sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Para analista, ao criar lei do pré-sal, Brasil atraiu a oposição internacional

Capitalismo selvagem

Professor da UFABC acredita que posição de Lula ao se reunir com presidente iraniano, em 2010, também despertou desconfianças de Israel. Mas ele crê que elites desistiram de derrubar governo
por Redação RBA 
 
Roberto Parizotti
Giorgio_Romano
“Não creio mais que haja muitos setores internos interessados em derrubar o governo", diz professor
São Paulo – O período dos governos dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, iniciado em 2003, foi até certo ponto bem aceito pelos setores mais poderosos do mundo, política e economicamente. Porém, o Brasil deixou de ser o “queridinho” desses setores. Para o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, Giorgio Romano Schutte, o ponto em que os grandes interesses passaram a desconfiar do Brasil e colocar em xeque os governos do PT foi o ano de 2010.
“Até então, no meio da crise internacional, o Brasil era o queridinho de todo o mundo. Pela primeira vez, o Brasil era visto como solução, e não mais como parte do problema. Entrou para o G-20, estava à frente dos Brics. E o que acontece em 2010? O Lula, pela primeira vez em oito anos, toma uma medida que vai diretamente contra os interesses internacionais, que foi a mudança do marco regulatório de exploração do petróleo, do pré-sal”, disse o economista em entrevista a Isaías Dalle, do site da CUT. "O Lula vinha fazendo o governo que havia prometido, atendendo às camadas populares sem contrariar interesses das elites”, acrescenta.
Segundo Schutte, ao aprovar a legislação que garantiu o controle do pré-sal pelo país, aprovada pelo Congresso num momento em que Lula tinha uma aprovação extraordinária de 85% da população, o governo brasileiro se colocou “contra interesses muito organizados e poderosos”.
Para ele, o posicionamento da diplomacia brasileira ao se posicionar, no cenário internacional, a favor do Irã, quando Lula se encontrou com o presidente Mahmoud Ahmadinejad, foi um fato político que, somado à questão do pré-sal, ajudou a turvar a visão positiva de setores poderosos do mundo. “Irã? Bomba? Quem se sente ameaçado imediatamente é Israel. E eles têm um lobby muito forte”, afirma Schutte. “Tenho dúvidas se o Lula e o Celso Amorim sabiam da reação que aquilo provocaria nos Estados Unidos.”
Na questão econômica, o analista acredita que até 2010 o Brasil conseguiu reagir bem à crise financeira internacional. Mas, a partir daquele ano, a presidenta Dilma percebeu a necessidade de reduzir as taxas de juros. “Então, quando ela começa em 2012 a atacar de maneira muito corajosa a taxa de juros, isso se torna uma coisa que

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