Hildegard
Angel, no Boletim Eletrônico da Agência Sindical
Os botequins cariocas estão cheios. As filas dos
supermercados são imensas e lembram corredores da ONU, onde todos
os idiomas são falados e ouvidos. Gringos em todas as direções,
empurrando carrinhos diante dos caixas. Porém, do comércio dos
shoppings eles passam longe. As lojas dos ditos “quadriláteros da
moda” estão vazias. Os salões de cabeleireiros, às
moscas.
Verdade
é que a massiva, sistemática e histérica campanha interna contra o
Brasil, nos meses que antecederam a Copa do Mundo, em nossa mídia,
nas redes sociais, no boca a boca, num evidente e muito bem
articulado projeto, coisa de profissional, surtiu o efeito
esperado: repercutiu, contaminou os sites, o noticiário
internacional de credibilidade, afugentando o turismo estrangeiro
com maior poder aquisitivo, receoso da violência, e causando
estragos em vários setores da economia.
Para o
Rio de Janeiro, não vieram os anunciados transatlânticos de luxo,
que abrigariam os “turistas excedentes”, dos quais a hotelaria
cinco estrelas carioca, deficitária em número de leitos, “não
daria conta”. Alguém viu?
Quem
investiu em reformas, pretendendo lucrar com gordos alugueis de
aparts luxuosos, penthouses, apês com vistão, ficou a ver navios.
Não houve procura.
Vieram os trailers, utilitários, vans,
tendas, mochilas. Veio o turista simpático, jovial e alegre dos
kitinetes alugados, do dinheirinho contado para o dia a dia, que o
carioca criativo logo apelidou de Durista.
Nada
contra. Faz parte. Eventos esportivos como a Copa do Mundo atraem
o turismo de massa. E esta Copa das Copas tem o charme especial de
fazer brilhar os países da América do Sul, com torcedores entrando
motorizados por todas as nossas fronteiras.
Porém,
as agências se queixam de que os pacotes turísticos formatados não
tiveram a saída pretendida, e agora eles são oferecidos, junto com
as passagens aéreas, com tarifas reduzidas em até 40%, para a
atual e a próxima temporadas. É o que dizem os
jornais!
O
ambicionado retorno com os gastos dos estrangeiros, atraídos pela
Copa, ficará bem aquém do que outros países lucraram em suas
Copas, quando viram lojas entupidas, fervilhando com turistas
gastadores.
Quem
vai ressarcir o nosso comércio, o nosso setor turístico, o nosso
País? A turma do #nãovaitercopa? Os partidos de oposição? Os
celerados, que passavam dia e noite em campanha no Facebook e no
Twitter contra a nossa Copa do Mundo? Os Emissários do Pânico, que
faziam “terrorismo” anti Copa via e-mail? Os Arautos da
Catástrofe, prenunciando que a violência ia eclodir, os aeroportos
explodir e os estádios ruir? Aqueles que atribuíam todas as
mazelas crônicas do País à Copa do Mundo, porém só se aperceberam
disso às vésperas de ela acontecer?
Por que
não iniciaram a campanha #nãovaitercopa ao primeiro movimento para
trazer a Copa? Ou logo após o anúncio do Brasil como
país-
sede? Por que começaram a campanha justo no ano da Copa, isto é,
ano da Eleição?
Seria o
caso de perguntar: os responsáveis e diretamente interessados
nessa campanha, que causou tamanho prejuízo à economia do País, a
seu comércio, à sua indústria turística, enfim, a nós, vão nos
ressarcir?
Hildegard
Angel é
jornalista
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