quarta-feira, 29 de julho de 2015

Celso Amorim: 'Acusar Lula de lobby é absurdo'

Isaías Dalle - CUT - No Carta Maior

 
Depois de participar de um debate na manhã desta terça, dia 28, na sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, em São Bernardo, Celso Amorim deu breve entrevista a jornalistas que compareceram ao local.

Um dos principais elaboradores da política externa e de relações exteriores do Governo Lula, tarefa que incluiu uma participação ativa do ex-presidente em viagens e contatos pelo mundo, em missões políticas, diplomáticas e também comerciais, o ex-ministro classificou como absurdas as acusações de que Lula teria cometido lobby, e portanto algo condenável do ponto de vista jurídico ou ético, ao defender interesses brasileiros, e também empresas, na luta pela construção de acordos bilaterais ou multilaterais.

“Isso é um total absurdo. Isso demonstra a que ponto chegou a politização. Não vamos aqui defender o que é errado, esses escândalos na Petrobrás, acho que tudo tem de ser apurado, direitinho. Acho que ninguém deve assumir para si os eventuais erros, delitos cometidos. Agora, acusar um ex-presidente porque ele apoia as empresas brasileiras, isso é um total absurdo. Mas todos, olha, eu nem vou ficar citando nomes, porque se não depois fazem uma ação de calúnia contra mim. Mas é uma coisa absurda. Todos os ex-presidentes apoiam, e mesmo os presidentes no cargo”, disse Amorim, ao responder a pergunta sobre o tema.

Durante sua palestra, num painel sobre política externa, Celso Amorim afirmara que a classe trabalhadora tem de estar muito unida nesse momento de desaceleração da economia, e ter “muita visão do futuro”. Sobre isso, respondeu: “Eu diria que houve muitas melhorias no Brasil nos últimos anos, especialmente para as pessoas mais pobres. É muito importante que essas conquistas sejam mantidas. É muito importante não perder de vista que o aprofundamento da crise política não interessa à classe trabalhadora. Acho que nós temos de trabalhar pela estabilidade e ao mesmo tempo pela manutenção dos direitos e de tudo aquilo que foi obtido”.“Claro, você não vai apoiar uma empresa brasileira contra outra. Agora, apoiar empresas brasileiras em assuntos que são interesse do Brasil, dentro da legalidade, acho inteiramente cabível . Acho que seria até surpreendente que um presidente ou ex-presidente não fizesse isso. Você está defendendo interesses brasileiros, empregos. Você não está defendendo aquela empresa, o lucro daquela empresa, mas quem trabalha naquela empresa. Então, isso (as acusações) é uma coisa descabida, mostra como as pessoas perderem a noção”, completou.

Ainda no decorrer da entrevista, ao comentar as críticas que recebeu em diferentes episódios de sua gestão como ministro das Relações Exteriores, Amorim disparou: “A mídia brasileira é mais conservadora que a média da elite nacional”.



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