sexta-feira, 26 de junho de 2015

A serviço da CIA



Os oito senadores brasileiros que foram à Venezuela  nunca se preocuparam com os verdadeiros desrespeitos aos direitos humanos, inclusive no Brasil, onde a polícia age de forma truculenta em bairros pobres de várias cidades brasileiras.
24/06/2015

Por Mário Augusto Jakobskind*

Mais uma jogada montada pela CIA para encurralar a Venezuela e também pressionar o governo brasileiro a se posicionar contra um país independente. Vale lembrar que no próximo dia 30 de junho vai ter encontro Dilma - Obama e nada melhor para os gringos do que pressionar a presidenta a se posicionar contra a Venezuela.
Aécio Neves Cunha, o derrotado, está querendo cobrar do governo que se posicione pelo afastamento da Venezuela do Mercosul. Tudo que a direita já tinha tentado e não conseguiu. Dos senadores “democratas”, boa parte conscientemente ajudou o esquema golpista. Foram ridículos, sem dúvida, mas cumpriram um papel que já tinham desempenhado o “socialista” Felipe González e companhia limitada, na Venezuela.
Defensores” dos direitos humanos
Os oito senadores, integrantes da bancada de direita que segue a pauta da CIA, nunca se preocuparam com os verdadeiros desrespeitos aos direitos humanos, inclusive no Brasil, onde a polícia age de forma truculenta em bairros pobres de várias cidades brasileiras.
Se tivessem essa preocupação em outras regiões do planeta poderiam ir aos Estados Unidos tentar algum encontro com o preso político, integrante do grupo Pantera Negra, Mumia Al Jamal, mofando em uma penitenciária há 40 anos, acusado de um crime em que já foi inocentado por testemunhas. Poderiam procurar Belém Montes, presa desde 21 de setembro de 2001 (há quase 14 anos) pelo governo do Estados Unidos e condenada a 25 anos de prisão sob a acusação de acompanhar grupos opositores de Cuba  nos Estados Unidos e passar informações ao governo da ilha.
Poderiam se interessar também pelos presos, há décadas e sem julgamento, na base de Guantánamo. Mas não estão nos planos dos oito senadores, porque querem ocupar espaço na mídia conservadora com mentiras e meias verdades sobre a Venezuela.
Currículo dos “democratas”
Uma análise mais aprofundada sobre os oito senadores de oposição que foram a Caracas, do próprio Aécio Neves Cunha a Ronaldo Caiado,passando por Ricardo Ferraço, Aloysio Nunes, Cassio Cunha Lima, José Agripino, José Medeiros e Sérgio Petecão conclui que de democratas eles não têm absolutamente nada. Muito pelo contrário.
Aécio Neves Cunha até hoje continua inconformado com o resultado da eleição presidencial que lhe impôs uma derrota. Ronaldo Caiado é um dos fundadores da União Democrática Ruralista (UDR), organização de extrema direita, que usa o jargão democrático indevidamente.
José Agripino é o parlamentar que cobrou de Dilma Rousseff a razão para ela ter mentido aos militares quando foi presa e torturada nos anos 70. De quebra ainda tem o patético Aloysio Nunes Ferreira, ex-motorista do revolucionário Carlos Marighela. O senador paulista há tempos bandeou-se para a direita e é um dos mais raivosos e surtados.
Os senadores na prática se prestaram de linha auxiliar da CIA e ainda se consideram defensores dos direitos humanos.  Os oito senadores foram hostilizados por venezuelanos que não aceitam intromissão em assuntos internos do país.
É urgente acabar de uma vez por todas com esta história de que o que aconteceu em Caracas foi contra o Brasil. Não foi, mas resultou de uma ação coordenada e que promete render pelo menos até o fim do mês. Os “democratas” venezuelanos que estão presos são acusados de tentarem derrubar o presidente constitucional Nicolás Maduro. São acusados de infringirem a lei.
É uma questão de política interna.  Pode-se imaginar o que aconteceria ao Brasil e a América Latina se Aécio Neves Cunha tivesse sido eleito presidente? É fácil concluir que Neves Cunha faria o possível e o impossível para que o Brasil e demais países da América Latina  retornassem à condição de quintal ou pátio traseiro dos Estados Unidos. É o que quer mesmo a oposição de direita brasileira.
Sobrenome de Aécio
Cunha é o verdadeiro sobrenome de Aécio. Vem do pai, um político apoiador incondicional da ditadura. Mas Aécio prefere omitir o seu verdadeiro sobrenome para que os menos informados lembrem-se apenas do avô, Tancredo Neves, um conciliador histórico. Aécio Neves Cunha é, no caso, o anticonciliador. Prefere agora se tornar um provocador do povo e do governo venezuelano e cumprir uma pauta que vem do exterior.
*Mário Augusto Jakobskind é jornalista e integra o conselho Editorial do Brasil de Fato RJ

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