segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Getúlio eterno


Paulo Paim  

Publicado no Repórter Sindical

Não há como negar que a célebre frase de Osvaldo Aranha continua mais viva do que nunca: "Getúlio. Quando se quiser escrever a História do Brasil, queiram ou não, tem-se de molhar a pena no sangue do Rio Grande do Sul, e ainda hoje, quem quiser escrever e descrever o futuro do Brasil terá de molhar a pena no sangue do teu coração".
Há 60 anos saía da vida para adentrar os portais da eternidade o principal presidente de toda a nossa história republicana: Getúlio Dornelles Vargas. O estampido de um Colt calibre 32 desferido contra o próprio coração ecoou em todos os lares da pátria brasileira.
Getúlio foi deputado estadual, deputado federal, líder da bancada gaúcha na Câmara, ministro da Fazenda, governador do Rio Grande do Sul, chefe vitorioso da Revolução de 1930, senador da República e presidente eleito pelo voto direto em 1950.
Todos nós, que sonhamos e acreditamos que é possível termos um País com direitos e oportunidades iguais para todos, temos a obrigação de reavivar diariamente o legado deixado por Getúlio Vargas. Por sua decisão foram criados a Petrobras, a Eletrobrás, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (atual BNDES), a CSN, a Companhia Vale do Rio Doce, o Ministério do Trabalho.
Com Vargas no poder, o País conheceu a Justiça do Trabalho, a Previdência Social, a Carteira de Trabalho, a CLT, o salário mínimo, as férias anuais, o descanso semanal remunerado e tantos outros benefícios. O crescimento econômico do País exigia trabalhadores capacitados, e Getúlio negociou com os empresários a criação do Senai e do Senac, destinados a formar mão de obra para a indústria e para o comércio. Nascia, assim, o ensino técnico profissionalizante.
Também são dessa época as primeiras universidades brasileiras dignas desse nome. Foi Vargas quem criou a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Porto Alegre (em 1934), a Universidade do Brasil (1937) e a PUC (1940).
Vargas lutou para que o Brasil se tornasse uma grande nação. Ele queria que o povo brasileiro fosse protagonista da sua própria história. Ele deu a sua vida em defesa da sua gente. Quem hoje daria o seu sangue pela pátria?
Paulo Paim é senador pelo PT do Rio Grande do Sul. Artigo originalmente publicado no site Brasil 247, em 22 de agosto de 2014. E- mail paulopaim@senador.leg.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário