O Instituto de Economia da Unicamp vem a público reiterar seu compromisso com o Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil.
Defendemos e exercitamos a qualidade e
pluralidade do debate acadêmico e político e refutamos todas as
agressões infundadas e levianas à nossa instituição por motivações
ideológicas, partidárias e eleitorais.
A construção da Escola de Pensamento da
UNICAMP deve-se à determinação e coragem de um pequeno grupo de
intelectuais e pesquisadores que ousaram, há mais de 40 anos, desafiar
as visões econômicas convencionais, conservadoras e tecnocráticas
existentes e de forma criativa e crítica repensar e reinterpretar o
desenvolvimento econômico e social brasileiro, com base inicialmente nas
contribuições de pensadores cepalinos como Celso Furtado, Raul
Prebisch, Ignácio Rangel, Aníbal Pinto, entre outros. Esse esforço
intelectual promoveu uma profunda revolução na história do pensamento
econômico e no ensino de economia no Brasil.
Desde então, novas e importantes
contribuições teóricas, críticas e interpretativas incorporaram e
integraram diversas matrizes teóricas (marxista, keynesiana,
schumpeteriana), com elevado nível de qualidade e merecido
reconhecimento por parte da comunidade científica e acadêmica nacional e
internacional. A Escola de Campinas nunca se limitou ou se subordinou a
um único paradigma teórico e se notabilizou por construir uma
interpretação teórica própria e inovadora dos problemas econômicos e
sociais brasileiros.
O Instituto de Economia, ciente de seu
papel crítico no debate acadêmico econômico, tem ampliado
consistentemente seus canais com a sociedade acadêmica e científica
nacional e internacional, estimulando a realização de seminários e a
celebração de convênios e projetos de pesquisa com várias e prestigiosas
instituições, bem como a maior participação de nossos docentes e
discentes em programas internacionais.
Temos convênios acadêmicos com inúmeras
universidades latinoamericanas, europeias e norte-americanas. A título
de ilustração, recebemos recentemente a visita de consagrados pensadores
e pesquisadores com quem temos debatido a questão do Desenvolvimento:
Peter Evans (Berkeley, EUA), Philip Arestis (Cambridge-Reino Unido),
Claude Serfati (Versailles-Sainta Quentin-França), Giovanni Dosi (Scuola
Superiore Sant’Anna, Itália), Gary Dimsky e Giuseppe Fontana
(Leeds-Reino Unido), Jan Kregel (Levy Economics Institute – EUA),
Roberto Frenkel (UBA-Argentina), Sebastian Dulien (HTW- University of
Applied Sciences Berlin-Alemanha), Pierre Salama (Paris XIII-França),
Robert Wade (London School of Economics – Reino Unido), Guy Standing
(SOAS – Reino Unido), Robert Brenner (UCLAEUA), Thomas Palley (EDOS –
Economics for Democratic & Open Societies), Ronald Dore (London
School of Economics-Reino Unido) e Geoffrey M. Hodgson (University of
Hertfordshire – Reino Unido), entre outros.
O Instituto de Economia destaca-se pela
qualidade no ensino e na formação crítica e abrangente dos nossos alunos
de graduação e pósgraduação, fornecendo profissionais capacitados para o
setor privado, para os órgãos e empresas públicas e para a atividade
acadêmica. Nossos mais de duzentos e cinquenta alunos de pós-graduação,
entreos quais contamos vários estrangeiros, são merecedores de inúmeros
prêmios por suas teses e dissertações e apresentam seus trabalhos em
centenas de eventos científicos no Brasil e no exterior, bem como
realizam estágios, intercâmbios e programas de doutorado sanduíche em
reconhecidas universidades estrangeiras. Esse esforço é reconhecido nas
avaliações criteriosas e insuspeitas das agências públicas e na posição
de destaque do Instituto de Economia da Unicamp nos principais
rankingsacadêmicos públicos e privados.
Do ponto de vista acadêmico, somos um dos
mais importantes centros de geração, apropriação e difusão de
conhecimento em teoria econômica e economia política. Estamos inseridos
ativa e criticamente no debate econômico nacional e internacional.
Nossos docentesparticipam de inúmeras redes de pesquisa nacionais e
internacionais e, apenas no último ano, divulgaram seus trabalhos em
mais de uma centena de prestigiosos eventos internacionais. Nossa
produção intelectual é amplamente veiculada em livros, revistas
acadêmicas, artigos de jornais, entrevistas e novas mídias.
A dimensão política é outra atribuição
estratégica do Instituto de Economia, a partir da intensa contribuição e
participação de seu quadro docente (e também de nossos ex-alunos) em
todos os níveis de governo, em diferentes administrações, e em
instituições internacionais (Cepal, BID, Banco Mundial, Unctad e FAO).
As profundas mudanças globais nas
estruturas financeiras, tecnológicas, produtivas, comerciais e de
trabalho mais do que nunca exigem de centros formuladores de
conhecimento, como o Instituto de Economia da Unicamp, novas ideias e
interpretações críticas do desenvolvimento econômico e social brasileiro
e global e do papel do Estado nesse processo.
O Instituto de Economia sempre manteve,
mantem e manterá um diálogo aberto, construtivo e de alto nível com
vários segmentos organizados da sociedade brasileira, na perspectiva de
contribuir para uma discussão séria reconhecimento dos nossos erros e
limitações. Mas jamais nos subordinaremos aos interesses menores,
privados e corporativos que conspiram contra coragem de pensar e ousar,
de querer um país soberano, com o pleno exercício da cidadania e da
busca incessante da justiça social. Só assim, devolvemos à sociedade, na
forma de conhecimento e de prestação de serviços qualificados e de
utilidade pública, o que recebemos em recursos e investimentos, buscando
corresponder à confiança emnós depositada.
Atenciosamente
Direção do Instituto de Economia
A
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