Estudo da OCDE divulgado hoje
aponta que, enquanto os países mais ricos tiveram as desigualdades
acentuadas nos últimos anos, a América Latina, “particularmente o
Brasil”, vem reduzindo a diferença de renda desde o final dos anos 90;
“Dessa vez o bolo cresceu e foi melhor divido”, afirma pesquisador.
21/05/2015
A
Organização para Cooperação de Desenvolvimento Econômico (OCDE)
divulgou nesta quinta-feira (21) o relatório In it together – Why less
inequality benefits all (Juntos nisso – Por que menos desigualdade
beneficia a todos, em português), que trata das desigualdades sociais
nos países que compõem a organização.
De
acordo com o estudo, a diferença de renda entre os cidadãos segue
aumentando nos países ricos, mas caiu na América Latina graças ao maior
acesso à educação promovido na última década.
Atualmente,
nos países da OCDE (são 34 nações, a grande maioria com economias
industrializadas) os 10% mais ricos ganham 9,6 vezes mais do que os 10%
mais pobres. Nos anos 1980, a proporção era de sete vezes mais e, na
década de 2000, de 9,1.
O Brasil é
colocado como destaque no estudo. Segundo a OCDE, o país foi um dos que
mais diminuíram a desigualdade de renda nos últimos anos. Para se ter
uma ideia, enquanto a média do coeficiente Gini – indicador que mede a
desigualdade de renda e que vai de 0 a 1- dos países da organização
aumentou de 0,29 nos anos 1980 para 0,32 nos anos 2000, o Brasil reduziu
seu Gini de 0,6 nos anos 1990 para 0,5 nos dias atuais, uma queda de
8%.
“Houve, a partir do início dos
anos 2000, uma queda generalizada da desigualdade na América Latina.
Essa redução não ocorreu de forma tão acentuada em outras regiões (…)
Dessa vez o bolo cresceu, com o crescimento econômico, e foi melhor
dividido. É um fato novo na realidade latino-americana”, afirmou Horácio
Levy, analista de políticas sociais da organização.
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