessidade de reforma agrária no Brasil
Para Stédile, o modelo atual de reforma
agrária está ultrapassado, não se tratando apenas de garantir trabalho
para quem planta, mas de garantir a soberania alimentar a partir do
oferecimento de terra para produzir alimentos para o povo: "É para
garantir milho pro brasileiro, não para exportar. E não é qualquer
alimento: é alimento saudável, porque hoje o Brasil virou o maior
consumidor mundial de venenos. 500 mil novos casos de câncer aparecem no
Brasil e os cientistas têm nos avisado que 90% deles são originários do
veneno que tem na comida."
Os livros são editados pela Expressão Popular e cada um deles custa R$ 20.
Fonte: Rede Brasil Atual
Nenhum comentário:
Postar um comentário