sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A greve contra o leilão do pré-sal

Por Altamiro Borges

O primeiro dia da greve dos trabalhadores da Petrobras, iniciada na madrugada desta quinta-feira (17), superou as expectativas mais otimistas. Segundo balanço da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e dos sindicatos filiados, ela paralisou refinarias, terminais, plataformas, campos de produção e unidades operacionais da estatal em todo o país. A categoria reivindica o cancelamento do leilão da área petrolífera de Libra, no pré-sal, marcado para a próxima segunda-feira (21), além de melhorias salariais e de condições de trabalho.


“Estamos dando o recado de que o povo brasileiro é contra o leilão de Libra. Esperamos que a paralisação siga até o governo suspender o leilão”, afirma João Antônio de Moraes, coordenador-geral da FUP. Apesar da massiva adesão à greve, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) já informou que não cederá às pressões. “Não existe nenhuma possibilidade de não ter leilão, mesmo que os protestos se avolumem”, garantiu a diretora-geral da autarquia, Magda Chambriard, em um evento no Rio de Janeiro.

A quebra de braço tende a ser prolongada. Segundo João Antônio de Moraes, a categoria está unida e conta com forte organização. Ela inclusive mantém equipes de contingência para evitar acidentes nas áreas mais sensíveis da Petrobras. “O objetivo é evitar riscos a segurança das equipes a as próprias unidades da empresa”. A paralisação também conta com a adesão dos trabalhadores terceirizados. Além de exigir o cancelamento do leilão do pré-sal, a categoria reivindica aumento real de 5%, a criação de um fundo garantidor para terceirizados, entre outros itens.

Com apoio das centrais sindicais, entre elas a CUT e a CTB, e de dezenas de movimentos sociais, como o MST e a UNE, a FUP também organizará atos públicos e passeatas nos próximos dias em várias cantos do país. “O objetivo é denunciar os riscos à soberania e os prejuízos que a nação brasileira terá caso Libra seja apropriado por petrolíferas transnacionais”, informa a entidade.

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