segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O que querem os EUA numa Venezuela em transe?

Do "Brasil 247"


"Com o país sul-americano atingido por nova onda de protestos, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, divulga nota afirmando que os americanos estão "particularmente alarmados" com a situação. Kerry protestou contra a ordem de prisão que atinge o líder oposicionista Leopoldo López, acusado pelo presidente Nicolas Maduro de incitar a desordem. Evo Morales, da Bolívia, afirma que os Estados Unidos preparam uma tentativa de golpe contra a Venezuela, que tem as maiores reservas de petróleo do mundo. Lá, black blocs eram também pagos para participar de protestos

A Venezuela pode estar a um passo de um novo golpe. E, se há a perspectiva de golpe, há também uma desconfiança natural em relação à conduta dos Estados Unidos. Neste fim de semana, o secretário de Estado, John Kerry, divulgou uma nota sobre a situação do país, que vem sendo atingido por uma onda de protestos violentos – muitos deles, com presença de black blocs, pagos por grupos políticos.

"Estamos particularmente alarmados pelos informes que o governo venezuelano deteve ou tem detido dezenas de manifestantes opositores e pela emissão de uma ordem de detenção contra o líder opositor Leopoldo López", disse Kerry. "As liberdades de expressão e de reunião pacífica são direitos humanos universais. São essenciais para que uma democracia funcione, e o governo venezuelano tem a obrigação de proteger estas liberdades fundamentais, assim como a segurança de seus cidadãos", afirmou.

No mais violento dos protestos, no dia 12 de fevereiro, três pessoas morreram e 60 ficaram feridas. Segundo o site www.aporrea.org, jovens mascarados foram pagos para atuar nas manifestações – assim como ocorreu nos protestos brasileiros.

Leopoldo López, alvo da preocupação de John Kerry, vem ganhando espaço na oposição venezuelana, depois que Henrique Capriles perdeu duas eleições presidenciais – uma para Hugo Chávez, outra para o atual presidente Nicolas Maduro. Em 2002, quando houve uma tentativa frustrada de golpe contra Chávez, ele já havia sido acusado de incitar a tentativa de subversão. Nos protestos recentes, também se assumiu como "líder radical" nas redes sociais e recebeu uma ordem de prisão do governo Maduro por incitar a desordem.

De acordo com a jornalista Eva Gollinger, López, que estudou nos Estados Unidos e vem de uma das famílias mais ricas da Venezuela, mantinha contatos com a administração de George W. Bush, na tentativa de golpe de 2002. Neste fim de semana, no Twitter, Gollinger, que tem mais de 272 mil seguidores, tem alertado para a nova tentativa de golpe, motivada pelo fato de a Venezuela ter as maiores reservas de petróleo do mundo. Além disso, ela noticiou que, ontem e hoje, a Venezuela foi alvo de ciberterrorismo, com 61 páginas de serviços públicos atingidas por hackers.

Apoio americano aos black blocs

Quem também fala abertamente em golpe é o presidente boliviano Evo Morales. No sábado, ele disse com todas as letras que os Estados Unidos estão financiando alguns grupos de jovens venezuelanos que estão indo às ruas. Mas afirmou que iniciativa será fracassada. "Na Venezuela, continuarão fracassando as tentativas de golpes patrocinadas pelos Estados Unidos e pelas oligarquias locais".

O presidente Nicolas Maduro também disse que não pretende recuar. Ele afirmou que não renunciará “a um só milímetro” do poder que lhe foi dado pelo povo. Fazendo referência aos protestos realizados por estudantes e opositores nos últimos dias, acusou a oposição de utilizar como “carne de canhão” um grupo de jovens aos que “doutrinaram no ódio, na intolerância e na loucura política”.


FONTE: jornal online "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/130392/O-que-querem-os-EUA-numa-Venezuela-em-transe.htm).

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