sábado, 31 de outubro de 2015

Fanáticos do impeachment têm nova tática: confronto



Por Alex Solnik, jornalista

"Cansados de esperar por Eduardo Cunha e já suspeitando que sua intenção de abrir processo de impeachment contra a presidente – que é a única e pobre e já rota bandeira da oposição atualmente – não passa de um blefe, os fanáticos do impeachment radicalizaram e agora estão pressionando Cunha com as armas que até há pouco tempo eram exclusivas dos petistas e partindo para o confronto na tentativa, absurda, irresponsável e perigosa de arrancar o impeachment na marra.

Ou então criar um clima de “convulsão social” que demandará uma intervenção militar, como já fomos informados por um importante general.

Eles estão usando militantes (?) desses movimentos que ninguém sabe de onde surgiram, nem o que querem além de derrubar a presidente e que são, portanto, golpistas e provocadores.

Organizaram um “acampamento” deles no gramado em frente ao Congresso, permitido por Cunha, que ameaça ficar lá até ele decidir pelo processo.

Alguns deles, mais xiitas ainda, resolveram acorrentar-se a uma coluna do Congresso, imitando alguns petistas, como um folclórico ex-prefeito de Diadema que já usou o mesmo ridículo expediente.

Os provocadores tiveram sucesso com um despreparado líder (?) do PT chamado Sibá Machado. Anteontem, em plena sessão, ele chamou de “vagabundos” a meia dúzia de provocadores que estendia uma faixa “Fora Dilma” na galeria e prometeu “fazê-los correr”.

No dia seguinte, ontem, militantes do MST tentaram impedir o acesso dos provocadores às galerias à força, provocando um pequeno tumulto que os fanáticos do impeachment trataram de descrever como um conflito na Faixa de Gaza.

O clima de confronto, é claro, invadiu o plenário. Sibá foi chamado de incendiário. Jandira Feghali disse, assustada, que nunca tinha visto a Câmara tão convulsionada e que só faltava sair tiro.

Um deputado da bancada da bala chamou Jean Willys de “escória” e destruidor da família e foi acusado, por ele, de assistir filmes pornô durante a sessão e carregar vários processos nas costas. O incidente levantou os deputados. Por pouco, não chegaram a estapear-se.

Quando os ânimos foram serenados, parte Clarissa Garotinho (é isso aí, adotou como sobrenome o apelido do pai) e acusou Cunha de boicotá-la, afrontou-o com frases como “eu te conheço” e a seguir, num lance de guerrilheira, levantou um cartaz feito à mão com dizeres “Fora Cunha” bem atrás de Cunha, de modo a ser enquadrado pela TV Câmara.


No meio da briga entre incendiários e bombeiros, Heráclito Fortes, sem perceber a ironia, vociferava contra “os irresponsáveis” que tinham exigido e depois revogado a obrigatoriedade de extintores de incêndio em automóveis, dando prejuízo aos que o adquiriram.

Esqueceu-se de sugerir que sejam arrematados pela Câmara, que é onde fazem mais falta."

FONTE: escrito por Alex Solnik, jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão", "O domador de sonhos" e "Dragonfly" (lançamento janeiro 2016). Artigo publicado no portal "Brasil 247"  (https://www.brasil247.com/pt/blog/alex_solnik/202978/Fan%C3%A1ticos-do-impeachment-t%C3%AAm-nova-t%C3%A1tica-confronto.htm).

Hora de governar: cadê o porta voz?

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Análise Diária de Conjuntura - 30/10/2015
A crise política amainou um pouco. A esperança do golpismo volta às conspirações midiático-judiciais. Os jornais estão cheios de notícias bombásticas sobre filho de Lula, amigo de Lula, etc.
No Globo, manchete simbólica dos tempos atuais:
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No ano passado, a Polícia Federal apreendeu um helicóptero com meia tonelada de cocaína.
O helicóptero pertencia ao senador Zezé Perrela, grande amigo de Aécio Neves.
Por que a imprensa não deu notícias sobre o "amigo de Aécio"?
Depois de dez meses, é hora do governo começar a governar. Para governar, é preciso fazer política, não apenas na relação com partidos e parlamentares, mas sobretudo com a sociedade.
Qual o canal de comunicação política entre governo e sociedade? O Programa Dialoga pode ser legal, mas não é disso que eu falo.
Refiro-me a um canal político, onde o governo converse diariamente com a população, respondendo ao noticiário, oferecendo propostas, explicando os problemas econômicos.
Enquanto não montar um PAC da Comunicação, o governo vai continuar perdendo as batalhas políticas e o golpômetro continuará instável.
O golpe só não acontece porque há um sentimento de resistência democrática difuso na sociedade, que não tem permitido que isso ocorra.
As pessoas tem críticas ao governo, ao PT, à Dilma, mas porque querem algo melhor. PSDB, Cunha, DEM, é o pior, e para isso servem as urnas, para o povo dizer quem ele quer ou não.
O clima na Câmara continua tenso e radicalizado, mas porque setores do PSDB relutam em aceitar que o golpe morreu.
Ao governo, interessa aprovar os vetos presidenciais às pautas-bomba, um problema criado pela própria Câmara.
A tendência, no entanto, é que sejam aprovadas, visto que dois terços já o foram.
Isso acontecendo, a estabilidade política estará garantida.
Hoje eu participei de um debate com João Sicsú e Marcio Pochmann, no Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro.
O evento teve a participação de representantes dos principais movimentos sociais, como MTST, MST e Levante da Juventude (ligado ao MST).
A grande preocupação de todos é com o apagão político do governo. A política econômica é feita sem pensar no estrago que produz no conjunto dos movimentos sociais, dificultando a defesa do governo contra o golpe e contra a direita.
Não há diálogo. Não há cuidado. Não há comunicação.
Há grande preocupação ainda que o aumento do desemprego provoque o agravemento da crise política.
Pochmann mencionou a necessidade de refazer uma política industrial.
Sicsú atacou os erros da política econômica, enfatizando que não se trata de uma política do ministro da Fazenda, e sim de uma orientação do próprio Palácio do Planalto.
De maneira geral, todos concordam que vivemos uma situação esquizofrênica: defender o governo e Dilma e derrubar a sua política econômica.
É uma fórmula maluca, mas é a única fórmula encontrada pelos movimentos sociais para continuarem sustentando o governo.
Eles explicaram, porém, que o governo perderá base social e, com isso, se fragilizará ainda mais, se não construir uma política voltada para a manutenção do emprego, em especial voltada para a juventude, onde o desemprego hoje está mais de 40%.

Carlos Lessa: Serra e a gosma que nos devora

Saul Leblon, no Carta Maior

O que faz um intelectual apaixonado pelo Brasil que aos 80 anos, financeiramente resolvidos, convence-se de que seu caso de amor mergulhou em ‘uma gosma’, como ele classifica a situação atual do país?

Talvez jogasse a toalha para desfrutar o conforto privado e merecido.

Talvez, se o seu nome não fosse Carlos Francisco Theodoro Machado Ribeiro de Lessa, ou Carlos Lessa, como é conhecido e respeitado o economista em quem, mesmo adversários de ideias, reconhecem uma das inteligências mais provocantes do país, ademais de um frasista demolidor.

Lessa está angustiado, aflito com o Brasil. ’Eu e as torcidas de todos os brasões da nação’, começa.

Signatário de um manifesto encampado por alguns dos principais intelectuais brasileiros contrários ao projeto do senador José Serra, de engessamento fiscal do Estado, Lessa, a exemplo de Maria da Conceição Tavares, foi tratado com desdém pelo tucano.

Entre outros vitupérios, o ex-governador de São Paulo, classificou seus críticos de ‘desinformados e pseudo-marxistas’.

‘Mas foram seus professores’, protestou inutilmente o senador petista Lindberg Farias, no dia 20/10, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado  --que voltará a examinar o assunto dia 3 de novembro, em sessão decisiva e ainda mais tensa.

‘Serra não precisava se diminuir tanto’, fuzila o professor emérito da UFRJ e ex-presidente do BNDES.

’Ofender pessoas com as quais ele teve reconhecida proximidade intelectual no passado, é ofender a si próprio. Lamento que tenha chegado a isso’.

No exílio chileno, nos anos 70, Serra conviveu intimamente com a família Lessa. A residência do economista, agora fustigado por ele, era um espaço da rotina do tucano, que então atribuía ao dono da casa seu aprendizado em economia.

‘Elogio em boca própria é vitupério’, desconversa o autor de ‘Quinze anos de política econômica’ (a industrialização do pós-guerra aos anos 60)’, obra apontada como uma continuação proposital de outro clássico –‘Formação Econômica do Brasil’, de Celso Furtado.

‘Mas desmerecer Conceição?’, indigna-se Lessa.

Uma das principais referências dos economistas heterodoxos, ‘Conceição’ deu a Serra, inclusive  --lembra Lessa-- a parceria em um texto famoso. ‘Além da estagnação’, obra de 1972, tornou-se um clássico, ao decifrar a perversidade intrínseca à acumulação capitalista no Brasil, harmoniosamente integrada à concentração de renda, contratada em 1964 à ditadura militar pelas elites golpistas de então.

‘Desfazer de Conceição?’, escande Lessa, como se dissesse: ‘quanta indignidade’.

‘Ver o destino do país jogado nessa goma da qual o projeto de Serra é um espessante, me aflige’, diz a voz grave.

O denominador comum da ‘gosma’, na visão do economista, é a panaceia do ‘corte’.

‘Cortar é tudo o que o discurso pantanoso tem a dizer sobre o nosso futuro, que assim deixa de existir’, desacorçoa.

Serra propõe 15 anos de retalhamentos.

‘O mais risível’, detona, ‘é que a esperteza quer sempre cortar do outro, nunca de si mesmo. Chegamos a essa situação pegajosa, na qual a nação chafurda e pode se perder’.

Cortar o quê, de quem, como e para quê?

Carlos Lessa cobra coerência nas respostas que não enxerga em nenhuma das tesouras mobilizadas para esquartejar e salgar as chances do desenvolvimento brasileiro.

‘Claro que eu também quero equilíbrio fiscal’, fustiga em direção a Serra. ‘Ninguém quer ver o Brasil caminhar para o encilhamento. Mas o que falta a Serra, e outros, é coragem para admitir o óbvio’, observa agora de forma pausada e pedagógica.

‘Se existe um déficit você terá que equacioná-lo buscando recursos onde há superávit. Estou certo?’, pede ajuda antes de uma pausa para respirar.

Em seguida metralha sem piedade: ‘Quem, afinal,  é superavitário hoje no Brasil; quem?’, esgrime a pergunta com repetidas estocadas. ‘Diga-me quem?’

Por certo não é a família assalariada, responde o economista agora de forma compassiva. ‘Tampouco o investimento, que há anos sequer resvala a mínima necessária ao crescimento sustentável, uma taxa da ordem de 20% do PIB, pelo menos’.

Depois de descartar o arrocho sobre a dívida pública – ‘uma ferramenta necessária, mas que no Brasil só cresce para pagar juro, ‘não para investir’, Lessa chega ao ponto do qual acusa Serra e outros de se afastarem covardemente.

‘Quem é superavitário nesta sociedade hoje, e há muito, são os bancos e os rentistas. Essa gente precisa ter brio e admitir um pacto, na forma de uma taxa,  para ajustar as contas fiscais, sem esmagar o emprego, o investimento público e os direitos sociais. Ou então afundaremos na gosma’, arremata o conferencista experiente, cujas frases hipnotizaram centenas de plateias acadêmicas e não acadêmicas por todo o Brasil.

Nascido em uma família da elite carioca, mas num tempo em que o futebol de rua conectava o berço rico à infância pobre da favela, Carlos Lessa não se dispensa do que cobra dos endinheirados institucionais.

‘Eu também acho que devo ter meus investimentos cortados para que se possa baixar a despesa do Estado com juros; hoje elas só servem para engordar a minoria e esmagar a capacidade fiscal do país’, sentencia sem concessão à hipocrisia.

O professor emérito da UFRJ, porém, não é ingênuo.

Lessa sabe que a repactuação política para a retomada do desenvolvimento não virá da generosidade dos detentores da riqueza financeira.

‘Falta bom senso para o Brasil sair da gosma. A legião do ajuste, na verdade, não se interessa pelo Brasil’, desfere para em seguida adotar um tom grave: ‘Dilma sabe onde está o problema. Já demonstrou isso. O que lhe falta é coragem. Um presidente precisa saber tomar paulada e persistir: existem condições para cortar os juros. Mas é forçoso ir além da esfera técnica’, observa agora em um tom de confidência: ’Um presidente precisa abraçar a discussão política do problema, e assim abrir espaço ao protagonismo da sociedade’.

O professor Carlos Lessa discorda dos que enxergam no mercado mundial uma atalho para o Brasil voltar a crescer, à margem dos seus interditos e impasses domésticos.

‘A globalização jaz em estado pantanoso’, avalia. Disputas e pendências históricas, no seu entender, estão sendo acirradas pela crise mundial. As tensões geopolíticas se avolumam. ‘O que vejo é a antessala de acirramentos bélicos, em uma palavra: guerra’, pontua com palpável angústia na voz.

O economista enxerga dois blocos em rota conflitiva: de um lado, os EUA e seus acordos transpacífico e transatlântico; de outro a China e sua diáspora de desembarques estratégicos em diferentes pontos do planeta. ‘A recuperação norte-americana fraqueja e a Europa definha’, acrescenta Lessa agregando peças ao seu painel de formações em marcha conflitiva pelo globo. ‘A Rússia está viva e quer ser o elo entre a eurásia e a Europa. Há um cheiro de pólvora no ar. Imigrantes são cerceados nas fronteiras; a extrema direita acaba de vencer na Polônia, a sexta economia da Europa... O Brasil pode se dar ao luxo de desperdiçar o mercado interno para se ancorar nessa areia movediça traiçoeira e carregada de minas?’, argui com gravidade.

A voz grave evidencia cansaço; a conversa precisa acabar. Não, porém, antes que esse brasileiro apaixonado pelo seu país, possa sinalizar linhas de passagem que, no seu entender, ainda resgatariam a economia da gosma espessada por ideias como as de Serra. ‘Nosso padrão de consumo melhorou inequivocamente’, pondera, ‘mas a qualidade de vida se deteriora. O país tem condições de escapar da gosma sufocante erguendo casas dignas para milhões de famílias, civilizando uma urbanização que concentrou 50% da população em 11 regiões metropolitanas conflagradas, erradicando de vez a fome na vida de nossa gente’, lista com realismo para fincar a estaca de esperança no meio da pasta disforme que desfigura seu sonho de Brasil: ‘Nada disso pressiona as contas externas. Estou falando de melhorar a qualidade de vida, gerar empregos e renda, mobilizando a única indústria realmente nacional que restou: a da construção. É isso ou a gosma; eu prefiro apostar nas possibilidades nacionais’, conclui e se despede agradecido, como se tivesse cumprido um dever: ’Obrigado’.






O FASCISMO NA CÂMARA

https://www.facebook.com/sigajandira2/videos/1069153699785958/

Esposa e filha de Vaccari falam pela primeira vez

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Em meio às conspirações políticas, às vezes esquecemos que as principais vítimas são os bodes expiatórios humanos encontrados para justificá-las.
Sobretudo seus familiares.
Quando mídia e Estado se unem numa conspiração golpista, a crueldade e o desrespeito à dignidade se impõem.
A imprensa brasileira revela seu golpismo atroz quando não dá voz à defesa.
Os EUA não são exemplo em matéria de direito penal. É um sistema que sempre optou por prender para depois investigar - é infelizmente o sistema que imitamos, e imitamos mal.
Só que a sociedade americana, e isso é o mais bonito nela, por ser uma democracia antiga, há muito tempo que discute profundamente as truculências e injustiças de seu sistema penal.
A narrativa americana clássica traz duas histórias básicas: uma é a do heroi que salva o mundo com seu talento e força individuais.
A outra é a luta do cidadão contra a violência do sistema penal americano.
A quantidade de filmes e livres sobre condenações injustas fez dos EUA o país que mais produz críticas a si mesmo.
Até assassinos e psicopatas são entrevistados e tem espaço na mídia.
Aqui, não.
Aqui, os liberais são uns hipócritas.
Na hora que precisamos deles, na hora em que a liberdade física dos cidadãos está em jogo por conta de conspirações que manipulam o desejo de vingança da plebe, os liberais correm para baixo da saia do Estado e gritam: prendam, esfolem, matem!
E dane-se a liberdade!
Se falamos de executivos ou dirigentes partidários presos injustamente, os liberais que sempre defenderam o capitalismo, tem um acesso inacreditável de demagogia: Merval Pereira então escreve colunas e mais colunas sobre "prender ricos e poderosos". Como se Merval & cia houvessem jamais se preocupado com a violência penal do Estado contra pobres.
A cena dos meganhas da Polícia Federal super-armados, cercando João Vaccari Neto, um velho gordinho, inofensivo e deprimido, como se este representasse algum perigo, ficará nos anais da história como uma cena de truculência policial contra um cidadão brasileiro inocente (até prova em contrário, segundo a Constituição).
Ao invés de defenderem que o Estado respeite os pobres, a mídia agora defende que o Estado estupre também o direito dos ricos. Claro que somente de alguns ricos - aqueles que não pagaram a devida propina à mídia. Não pagaram o pedágio da blindagem midiática.
Daí você entende porque alguns bandidos políticos - e vocês sabem a quem me refiro, sim a ele mesmo - defendem tão encarniçadamente a Rede Globo e atacam a regulamentação da mídia.
Daí você entende o medo generalizado que os políticos tem da mídia. A mídia, no Brasil, manda prender, independente de provas.
Os blogueiros que tentam dar espaço à crítica à violência do Estado contra cidadãos e empresas, que denunciam as conspirações judiciais, são acusados de "defenderem bandidos".
A mídia, agente do fascismo, quer prender os blogueiros também, porque estes denunciam as suas mentiras, as suas manipulações, o seu golpismo, o seu mau caratismo ilimitado.
Eu defendo sistemas penais justos, que não se verguem a interesses políticos ou midiáticos.
Infelizmente, é isso que está acontecendo no Brasil: os juízes se tornaram marionetes do poder econômico e político. Poder, que é bom lembrar, não está na mão do governo.
O governo - no Brasil, ao menos - não tem poder.
Quem tem poder, no Brasil, é o capital rentista e a mídia.
O capital - e o poder - está na mão dos banqueiros, da família Marinho, dos estamentos judiciais, dos interesses imperialistas.
Um leitor inclusive me enviou um link com documentos secretos vazados pelo Wikileaks, em que agentes do governo norte-americano elogiam alguns juízes brasileiros, em especial Sergio Moro, por se submeterem passivamente aos ditames do Tio Sam.
Democracia é um regime difícil de engolir, para os ricos - porque os pobres votam.
Então os ricos, o que fazem? Manipulam a opinião pública, e usam a truculência do Estado para prender seus adversários.
Democracia, direitos humanos, ouvir o outro lado? Esqueçam.
A nossa imprensa se tornou um sindicato de golpistas, interessada exclusivamente no poder, que ela almeja, desesperadamente, para viabilizar financiamentos bilionários para si, e aprovar leis e medidas que a salvem das revoluções tecnológicas que ameaçam a sua existência.
Ao cabo, porém, a mídia vai perder.
Ela pode mobilizar ainda milhões de analfabetos políticos, coxinhas, fascistas, sociopatas de toda espécie: isso não significa nada para a história, porque esses processos de manipulação de masssa são, infelizmente, comuns; mas todos são desmascarados depois de um tempo.
E os juízes que estiverem ao lado dos arbítrios, das injustiças, das conspirações, serão engolfados pelo ciclone de desprezo e escárnio que a história sempre reserva para os covardes, os oportunistas e os pusilânimes.
Abaixo, um depoimento de familiares do ex-tesoureiro do PT, Vaccari, preso injustamente, sem condenação, sem provas, pelo juiz justiceiro, heroi dos coxinhas, Sergio Moro.
***
No blog A verdade sobre Vaccari
Esposa e filha de Vaccari falam pela primeira vez
Publicado em 30 de outubro de 2015
Elas contam como é ter o marido e pai preso e exposto à execração pública só porque é do PT
“ Apesar da pressão para que todos se tornem delatores, tenho certeza de que meu pai jamais fará isso. A ideologia é tudo para ele. E ele jamais falaria de pessoas inocentes só para sair da prisão”, diz Nayara, filha de Vaccari.
“Não sei se consigo falar. É difícil. Quem está nos dando força na verdade é o próprio João. Ele é muito forte e é o que nos dá alicerce”.
Foi assim que Giselda de Lima, a Gigi, há mais de 30 anos casada com João Vaccari Neto, deu a primeira entrevista sobre o drama que a família vem enfrentando nos últimos meses. Ao seu lado, com os olhos marejados, estava Nayara de Lima, a filha do casal.
“Quem está nos dando força na verdade é o próprio João” é uma frase surpreendente para quem não conhece Vaccari, mas não para aqueles que conviveram com ele, como seus amigos e companheiros. Ela resume a personalidade de um homem com sólidos laços familiares, ético, determinado, comprometido com seus ideais políticos e, por isso mesmo, perseguido, humilhado e execrado.
Um silêncio ensurdecer tomou conta da sala. Não era um silêncio comum apenas a uma casa onde um bebê dorme tranquilamente. Era o silêncio que vinha lá do fundo dos corações dessas mulheres que mostram que têm a força típica dos Vaccari para enfrentar as torturas psicológicas. E, naquele momento, apesar do choro incontido, ao decidirem conceder entrevista a nosso Blog, mostravam também que estavam muito mais fortes do que pensavam para seguir lutando por justiça.
Ainda surpresas e certas de que não conseguiriam falar mais que duas frases, Gigi e Nayara abriram o coração e, com a voz embargada ou crises de choro, relembraram o pesadelo que enfrentam desde que a Operação Lava Jato passou a perseguir a família.
15 de abril. Logo cedo os noticiários exploravam de forma sensacionalista a prisão preventiva do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Foi um dia terrível, porém não tão humilhante como a manhã de 5 de fevereiro, quando a Polícia Federal invadiu a casa da família depois de arrombar o portão para conduzir coercitivamente Vaccari a depor. “Foi horrível e assustador. Naquele dia, ele não saiu para a caminhada como costumava fazer. Estávamos dormindo e foi um grande susto, pois foi muito truculento”, lembra Gigi.
Nayara, a filha única do casal, estava grávida de oito meses quando seu pai foi preso de forma humilhante e injusta sob os holofotes da mídia. João Mateus, o genro de Vaccari, foi quem preparou o espírito da então futura mamãe. “Ele dizia para mim, com todo o cuidado: você sabe o que de ruim pode acontecer ao seu pai, né? Mas vai ficar tudo bem.”
Os dez primeiros dias após a prisão – praticamente anunciada, prevista e defendida pela mídia nos dias que a antecederam – foram os mais difíceis. De repente, esposa, filha e a cunhada Marice Correa viram seus nomes e imagens sendo explorados de maneira covarde em uma campanha difamatória e brutal.
A base de tudo foram os vazamentos de dados confusos e contraditórios, devidamente explorados pela imprensa que não teve o mínimo pudor ao distorcer cada informação. “Foi bem difícil. Minha mãe ficou muito abalada, principalmente no período em que ficavam comparando a imagem dela com a da minha tia”, conta Nayara.
– Laudo da Polícia Federal confirma: Marice foi presa por engano
A tentativa de destruir a honra da família Vaccari, a forma avassaladora a que a intimidade deles foi exposta por jornais e revistas, continua provocando calafrios na Gigi, que, compreensivelmente, ainda se assusta com a presença de jornalistas.
Passados alguns meses, Gigi e Nayara se esforçam para encontrar formas de conviver com essa nova realidade.
A ideologia mantém meu pai sereno
“Acredito no que fiz, por isso vou até o final”. É com essas palavras que Nayara descreve uma das conversas que teve com o pai. “O que me dá força é essa convicção dele de que fez tudo certo. É isso que faz com que eu o admire ainda mais e aceite melhor tudo o que estamos passando.”
Falar da ideologia do pai é, visivelmente, motivo de orgulho para essa jovem médica ginecologista. No olhar e nos gestos é possível perceber a emoção que toma conta de Nayara quando fala sobre suas conversas com Vaccari.
“Meu pai é muito ideológico. Ele diz que a vida dele não fará mais sentido se sua soltura implicar perder tudo aquilo em que acredita. A ideologia é tudo para o meu pai e é isso que vai fazê-lo aguentar até o final.”
E nem foi preciso perguntar o que seria esse final. Apesar de não militar partidariamente, Nayara tem plena consciência da perseguição política da qual seu pai é vítima e da pressão que ele sofre diariamente. Ela logo emendou: “Existe uma clara pressão para que todos se tornem delatores. Mas tenho certeza de que meu pai jamais faria isso. Primeiro, porque ele me disse que não tem o que falar. Segundo porque querem nomes e ele jamais falaria de pessoas inocentes só para sair da prisão.”
Nesse momento, Gigi, também muito emocionada, concordou com todas as palavras da filha. “João é um homem muito honesto e justo”, completou.
Como não pode conviver com o neto, Vaccari lê livros infantis
“Essa é a forma que ele encontrou para saber lidar com o neto quando voltar para casa”
Quando Gigi e Nayara visitaram Vaccari pela primeira vez no Complexo Médico-Penal, em Curitiba, seu neto já havia nascido. Foi o nascimento de João que o fez começar a ler livros de contos infantis. Isso mesmo, Vaccari, aquele homem apresentado pela mídia como seco e frio, passou a frequentar a biblioteca da prisão para ler livros para crianças – o primeiro, com cerca de 50 páginas, foi “O menino que mudou de bairro”.
A história, explica Nayara, é sobre um menino que sofre preconceito ao mudar de casa e tem dificuldade para se relacionar com as crianças do novo bairro. “Meu pai disse que o conto trazia um debate importante sobre preconceito e por isso escolheu o livro. Só podia ser meu pai mesmo, é a cara dele isso”, disse, entre risos.
O segundo livro infantil foi “O menino do dedo verde”. Até a pedagoga responsável pela prisão estranhou a escolha de um segundo livro infantil. “Ela deve ter ficado confusa. De repente, ele pega dois livros infantis na sequência. Ela perguntou o porquê”, contou Gigi.
– E o que ele respondeu?, pergunta a reportagem.
– Ele disse: “mas o que eu vou conversar com o meu neto quando sair daqui?”
O avô Vaccari certamente está orgulhoso e feliz e demonstra isso do seu jeito. Foi assim quando viu seu neto com calça jeans pela primeira vez. Nayara conta que quando levou João para conhecer o avô, Vaccari não conseguiu expressar a alegria e, emocionado, repetiu diversas vezes a mesma frase: “Esse meu neto parece um homem de calça jeans”.
Quem sabe estava sonhando com o futuro, quando puder passear de mãos dadas com seu neto, livre.

Desta vez não dá

Artigo de Mino Carta, da Carta Capital, retirado da Conversa Afiada Oficial

O desvairado ataque midiático movido a ódio de classe trai a fraqueza e o desespero da casa-grande


Transcrevo o primeiro período do editorial do Estadão de quarta 28: “Não se pode dizer que tenha causado surpresa o fato de a Operação Zelotes da Polícia Federal ter estendido suas investigações à empresa de um dos filhos de Luiz Inácio Lula da Silva e convocado a prestar depoimento seu fiel acólito, Gilberto Carvalho”. Na mosca.

De fato, não causa surpresa alguma que a Zelotes ganhe subitamente a atenção nunca merecida. Tampouco causaram as retumbantes manchetes tanto do próprio Estadão quanto da Folha de S.Paulo que na terça 27 celebraram o evento. Há uma operação em curso, contudo, a transcender os alcances da Zelotes e quaisquer outras. A Operação Anti-Lula, Anti-Dilma, Anti-PT, precipitada por um afã destruidor capaz de atentados à verdade factual e aos valores e princípios democráticos e republicanos.

O empenho é tanto que um mero boato espalhado pelos apaniguados (ou seriam acólitos?) de Eduardo Cunha, intérpretes do seu espírito ardiloso, a respeito da viabilidade técnica do impeachment, move as manchetes da quarta 28, para que o próprio presidente da Câmara as desminta na manhã do mesmo dia. Ele avisa, com a expressão de Buster Keaton, não ter nada a ver com o rumor. Ah, sim, Keaton: grande ator cômico do passado remoto que jamais sorria.

A Operação a serviço do ódio de classe é ampla e complexa, conta com a instrumentação da mídia nativa e evoca situações pregressas. Não é por acaso que o editorial do Estadão, que me inspira de saída, intitula-se: “Lula e o mar de lama”. Pois é, o fatídico mar de lama em que, segundo o Estadão de 60 anos atrás, então nutrido pela retórica de Carlos Lacerda, soçobrava o Palácio do Catete habitado pelo velho Getúlio Vargas.

É do conhecimento até do mundo mineral que se esboçava o golpe de 1964. A história repete-se. Como farsa, há quem diga. De minha parte, intuo um progresso, na acepção mais completa da palavra, mesmo porque não enxergo em Lula a vocação suicida que muitos historiadores apontam em Getúlio. Lula gosta da vida e quer vivê-la. Não sei se a encenação atual há de ser definida como farsa, embora não me desagrade a ideia ópera-bufa. Sobra-me apenas uma certeza, e me atrevo a decliná-la em pleno andamento do espetáculo: desta vez a manobra está destinada ao fracasso. Por ora, no que diz respeito ao impeachment. Depois, veremos.

Entenda-se. O tempo é outro. Às vezes, admito, o meu ceticismo dobra meu inextinguível otimismo na ação, mesmo assim há na trama uma patetice que trai o desespero. Uma dúvida latente dos graúdos, a denunciar a desconfiança na sobrevivência da força esmagadora que, faz 60 anos, alimentava as certezas dos senhores da casa-grande. Algo se deu pelo caminho, além de uma leve melhora nos índices da desigualdade.

Recordo épocas tragadas pelo galope do tempo, em que um termo da moda era conscientização. Talvez algo se mova agora neste sentido. Meus botões admitem a crença de que cresceu o contingente de quantos se habilitam a perceber o lado tolo, e até ridículo, de um enfadonho, desvairado ataque midiático, a aguçar o açodamento raivoso da minoria e exibir sua fraqueza.

Surpreende uma pesquisa Ibope, divulgada pelo site do infatigável Estadão, para tratar dos índices de rejeição das figuras políticas eventualmente candidatáveis às eleições de 2018. Os 55% que penalizam Lula são citados em primeiro lugar, mas o júbilo dura pouco. José Serra tem 54, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes 52, Marina Silva 50, Aécio Neves 47. Creio, em todo caso, que estas porcentagens tenham peso relativo. Muitos dos entrevistados quem sabe entendam ser a pesquisa prematura, à vista do longo prazo que nos separa do pleito.

“Apesar da rejeição – e aqui volto a citar o Estadão – o porcentual dos eleitores que com certeza votariam nele (Lula, leia-se) é maior do que a de todos os seus potenciais adversários.” Ou seja: 23% contra 15% de Aécio, 11% de Marina, 8% de Serra e 7% de Ciro. Cuja presença na liça favoreceria o petista, conforme a análise dos meus botões. Ou, por outra, se as eleições se dessem hoje, a despeito de toda a campanha contrária febrilmente desfechada pela mídia, o ex-metalúrgico, homessa!, retomaria a Presidência.

Paulo Henrique Amorim: 'Esse livro é o testemunho da minha vida'

https://youtu.be/sVYzKYbz4k4

Os criminosos do Revoltados On Line

https://www.facebook.com/deputadofederal/videos/946250702134553/

MST, essa luta é pra valer!

https://www.facebook.com/MovimentoSemTerra/videos/986264888112892/

O verdadeiro legado de Simone de Beauvoir

http://www.revistaforum.com.br/semanal/o-verdadeiro-legado-de-simone-de-beauvoir/

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

“Serão três anos de pancadaria, mas eu vou sobreviver”; veja a íntegra do discurso de Lula

http://www.viomundo.com.br/politica/ao-vivo-lula-fala-ao-diretorio-nacional-do-pt.html

Dívida pública líquida cai para 33% do PIB

Dívida Pública Líquida
O Banco Central divulgou há pouco nota com números atualizados das contas públicas nacionais. Não há desgraça nenhuma à vista. A dívida líquida pública chegou a cair R$ 101 bilhões, ou 0,5% do PIB, em relação ao mês anterior, em razão da depreciação da moeda nacional. Está em 33%, o nível mais baixo desde o início da década de 90.
Ao final do governo FHC, havia passado de 60% do PIB, como se pode ver no gráfico acima.
Não quer dizer que as coisas estão às mil maravilhas. Mas se você comparar as contas públicas nacionais com as de outros países, verá que estamos bem acima da média internacional.
Para nossa imprensa, contudo, não interessa vender qualquer tipo de esperança ou otimismo. A pauta, desde sempre, é o apocalipse.
Mas não vivemos nenhum apocalipse.
Todas as avaliações estimam que o pior - em termos de inflação, crescimento econômico, contas públicas - já passou.
2016 será bem melhor 2015, 2017 muito melhor do que 2016.
***
Abaixo, o texto publicado no site do Banco Central.
NOTA PARA A IMPRENSA - 29.10.2015
I - Resultados fiscais
Em setembro o setor público consolidado registrou deficit primário de R$7,3 bilhões. O Governo Central e as empresas estatais apresentaram deficits respectivos de R$6,8 bilhões e R$894 milhões, enquanto os governos regionais apresentaram superavit de R$415 milhões.
O resultado primário acumulado no ano é deficitário em R$8,4 bilhões, ante deficit de R$15,3 bilhões no mesmo período de 2014. No acumulado em doze meses, registrou-se deficit primário de R$25,7 bilhões (0,45% do PIB), comparativamente a deficit de R$43,8 bilhões (0,77% do PIB) em agosto.
Os juros nominais, apropriados por competência, alcançaram R$70 bilhões em setembro, comparativamente a R$49,7 bilhões em agosto. Contribuiu para esse aumento o volume maior de perdas nas operações de swap cambial no mês. No acumulado no ano, os juros nominais totalizaram R$408,3 bilhões, comparativamente a R$209,1 bilhões no mesmo período do ano anterior. Em doze meses, os juros nominais atingiram R$510,6 bilhões (8,89% do PIB), elevando-se 0,42 p.p. do PIB em relação ao observado em agosto.
O resultado nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$77,3 bilhões em setembro. No ano, o deficit nominal totalizou R$416,7 bilhões, comparativamente a deficit de R$224,4 bilhões no mesmo período de 2014. No acumulado em doze meses, o resultado nominal registrou deficit de R$536,2 bilhões (9,34% do PIB), elevando-se 0,10 p.p. do PIB em relação ao deficit registrado no mês anterior.
O deficit nominal de agosto foi financiado mediante expansão de R$59,2 bilhões na dívida bancária líquida e de R$20,2 bilhões na dívida mobiliária, contrabalançadas, parcialmente, pelas reduções de R$1,6 bilhão nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária, e de R$392 milhões no financiamento externo líquido.
II - Dívida mobiliária federal
A dívida mobiliária federal interna, fora do Banco Central, avaliada pela posição de carteira, totalizou R$2.588,7 bilhões (45,1% do PIB) em setembro, registrando acréscimo de R$36,7 bilhões em relação ao mês anterior. O resultado refletiu emissões líquidas de R$13,4 bilhões, acréscimo de R$1,5 bilhão em razão da depreciação cambial e incorporação de juros de R$21,8 bilhões.
Destacaram-se as emissões líquidas de R$8 bilhões em LFT, de R$5,4 bilhões em LTN e de R$2,1 bilhões em NTN-B; e os resgates líquidos de R$1,8 bilhão em NTN-F e de R$0,2 bilhão em CFT-E.
A participação por indexador registrou a seguinte evolução, em relação a agosto: a porcentagem dos títulos indexados a câmbio permaneceu em 0,5%; a dos títulos vinculados à taxa Selic elevou-se de 16,5% para 16,8%, devido a emissões líquidas de LFT; a dos títulos prefixados evoluiu de 32,4% para 32,6%, pelas emissões líquidas de LTN; e a dos títulos indexados aos índices de preços passou de 25,2% para 25,3%, em função de emissões líquidas de NTN-B. A participação das operações compromissadas reduziu-se de 25% para 24,4%, apresentando compras líquidas de R$25,3 bilhões.
Em setembro, a estrutura de vencimento da dívida mobiliária em mercado era a seguinte: R$146,2 bilhões, 5,6% do total, com vencimento em 2015; R$445,2 bilhões, 17,2% do total, com vencimento em 2016; e R$1.997,3 bilhões, 77,2% do total, vencendo a partir de janeiro de 2017.
No final de setembro a exposição total líquida nas operações de swap cambial alcançou R$406,6 bilhões. O resultado dessas operações no período (diferença entre a rentabilidade do DI e a variação cambial mais cupom) foi desfavorável ao Banco Central em R$38,6 bilhões.
III - Dívida líquida do setor público
A dívida líquida do setor público alcançou R$1.906 bilhões em setembro (33,2% do PIB), reduzindo-se 0,5 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. A desvalorização cambial de 8,94% registrada no mês respondeu por redução de R$101,7 bilhões no estoque da DLSP.
No ano, a relação DLSP/PIB caiu 0,9 p.p., influenciada pelo impacto da desvalorização cambial acumulada de 49,6% no período (-7,1 p.p.), pelo efeito do crescimento do PIB nominal (-1,3 p.p.), pela incorporação de juros (+7,1 p.p.), pelo deficit primário (+0,1 p.p.) e pelo ajuste de paridade da cesta de moedas da dívida externa líquida (+0,2 p.p.).
A Dívida Bruta do Governo Geral (Governo Federal, INSS, governos estaduais e governos municipais) alcançou R$3.789,1 bilhões em setembro (66% do PIB), elevando-se 0,5 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.

Os Revoltados Online na Câmara

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena: extraído do blog do Miro



Convidados a comparecer à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que apura os crimes na internet, o chefão dos Revoltados Online, Marcello Reis, e a advogada Beatriz Kicis se cercaram de uma claque barulhenta de cerca de 70 pessoas para fazer exatamente o que fazem na internet: dizer barbaridades, disparar clichês contra a esquerda e zoar qualquer opinião divergente.

Pouco antes de a audiência começar, jovens de 20 e poucos anos ligados aos Revoltados Online e ao Movimento Brasil Livre conversavam animadamente com os deputados Jair Bolsonaro e Marco Feliciano, com quem tiravam selfies. Bolsonaro fazia piadas machistas, citando “Kid Bengala” e coisas do gênero. Incrivelmente, as moças do grupo riam. Não se sabia ainda se Jean Wyllys, do PSOL, autor do convite, iria comparecer. Ele não foi.

“A ‘menina’ ainda não chegou”, disse Marcello a um correligionário, se referindo ao deputado, que é ativista homossexual. “A ‘noiva’ sempre chega atrasada”, disse outro membro do grupo. “Deve estar se maquiando”, falou Bolsonaro. Risos. Feliciano, de topete alisado e com mechas loiras, tentava decifrar a frase de Simone de Beauvoir que caiu na prova do Enem, “não se nasce mulher, torna-se mulher”. “Então mulher existe ou não existe?”, dizia. Risos.

Alguns meninos do grupo, todos brancos (à exceção de Fernando Holiday, que chegou no final), usavam cabelos compridos, com rabo de cavalo, e brincos – moderninhos na aparência, conservadores na essência. Resolvi perguntar a Bolsonaro o que ele, que preza tanto pela “masculinidade”, achava dos penteados de seus fãs. “O que vale é se ele vai olhar pro lado, se está defendendo ideologia de gênero ou não. Isso aí é moda. Tá pensando que eu sou tão quadrado assim?”

“Ideologia de gênero”, aliás, é o novo mantra dos reaças. Beatriz Kicis, que tem vídeos no youtube ao lado de seu ídolo, o pseudofilósofo Olavo de Carvalho, só fala nisso. “A doutrinação ideológica é feita desde o primário. Tem até banheiro com ideologia de gênero! O que é isso? Onde estamos?”, disse Beatriz, fazendo metáforas ao estilo dona-de-casa. “É a mesma receita de Cuba e da Venezuela, é o mesmo bolo que vai sair daí. Desarmam a população, sexualizam as crianças, tiram a autoridade dos pais com essas leis da palmada, criam pequenos comunistas! Estamos perto de virar uma Venezuela!”

Essa é outra obsessão de Beatriz, a “transformação” do Brasil em um país “comunista”, “totalitário”. Para ela, a luta contra a corrupção não é tão importante, “mas a corrupção servindo de meio para o Estado totalitário” que acusa o PT de estar instalando por aqui. “Vou continuar lutando contra o Foro de São Paulo de manhã, de tarde, de noite e de madrugada!”, discursou, para delírio geral.

Neste momento, o deputado Sandro Alex, do PPS paranaense, sub-relator da CPI, fez questão de se certificar se os Revoltados estavam de fato online. “Estão transmitindo pela internet?” Sim, estavam. Era a vez de Marcello Reis falar. Ele contou que criou o canal em 2000, para, afirma, “rastrear pedófilos”, após a filha ter sido vítima de abuso. “Depois de 2010 é que os seguidores começaram a levar para a política. Eu não era politizado”, disse.

Em seguida, defendeu-se por ter postado no Facebook uma acusação infundada contra o deputado petista Paulo Pimenta, acusando-o de ser proprietário da boate Kiss, que pegou fogo matando 242 pessoas em 2013. “Foi outro administrador que colocou no ar, eu estava viajando. Excluí o post depois de 5 minutos e até podia ter pedido desculpas, mas o deputado me chama de neonazista só porque sou desprovido de cabelo”, pilheriou. Gargalhadas da claque. Curiosamente, Marcello voltou a atribuir a “outro administrador” da página os demais conteúdos polêmicos, como a defesa do uso de armas de fogo.

Para mostrar que é “vítima” do ódio, o líder dos Revoltados Online exibiu um áudio onde é chamado de “filho de uma puta soviética”. “Recebo milhares de ameaças de petistas todos os dias”, afirmou. No entanto, ao ser questionado pelo deputado Esperidião Amin sobre o autor dos xingamentos, Marcello se contradisse. “Não, esse daí não é petista.” Nas considerações finais, ele começou a inflar um boneco de Lula em plena mesa, no que foi impedido pela segurança, mas logo contou com o auxílio de Feliciano e dos Bolsonaros, pai e filho, para o serviço de sopro.


(Bolsonaro pai e Bolsonaro filho com a boca no pixuleco)

Não fosse pelo deputado Paulo Pimenta, que estava presente, os Revoltados sem causa ficariam sem o contraditório. Pimenta afirmou que Marcello Reis não é apenas o líder de um grupo anti-corrupção na política. “Estou convencido que se trata de uma organização que já cometeu um conjunto de crimes graves, inclusive tirar dinheiro de pessoas inocentes”, acusou. “Eu o processei, mas até hoje a Justiça não conseguiu notificá-lo porque ele muda de endereço.”

A claque de bolsomitômanos “defensores da liberdade de expressão” não permitia que o deputado falasse, gritando, vaiando e emitindo sons como “Hummmm”. O mesmo aconteceu quando Alice Portugal, do PCdoB baiano, usou o microfone. Com Bolsonaro, ao contrário, urravam: “Mito! Mito!”

Triste dia para a Câmara: o circo terminou com o grupo pulando como hooligansno plenário da Comissão e entoando um “hino antibolivariano”. O que tinha de ser esclarecido não ficou: afinal, o que fazem os Revoltados Online nas redes é só “liberdade de expressão”? Julgue você mesmo no vídeo.

Detalhe: após a audiência, o grupo se dirigiu para o gabinete da presidência da Casa. Sim, os “anticorrupção” continuam apoiando Eduardo Cunha.

Sicário: Soberania, uma ideia em desuso?

Léa Maria Aarão Reis* no Carta Maior

postado em: 30/10/2015
Além da maldição que paira sobre as nações detentoras de cobiçadas reservas de petróleo, outra se soma aos alvos das intervenções econômicas e políticas desestabilizadoras, permanentes, por parte do Império. São nações que se encontram em espaço geográfico crítico para a sobrevivência e garantia da sua soberania, e, no caso do México, têm os Estados Unidos da América sentados sobre sua cabeça. De soberano o país tem, cada vez mais, menos um pouco.

Este é o tema do filme Sicário, terra de ninguém (Sicario/2015), como anuncia o título. Cenário de uma região onde a disputa pelos cartéis de drogas e o seu extermínio, há décadas segue descontrolada – guerra sem fim e sem resultados - o epicentro fica na ciudad de Juarez, favelizada, com mais de dois milhões de habitantes. Lá, a CIA e outras agências americanas não têm jurisdição para atuarem. Trabalham nas sombras e agem ilegais, e de modo tão brutal quanto os senhores do tráfico.

Neste filme do canadense Dennis Villeneuve é eloquente um diálogo durante o duelo final entre um sicário (o matador, o mercenário) atuando junto com a CIA e outros agentes americanos e um chefão do tráfico. Pergunta o chefe mexicano, sentado na sua mesa, jantando e rodeado pela mulher e pelos filhos, todos sob a mira do ex - advogado colombiano transmudado em justiceiro (o papel é do excelente ator porto-riquenho Benício Del Toro cuja carteira é recheada de prêmios internacionais): “Eu lamento a morte de sua mulher degolada e da sua filha jogada num tanque de ácido. Mas você sabe bem com quem aprendemos a ser assim violentos.”

Pano rápido.

Villeneuve é autor de uma bela produção canadense que, com o tempo, vai se tornando um clássico. Chama-se Incêndios (Incendies/2010). É a trajetória de uma mulher árabe que, ao morrer no Canadá, deixa aos filhos uma herança surpreendente. O roteiro do filme é perfeito e a narrativa dessa fascinante história, apaixonante. Em Sicário, ao contrário, o roteiro filmado é de um estreante, Taylor Sheridan, e, confuso, tende a manipular a trama para, de modo sutil, justificar a extrema violência e as violações cometidas pelos americanos em territórios estrangeiros – no caso a zona cinzenta de fronteira entre a cidade americana de El Paso, de um lado, e Juarez, tida como a cidade mais violenta do mundo, do outro. Os bandidos são os traficantes mexicanos que devem morrer. Os mocinhos, os sicários, os policiais – fardados e à paisana - e os vingadores. Eles sobrevivem.

Dennis Villeneuve já provou em seus filmes anteriores que sabe dirigir momentos de grande tensão, e aqui repete a proeza. É perfeita a sequência de um gigantesco engarrafamento na fronteira.

Mas a história gira em torno da destemida agente do FBI Kate Macy, aqui o símbolo de uma moral que (ainda) perduraria, pelo menos na visão de Villeneuve e de Sheridan, e cuja dedicação e coragem fazem com que seja convidada a integrar uma equipe mista cujo objetivo é capturar o tal chefão do crime mexicano. Aos poucos, Kate percebe que sua crença no que reza a lei nem sempre é levada ao pé da letra. Ela descobre que foi escolhida para a missão como decoração, enquanto representante do FBI, o que confere legitimidade à ação.

Há uma observação de Del Toro à agente Kate, decisiva para entendermos do que se trata. “Você assina este relatório provando que tudo foi feito às claras e aconselho que depois vá para uma pequena cidade onde haja necessidade da implantação da lei. Porque aqui, Kate, isto não é para você. Aqui é a terra de lobos e você não é um lobo.”

A função de Kate (atriz Emily Blunt) é servir de contraponto moral na história das transgressões tramadas em obscuros bastidores às quais, diga-se - e não de passagem -, nós, cidadãos comuns, nunca conheceremos.  Se por um lado é estereótipo, por outro é bom sempre relembrar.

Torturas: “Você vai ver o que é o inferno na terra dos ianques”, diz um policial americano numa sessão de tortura ao traficante mexicano, prisioneiro. Matanças, sequestros, limites legais apagados por decisões que são tomadas “distantes daqui, por pessoas que foram eleitas”, comenta um agente.

O estado de direito que se esboroa e propicia o caos com a pobreza, as favelas, os viciados, traficantes, os facínoras. Veem-se, numa montanha de pedra próxima da várzea onde meninos jogam pelada, pintadas em letras garrafais, mensagens da Bíblia.

É nessa várzea nos arredores de Juarez, durante uma pelada da garotada, que se dá a última sequência do filme de Villeneuve. Um tiroteio ao longe, balas tracejantes atravessam o horizonte, o jogo para e o tempo entra em suspenso. Poucos minutos depois, as balas silenciam e a pelada volta ao “normal”. Nada muito diferente do que ocorre em vários bairros, no Rio de Janeiro, regularmente.

Some-se a essa realidade mostrada em Sicário/Terra de Ninguém, a informação recente sobre os novos telegramas do WikiLeaks publicados na revista americana Jacobin por Alexander Main e Dan Beeton. “Eles não mostram vislumbres das atividades mais secretas das agências de informação dos EUA. São, provavelmente, a ponta do iceberg das interferências políticas de Washington na América Latina. Mas evidenciam a persistência e os esforços dos diplomatas dos EUA em intervir contra os governos de esquerda na América Latina. Usam a alavancagem financeira e os múltiplos instrumentos disponíveis na caixa de ferramentas para a “promoção da democracia” - às vezes até através de meios violentos e ilegais.” Bingo.


*Jornalista




QUEM GANHA COM A CRISE E O IMPEACHMENT?

Extraído do blog Democracia & Política



QUEM GANHA?

O Brasil caótico de hoje parece incoerente porque todos perdem. Mas se existe todo esse dispendioso esforço de cultivo da crise, alguém com certeza o financia e ganhará com o caos.


O lado perdedor é óbvio. Com pouquíssimas exceções, todos os brasileiros perdem. 

O impressionante é que muitos participam de corpo e alma da forte e persistente campanha destruidora suicida, incutindo, repercutindo e estimulando o derrotismo, causando a paralisia do país, o desestímulo ao consumo, 
o retrocesso da economia, o desemprego, falências, enfim, miséria. 

Os efeitos da batalha já atingem e atingirão ainda mais a população, mas também não escaparão os ricos do 1%, seus filhos e netos. 

Tenho certeza que muitos não são burros e têm consciência que estão cavando e caindo em direção ao fundo do poço. 

Se até este simples blog percebe que é um tiro no pé essa campanha midiática gigantesca e destruidora que assola o país, com certeza muitos dos seus participantes [na mídia, no Congresso, nos tribunais, no MPF, na PF, STF, nos partidos da direita (PSDB, DEM, Rede, PPS, SD), nas redes sociais, empresários, banqueiros nacionais], também têm percepção de que isso nos conduz para a tragédia, e que eles irão juntos. 

Então, qual é a lógica masoquista da criação do caos? Quem ganha 
com essa loucura de suicídio coletivo econômico e social dos brasileiros?

Com certeza, há um pote de ouro no fundo do poço que motiva e atrai como um imã. Mas quem usufruirá do pote de ouro e espertamente está forçando os brasileiros a imbecilmente cavar em direção a ele?

Sempre quando não percebo bem o que ocorre no meu entorno, procuro entender o conjunto maior, com visão mais global.

O dinheiro, há milênios, está no centro de tudo. O mundo, nos últimos tempos, está sob o comando coordenado de poucos megaempresários financeiros. Eles negociam diariamente trilhões de dólares, em grande parte virtuais. 
Disfarçada e eufemicamente, eles são chamados de "o mercado". Grandes empresas multinacionais são importantes, mas não têm o enorme poder decisório harmonizado dos megabanqueiros.  Eles são os donos do mundo. As grandes potências, como os EUA, são em essência seus exércitos, para impor pela força, quando necessário, o que interessa a esses quase anônimos poucos megaempresários financeiros. Nada acontece no mundo fora do interesse e do alcance deles. 

Até os norte-americanos não percebem que lutam e morrem por interesse desse "mercado". Por exemplo, as famílias recebem seus filhos de volta do Iraque dentro de caixões enrolados na bandeira dos EUA, e orgulhosas se perfilam ao toque fúnebre do clarim, acreditando que eles morreram "pela democracia e pela liberdade". Não sabem que a guerra foi para cumprir ordens determinadas pelos donos do mundo para se apropriar do petróleo e lá colocar suas empresas vendendo em petrodólar, gerando mais lucro e riqueza para os megabanqueiros.     

E o caos no Brasil, o que isso interessa a esses donos do mundo?

Simplificando e resumindo, opino: 

O pré-sal é o pote de ouro. São muitas dezenas de bilhões de barris de petróleo em reservas já identificadas, significando trilhões de dólares reais, não virtuais. Para o megamercado financeiro, quanto mais rápido esse petróleo for explorado e comercializado, não interessa por quem, maior e mais rápido será o fluxo financeiro mundial e mais lucros em menor prazo ganharão os megabanqueiros.

A decisão do Presidente Lula de impor por lei o modelo de partilha no pré-sal, com a Petrobras obrigatoriamente operadora, com a imposição de conteúdo nacional e de crescimento da produção de acordo com as necessidades e possibilidades de investimento brasileiras, foi o começo do caos comandado de fora para dentro do Brasil. Caos movido a muito, muito dinheiro. 


Tentaram de todos os modos derrubar Lula. Sangrando, ele ainda conseguiu eleger Dilma. 

Quando ela também demonstrou firmeza em manter os mesmos parâmetros para o pré-sal ser prioritariamente benefício para os brasileiros e não para os megabanqueiros e petroleiras estrangeiras, foi desencadeada nova etapa da guerra. É a grande crise que vivemos. Mais intensa a partir de 2013, com grandes e violentas manifestações de rua (por pretextos ridículos: não aumento de R$ 0,20 nas passagens de ônibus, catraca livre, não realização da Copa etc), com violência e destruição do patrimônio público e privado. Essa fórmula, desestabilização e mudança para um novo governo submisso "ao mercado", já foi adotada com êxito em várias partes do mundo. Porém, apesar das manifestações de rua, da campanha intensa e diuturna na mídia, com acusações falsas ao PT nas capas das revistas, em grandes manchetes, em todos os telejornais, ainda assim, ocorreu a reeleição de Dilma. 

Desde então, bateu o desespero na direita. Chegamos ao ponto de o Brasil estar morrendo por enlouquecidas tentativas de impeachment da presidente para colocar de algum modo a direita "do mercado" no poder, até mesmo por meio de "intervenção" militar. Campanha essa com a integral participação da mídia e de grande parcela de políticos, juízes, delegados, coxinhas da elite sem cérebro, altas patentes militares, todos ingênuos (ou não?). Como citamos no caso dos soldados norte-americanos que pensam lutar e morrer por causa nobre em guerras de intervenção mundo afora, aqui também muitos lutam e sofrem sem perceberem que estão sendo marionetes de grandes interesses financeiros mundiais, cavando o próprio túmulo e o de suas famílias.

Ao final, com o Brasil fraco e moribundo, será fácil para os megabanqueiros mundiais e seus comandados se apropriarem e explorarem nosso petróleo e outras nossas riquezas trilionárias. 


E os brasileiros que ainda restarem? Com certeza, como já usual, PSDB, DEM, Rede, PPS, SD, juízes, jornalistas, os donos da mídia, ajudarão os novos donos do Brasil, e contribuirão para a "modernização", privatizando (estrangeirizando) a Petrobras, o Banco do Brasil, BNDES, Caixa etc, "flexibilizando" as leis trabalhistas, eliminando direitos e baixando salários, tudo para nos tornar escravos "mais competitivos" e aumentar os lucros dos exploradores estrangeiros. Haverá mutantes. Até o PMDB do Vice-Presidente Temer já se assanhou e se antecipou, e ontem divulgou uma carta com sua estratégia mais do agrado do "mercado", inclusive, eliminando a obrigatoriedade do modelo de partilha no pré-sal, propondo a volta do dadivoso modelo tucano de "concessão", muito cobiçado e mais generoso para as petroleiras estrangeiras. Talvez, o matreiro Temer esteja dizendo: "tirem a Dilma que já estou preparado para ceder tudo a vocês"

Esse é o pote de ouro no fundo do poço. 

Vale a pena nosso sacrifício e de nossas famílias para enriquecer ainda mais os megabanqueiros?

FONTE: imagem obtida no google e texto escrito por este blog 'democracia&política'.

O sonho europeu de voltar ao passado

Roberto Savio* no Carta Maior

postado em: 30/10/2015
As recentes eleições na Suíça e na Polônia são bons indicadores do que vai ocorrer em outros países da Europa devido à crescente e imparável onda de refugiados. Vamos situar os acontecimentos num contexto mais vasto, mas primeiro é necessário fazer algumas considerações cruciais, sobre as quais existe um consenso cada vez maior.

A primeira é que o sistema atual de relações internacionais e governança nacional deixou de funcionar. Estamos vivendo um período de transição, mas ninguém sabe aonde ele vai dar. A esquerda não tem um manifesto e a direita apenas cavalga no status quo. Não há um pensamento político a longo prazo.

A segunda é que se vive numa época de “nova economia”, baseada na supremacia das finanças sobre a produção. Funcionários não eleitos governando os bancos centrais e os banqueiros, que com isso têm muito mais poder que antes.

Essa “nova economia” considera os empregos precários uma realidade legítima, a desigualdade social natural, o mercado como a base exclusiva para o desenvolvimento da sociedade, e estima que o Estado é ineficiente e um freio permanente para o setor privado.

A terceira é que as instituições políticas vêm sendo ofuscadas. Nenhum partido conta mais com um movimento juvenil. São vistos cada vez mais como parte do sistema de poder, forças fisiológicas que consideram os cidadãos como mero eleitorado, e não mais porta-vozes da cidadania.

As cifras da política (e da corrupção) estão crescendo ano após ano. As próximas eleições norte-americanas custarão mais de 4 bilhões de dólares e até agora apenas 145 doadores já pagaram mais de 50% da campanha eleitoral.

Segundo a Escola de Economia de Londres, o custo de uma campanha eleitoral na Europa aumentou 47% na última década. Em outras palavras, muitos consideram que vivemos agora numa democracia que está se tornando uma plutocracia. A Hungria está defendendo abertamente uma democracia autocrática, ao estilo de Cingapura e da China, e está tendo sucesso com essa proposta.

A quarta consideração é que o multilateralismo está em crise. Os Estados Unidos deixaram de ratificar todos os tratados internacionais, começando pela Convenção Internacional sobre os Direitos das Crianças e pelo Direito Marítimo. As Nações Unidas foram marginalizadas. As organizações regionais, como a União Africana, ou a Organização dos Estados Americanos, se tornaram notoriamente ineficazes.

A União Europeia está saindo de uma crise existencial do euro (a questão da Grécia) para entrar em uma ainda mais grave, a dos refugiados. O Reino Unido está liderando uma ofensiva contra Bruxelas para a restituição de poderes, o que criará um precedente que outros invocarão, começando por Hungria e Polônia.

Se essas considerações, entre muitas outras, forem consideradas válidas, então não é difícil entender porque os eleitores europeus estão votando com base na nostalgia política e na falta de segurança. Devido a um futuro incerto, o sonho de voltar a um melhor passado se fortalece.

As eleições suíças e polonesas premiaram os partidos que anunciaram que defenderão a identidade nacional contra os estrangeiros, especialmente os muçulmanos. As tradições religiosas nacionais contra os valores europeus de liberdade sexual, o casamento homossexual, o aborto livre e os estilos de vida decadentes.

O caso da Polônia é emblemático. O país tem sido um dos maiores beneficiados pela ajuda da União Europeia – o leste europeu quis ingressar ao bloco para conseguir fundos e apoio, mas sem nenhuma intenção de dar algo em troca, como vemos na negativa de aceitar os imigrantes agora.

Vale a pena recordar que, até a crise financeira de 2008, a xenofobia e os partidos de direita radical eram entidades marginais em quase toda a Europa.

Em pouco tempo, os outrora marginais ganharam espaço, inclusive em países conhecidos por seu sentido cívico e tolerância, como a Holanda e os países nórdicos.

É desconcertante ver trabalhadores e pessoas de baixa renda votarem pela Frente Nacional na França, pelo Cinquestelle na Itália, pelo UKIP no Reino Unido, e agora pelo Paz e Justiça na Polônia.

O sonho de voltar a um passado seguro e ordenado é o que os leva a votar num partido xenófobo, de direita radical e antieuropeu.

Não que queiram votar por um futuro incerto: para eles é mais tranquilizador votar por uma época durante a qual a política era nacional, não havia uma burocracia sem rosto em Bruxelas indicando como empacotar tomates, não havia o euro – uma moeda supranacional, manobrada em Frankfurt por banqueiros poderosos do BCE –, não havia uma Alemanha hegemônica ditando instruções aos outros países.

Também vale a pena recordar que grande parte dos cidadãos europeus ainda não recuperaram a qualidade de vida que tinham antes de 2007. Os jovens pagam um custo desproporcional por uma crise provocada pelo setor financeiro, que foi resgatado com uma quantidade de recursos muito maior que a destinada para as políticas de emprego ou para a recuperação social.

O sonho de voltar ao passado também foi o motivo da criação do Tea Party nos Estados Unidos – criado pela ala radical do Partido Republicano – e da vitória de Justin Trudeau no Canadá. As diferenças entre Estados Unidos e Canadá foram claramente reduzidas pelo primeiro-ministro Stephen Harper, que acaba de deixar o cargo. Os canadenses quiseram voltar aos bons tempos de Pierre Trudeau, elegendo o seu filho Justin nas eleições federais de 19 de outubro.

Enquanto o Ocidente pode sonhar com uma idade de ouro recente, no Sul do mundo, o nacionalismo, irmão gêmeo da nostalgia política, está aumentando – especialmente no caso dos países com um passado glorioso, e me refiro não só ao Japão de Shinz%u04D Abe e à China de Xi Jinping, mas também à Índia, à Tailândia e ao Sri Lanka.

Se apresenta, assim, um problema para o Ocidente. Atualmente, existem 60 milhões de refugiados, sem considerar neste número os que enfrentam perseguições sexuais, como os gays na África, ou as mulheres que enfrentam o Boko Haram na Nigéria. Tampouco estão contabilizados os que estão obrigados a escapar das mudanças climáticas – que, segundo a ONU, serão outros 15 milhões até o ano de 2025 –, que devem ser somados aos que lutam contra a fome e contra as ditaduras.

O termo “migrantes” é muito mais representativo da realidade que a palavra “refugiados”, que são, para a Europa, somente os que fogem de conflitos claramente reconhecidos. E o Ocidente está por trás de muitos desses conflitos. Se calcula que desde que a Rússia começou a intervir na Síria, deve haver uns 150 mil sírios refugiados da guerra, aumentando o êxodo que já existia.

A expansão demográfica é clara. A África terá um bilhão de habitantes em 2030, enquanto a Europa vai perder ao menos 15 milhões este ano. A Europa que conhecemos, homogênea, branca, cristã e tolerante vai desaparecer. Isso, inevitavelmente, vai requerer uma boa dose de sofrimento.

Os Estados Unidos vai se transformar num país multicultural e multiétnico em pouco mais de cem anos. De acordo com os registros da ilha de Ellis, o ponto de entrada de imigrantes mais importante do país, nove milhões de irlandeses, alemães, austríacos e escandinavos entraram no país nos tempos do barco a vapor, além de outros oito milhões de poloneses, búlgaros, romenos, húngaros, russos e bálticos, e mais uns cinco milhões de italianos e gregos.

Em poucas décadas, um total de 22,5 milhões de europeus se tornaram norte-americanos. A Europa não está preparada para abrigar nem mesmo um décimo disso.

* Jornalista ítalo-argentino, cofundador e ex-diretor-geral da Inter Press Service (IPS). Nos últimos anos, também fundou Other News, um serviço que difunde “informação que os mercados eliminam”.

Tradução: Victor Farinelli




Os recordes da Petrobras, a “incompetente”.

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Da palestra da Diretora de Exploração e Produçao da Petrobras, Solange Guedes, em palestra na Offshore Technology Conference Brasil, que se realiza aqui no Rio de Janeiro:
– a produção de petróleo no pré-sal tripilicou em 30 meses. Isso dá um crescimento médio de 3,73% a cada mês, dificilmente registrado em qualquer atividade econômica.
– O índice de eficiência da exploração naquela área atingiu um índice  de 92,4 %, ou seja: em realção a metas definidas como 100 em custos e prazos, chegou-se a 92,4.
– Um destes indicadores: o tempo de perfuração dos poços – no total, entre água, rocha e camada de sal, alcançam 7 mil metros – diminui de 57$. Ou seja, se um poço gastava 100 dias para  ser perfurado e completado, hoje leva 43. E um dia, na perfuração de um poço em águas ultraprofundas, custa bem mais de meio milhão de dólares, entre aluguel da sonda (entre 400 e 500 mil dólares, em geral), pessoal e a caríssima logística de levar equipamentos  e suprimentos por mar e ar a torres situadas a 200 ou 300 km da costa.
– Isso, portanto, permitiu uma economia de US$ 1,77 bilhões (R$ 7,5 bi) na perfuração dos poços do pré-sal e,com a eficiência em sua operação, baixaram o custo de extração para US$ 9 dólares por barril, contra uma média de US$ 15 de outras grandes companhias petroleiras.
Este último dado é  essencial dentro do modelo de partilha.
É que o custo de produção é debitado do preço do barril extraído antes de partilhar quanto dele será  dividido entre o Governo Brasileiro e o concessionário, Menor custo, maior o valor restante a ser partilhado, maior a parcel do Governo.
Uma diferença de seis dólares, com o preço do barril em torno dos 50 dólares, significa um ganho de 12% com essa redução de custos.
Abaixo, posto um pequneo vídeo sobre as conquistas tecnológicas da Petrobras que permitiram este milagre de eficiência

Desafios do Pré-Sal | OTC 2015

https://youtu.be/KhnnmAOD67s

Por que a Operação Zelotes não bate na vice-presidência de Relações Institucionais da Globo?

 
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Diretoria de lobby da Globo e Operação Zelotes: tudo a ver

Por Helena Sthephanowitz, para a Rede Brasil Atual

A busca e apreensão na empresa de Luís Cláudio da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente Lula, tentando associar a prorrogação de uma medida provisória de 2009 com um negócio da empresa – de 2014 –, dada a fundamentação frágil que a justifica, parece pretexto para se fazer uma devassa na empresa, na expectativa de se encontrar qualquer coisa que renda manchetes aos portais e jornais. 
Lembra outro episódio mais ou menos recente, quando a promotora Márcia Milhomens Corrêa, do Ministério Público do Distrito Federal, pediu uma devassa sobre telefonemas de um certo local dando apenas as suas coordenadas geográficas. A alegação era investigar uma informação que, logo depois, mostrou ser mais um factoide lançado pela imprensa: o suposto uso de telefone celular pelo ex-ministro José Dirceu, quando estava preso em regime fechado. O problema é que a promotora “esqueceu” de mencionar que as coordenadas geográficas eram do Palácio do Planalto. Ou seja, na prática, a ação possibilitaria bisbilhotar todo e qualquer telefonema na sede da Presidência da República.
Se for para fazer busca e apreensão com bases tão frágeis, os investigadores da Operação Zelotes teriam de dar uma batida na vice-presidência de Relações Institucionais da Globo, pois existem também coincidências interessantes por lá.
“Vice-presidente de Relações Institucionais” é o nome comumente dado no mundo das grandes empresas ao executivo encarregado de fazer lobby junto a autoridades governamentais, parlamentares e, pelo visto recentemente, até nos tribunais e Ministério Público. Quem ocupa o cargo no grupo Globo, desde 2011, é Paulo Tonet Camargo. Uma busca na agenda pública de autoridades do Ministério das Comunicações mostra que Tonet é assíduo frequentador dos gabinetes do ministério. Seu papel é defender interesses das Organizações Globo junto ao governo.
Mas o que chama atenção é o currículo anterior de Tonet. Largou a carreira no Ministério Público do Rio Grande do Sul e, após passar pelo Ministério da Justiça como diretor do Departamento Penitenciário Nacional, de 1995 a 1997, no governo FHC, foi trabalhar na RBS (afiliada da TV Globo no Rio Grande do Sul e Santa Catarina), onde foi diretor-geral em Brasília e vice-presidente jurídico e institucional, de 1998 a 2011, quando foi promovido para a matriz da Globo.
O cargo na RBS já foi ocupado anteriormente por Augusto Nardes, atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), também implicado pelos investigadores na Operação Zelotes da Polícia Federal.
A RBS é uma das empresas investigadas. Documentos apontam pagamento de propina de R$ 11,7 milhões a um conselheiro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para anular ou reduzir uma vultosa dívida tributária da empresa com a Receita Federal. Pelo cargo de vice-presidente jurídico e institucional que ocupava na RBS, estaria dentro de suas atribuições lidar com esse assunto, a autuação milionária da Receita, além de fazer gestões junto a órgãos públicos no interesse da empresa.
Não fosse um diretor da Globo, esse conjunto de fatos seria prato cheio para repórteres inescrupulosos fazerem ilações e pressão para a Polícia Federal fazer uma devassa em seus endereços e sigilos fiscais, telefônicos e bancários. Mas o fato é que, sem uma evidência mais clara da participação da pessoa na autoria do ilícito, não há base que justifique buscas e quebras de sigilo apenas por cargos que ocupou e negociações de que participou, da mesma forma que se Luís Cláudio não fosse filho de Lula seria preciso algo bem mais concreto do que ilações sobre uma medida provisória necessária para o Brasil, de quatro anos antes, para justificar medidas judiciais invasivas.
Mas Tonet é da Globo. E Luís Cláudio Lula da Silva nem sequer é propriamente o alvo da ação política. O alvo é o pai. Parodiando frase de 1950 de Carlos Lacerda sobre Getúlio Vargas, a perseguição política em curso visa primeiro a que Lula não seja candidato à Presidência em 2018. Se for candidato, que não seja eleito. Se eleito, que não tome posse. Empossado, que seja derrubado.

Lula completa 70 anos incomodando a oposição e sendo orgulho do povo

O mais bem avaliado presidente da história do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, completa 70 anos, nesta terça-feira (27), com uma trajetória de luta marcada pelo compromisso com o povo brasileiro. O nordestino retirante, operário e líder sindical que se tornou chefe de Estado, fato que ainda incomoda tanta gente, mas é motivo de orgulho para outros milhões de brasileiros.

Por Dayane Santos, no Portal Vermelho


Reprodução
 
Foi com Lula que o país conquistou avanços sociais, tendo como carro-chefe programas como o Bolsa Família, a valorização real do salário mínimo, a redução do desemprego em níveis históricos, a ampliação do acesso ao ensino superior, a realização do sonho da casa própria com o Minha Casa Minha Vida, entre outros.

Na campanha para desgastar o seu legado, o consórcio oposicionista divulgou pesquisa de opinião para candidatos à Presidência da República, sendo que Dilma Rousseff completou um ano de sua eleição e apenas 10 meses de mandato. Eles bem que tentaram, mas mesmo com todos os ataques, ilações e factoides da mídia, para desespero da oposição derrotada nas urnas, ele ainda é a liderança política mais importante deste país e o nome mais forte para a disputa presidencial de 2018 que eles querem tanto antecipar.

Lula com João Amazonas no comício de 1º de Maio de 1989
Entre os entrevistados pelo Ibope, o índice dos que dizem que votariam com certeza em Lula é maior do que a de todos os seus rivais: 23%. Em segundo lugar aparece o senador Aécio Neves (PSDB), com 15%, seguido de perto por Marina Silva (Rede), com 11%. O também tucano José Serra tem 8%, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem 7% e Ciro Gomes (PDT), 4%.

Apesar disso, as manchetes dedicaram o foco no índice de rejeição de Lula, que era de 55%. Esse índice visto isoladamente parece alto, no entanto, diferentemente da preferência de voto, o índice de rejeição dos adversários listados revelava o que eles gostam de chamar de empate técnico.

Os tucanos José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves tinham 54%, 52% e 47% de rejeição, respectivamente; Marina Silva 50%: e Ciro Gomes apresentava 52%.

Mesmo depois de quase um ano sendo o principal alvo das ilações, mentiras e factoides despejados em centenas de milhares de jornais, revistas, matérias de sites e reportagens de jornais de TV, Lula é o candidato forte.

Vale destacar que no mesmo dia em que foi divulgada a pesquisa e às vésperas dos 70 anos de Lula, a Polícia Federal deflagrou uma fase da Operação Zelotes. Apesar de mandatos de prisão e condução coercitiva, o destaque da imprensa foi a ação de busca e apreensão realizada na empresa de Luis Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente.

“Não passa de um factoide com a clara intenção de atingir o ex-presidente Lula às vésperas do seu aniversário de 70 anos”, disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que destaca ainda que todos os pedidos de busca e apreensão e de prisões preventivas da Zelotes foram negados pela Justiça. “Agora foi autorizada uma ação espetaculosa, que tem justamente o filho de Lula como alvo. (...) Não existe qualquer vínculo entre as questões investigadas pela Operação Zelotes, que apura denúncias de corrupção no Conselho de Administrativo de Recursos Fiscais – Carf, e a empresa de Luís Cláudio Lula da Silva.”

Mensagens nas redes

Nas redes sociais, diversas mensagens de políticos, atletas e outras personalidades foram postadas em homenagem aos 70 anos de Lula. A presidenta Dilma Rousseff fez questão de deixar a sua mensagem ao amigo e companheiro de luta. "Homenageio o parceiro de todas as horas, o retirante nordestino que transformou o Brasil. O presidente que conquistou o coração dos brasileiros", disse a presidenta, destacando que “é testemunha de sua luta para fazer do Brasil um país de todos”.
 
A presidenta Dilma Rousseff manda parabens ao ex-presidente Lula #Lula70"Homenageio o parceiro de todas as horas, o retirante nordestino que transformou o Brasil. O presidente que conquistou o coração dos brasileiros." Hoje, Lula completa 70 anos. A presidenta Dilma Rousseff mandou um abraço "do tamanho do Brasil" ao ex-presidente.
Posted by Lula on Terça, 27 de outubro de 2015


“Avante! Vamos vencer essa batalha”, enfatizou Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB e deputada federal, que também prestou sua homenagem ao ex-presidente. “Nós já passamos por momentos muito mais difíceis no país. Tenho certeza que você é peça fundamental, pois é o grande líder de massas e político de nosso país. Um beijo e firme na luta”, completou.


#Lula70"Um beijo e firme na luta." A deputada Luciana Santos, conterrânea de Lula, ex-prefeita de Olinda e presidenta do PCdoB - Partido Comunista do Brasil, mandou sua mensagem de parabéns pelos 70 anos do ex-presidente. Assista:
Posted by Lula on Sábado, 24 de outubro de 2015


"Lula, bem-vindo ao setentinha. Receba a minha solidariedade, não só pelos 70 anos, mas por tudo que você vem passando. Estou com você, como sempre", disse o cantos e compositor Chico Buarque.

"Nós ainda temos muita coisa para fazer nesse mundo afora. Erradicar a fome é possível. O senhor mostrou isso no Brasil", enfatizou José Graziano, diretor-geral Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

"Nós contamos e precisamos muito de você. Hoje e por muito tempo", disse Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo.

João Pedro Stédile, da liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), destacou seu legado: “Que o senhor possa seguir ajudando o povo brasileiro a se conscientizar sobre nossos inimigos e percorrendo esse Brasil levando uma voz de esperança”, afirmou.

"Parte destes 70 anos foi dedicado ao povo do Rio de Janeiro, que se libertou. O senhor levou o desenvolvimento econômico aonde as pessoas já não acreditavam mais", destacou ainda Luiz Fernando Pezão, governador do Rio de Janeiro.

Um dos vídeos mais assistidos e compartilhados foi o da equipe do Corinthians, com o técnico Tite, o gerente de futebol Edu Gaspar e os jogadores Cássio, Felipe, Ralf, Danilo e Jadson.
 
O cantor Zeca Pagodinho também enviou uma mensagem: “Meu querido amigo, feliz aniversário! Seu amigo está aqui, com saudade de você”, disse.

O ministro da Cultura, Juca Ferreira; a diretora e produtora de cinema Tata Amaral; Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos do mundo, e sua esposa, Lélia Wanick Salgado, participaram igualmente da iniciativa.

“Tenho certeza de que o Brasil ainda precisa do senhor e nós vamos estar juntos nessas batalhas para melhorar a vida do povo brasileiro”, disse o ministro da Cultura, Juca Ferreira.


Do Portal Vermelho

Operação: Zelotes. Alvo: Lula

Jeferson Miola. Do Carta Maior

A Operação “Zelotes”, uma alusão da Polícia Federal ao “deus cioso”, investiga um esquema de corrupção no âmbito do CARF [Conselho Administrativo de Recursos Fiscais]. O CARF é o órgão público que recebe e julga recursos de contribuintes – pessoas físicas e empresas – relativos a pendências e dívidas fiscais e previdenciárias.

O CARF é composto por 216 conselheiros, dos quais metade são auditores fiscais concursados da Receita Federal, ou seja, funcionários de carreira. A outra metade é formada por pessoas indicadas por confederações e entidades de classe que “representam os contribuintes” – leia-se, o influente grande capital empresarial, midiático e financeiro.

É importante sublinhar que dentre os conselheiros estatais, todos são funcionários concursados; nenhum deles é um dos 3.000 cargos de confiança [daqueles que podem ser indicados legalmente pela autoridade eleita] que serão extintos pela inócua decisão “austericida” do governo. De maneira explícita: nenhum deles foi indicado pelo PT.

É dispensável discorrer sobre os conselheiros “voluntários”, indicados pelos “contribuintes” – são seres “altruístas”, não recebem remuneração, se dedicam “espontaneamente” a este labor. As más línguas dizem, todavia, que eles não recebem do CARF porque são antes pagos pelas empresas, para defenderem os interesses delas na fraude contra o Estado.

Bem, o fato é que a Operação Zelotes investiga a associação formada por mega-empresas com funcionários públicos para a prática do crime de sonegação fiscal e previdenciária. De acordo com estimativas iniciais, somente nos últimos 8 anos [esqueçamos a pilhagem praticada por eles em 507 anos], esta associação criminosa lesou o erário em mais de 19 bilhões de reais, igual à metade do déficit do orçamento de 2016.

Empresas luminares em termos de eficiência, produtividade e modernidade; justamente aquelas que sempre querem dar aulas de boa prática de gestão ao Estado, estão entre as mencionadas no noticiário: Gerdau, Santander, Bradesco, RBS, Bank Boston, Safra, Pactual, FORD, Mitsubishi etc.

Tratam-se de empresas que apregoam a primeira lição da cartilha da “eficiência e da produtividade”, que começa com a tese de Estado-mínimo para a maioria da população e Estado-máximo para eles. Não é nada difícil presumir a fonte da eficiência e produtividade destas empresas “modelares” da modernidade do capitalismo, esse sistema tão “puro e limpo” que é contaminado pelo “mundo sujo da política”.

Pois bem, apesar da magnitude do escândalo que deveria ser investigado na Operação Zelotes, o condomínio policial-jurídico-midiático de oposição conseguiu a proeza de construir uma variante em paralelo: alegam supostas negociatas entre o governo Lula e a indústria automobilística para a aprovação de benefícios fiscais àquele setor. Na falta de qualquer elemento concreto contra Lula, não hesitaram em implicar nesta trama o filho dele.

Qual a alegação? Que a empresa de marketing esportivo pertencente ao filho do Lula, que foi criada em 2011 – portanto, 2 anos após a concessão de benefícios fiscais ao setor automobilístico – em 2014 [5 anos depois] recebeu 1,5 milhão de reais por serviços prestados a uma empresa envolvida nas fraudes no CARF. Qual o nexo entre a empresa do filho do Lula e a Zelotes? Nenhum, a não ser o fato de ser o filho do Lula.

O condomínio policial-jurídico-midiático mirou no filho de Lula para acertar no próprio Lula, coincidentemente na véspera do aniversário de 70 anos deste que, com sua obra, já é um dos maiores personagens da história do Brasil moderno.

Este método é parte de um plano estratégico de desconstrução, no imaginário popular, da imagem e do patrimônio simbólico que o Lula representa.

Antes, tentaram uma denúncia contra a nora de Lula, que também não colou. Agora, atacam com uma denúncia contra o filho do Lula. E, como esta armação também não vai vingar, passarão a atacar o bisneto, depois o tataraneto, até acabarem com todos os Lulas e tudo o que eles representam enquanto expressão de um Brasil mais justo e democrático.

Ao mesmo tempo, o “Ministro” Augusto Nardes [ex-deputado do PP], do “Tribunal” de Contas da União, cuja empresa de um sobrinho-sócio – essa sim citada por intermediação para o Grupo RBS no CARF –, segue sua cruzada militante pelo impeachment da Presidente Dilma.

Também não se tem notícia de nenhuma ação espetacular da Polícia Federal de busca e apreensão nos escritórios das empresas, bancos e grupo de mídia fraudadores. Aliás, apesar da cifra assombrosa, que é três vezes maior que o desfalque na Petrobrás, a Zelotes não andou porque o juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, obstruiu a investigação por longo período, e teve de ser afastado do caso pela Corregedoria Nacional de Justiça para não continuar obstruindo as investigações. Agora, quando a Zelotes é finalmente retomada, de maneira curiosa o alvo da Operação não são os criminosos que cometeram um rombo de mais de 19 bilhões de reais ao erário, mas sim o Lula.

Neste 27 de outubro, Lula completou 70 anos de uma trajetória vitoriosa de vida. O condomínio policial-jurídico-midiático lhe presenteou outra dose amarga do ódio que nutre não só em relação a ele, Lula, mas pelo ódio nutrido em relação à maioria do povo brasileiro que ele, Lula, trouxe à superfície de uma vida digna.

Para eles, Lula não pode sobreviver; tem de ter ser morto, tem de ser aniquilado, porque ele não pode voltar em 2018!



quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Produção do pré-sal triplica em 30 meses

Da Petrobras, extraído do Conversa Afiada Oficial.

Em almoço-palestra, diretora de Exploração e Produção, Solange Guedes, apresentou os destaques da companhia na exploração em águas ultraprofundas

A Petrobras foi o grande destaque desta quarta-feira (28) na Offshore Technology Conference Brasil (OTC), no Centro de Convenções do Riocentro, no Rio de Janeiro (RJ). No almoço-palestra “Desenvolvimento do Pré-Sal Brasileiro e as Inovações Tecnológicas em Águas Ultraprofundas na Petrobras”, a diretora de Exploração e Produção, Solange Guedes, falou sobre a redução significativa de mais de 50% do tempo de construção dos poços do pré-sal desde 2010 e o custo de produção (lifting cost) por barril nesta camada – de US$ 9 em comparação com a média das principais majors, de US$ 15. A diretora também destacou a alta produtividade dos poços do pré-sal, o fato de a produção ter triplicado em 30 meses e a alta eficiência operacional, de 92,4%, na média dos últimos três anos.

Segundo a diretora de E&P, a experiência adquirida ao longo da exploração e do desenvolvimento offshore foi determinante para que a empresa tenha atingido a marca de um milhão de barris de óleo equivalente por dia no pré-sal, obtido em setembro. “A Petrobras atingiu uma combinação única de custos, produtividade e eficiência. Como consequência, um portfólio muito competitivo”, explicou. Ela apresentou também o histórico de exploração offshore da Petrobras desde a década de 70, que possibilitou o sucesso na exploração do pré-sal.

Solange Guedes destacou ainda a importância do trabalho dos técnicos da Petrobras, dos parceiros e fornecedores, para a obtenção dos bons resultados, ressaltando o trabalho do engenheiro Antonio Carlos Capeleiro Pinto, que foi premiado com o OTC Distinguished Achievement Award for Individuals, pela contribuição para o desenvolvimento técnico e gerenciamento dos campos de petróleo em águas profundas e ultraprofundas. Capeleiro é especialista na área de engenharia de reservatórios e concepção de planos de desenvolvimento de campos offshore da companhia e, nos últimos nove anos, tem atuado nas áreas do pré-sal da Bacia de Santos.

“A Petrobras possibilitou que eu alcançasse todos os meus sonhos. Após 33 anos na companhia, tenho que agradecer aos profissionais competentes que trabalharam comigo em cada desafio. Com meus colegas aprendi muito. Os desafios só podem ser superados se você estuda, trabalha em equipe, respeita seus valores e é comprometido. Eu tenho muito orgulho fazer parte do time Petrobras”, disse Antonio Pinto.

A gerente executiva da Petrobras para a área de Libra, Anelise Lara, participou da sessão especial “Encontro das Lideranças de Associações Profissionais”. Anelise ressaltou a importância das sociedades de profissionais na disseminação de conhecimento para as novas gerações de técnicos da indústria de óleo e gás. A gerente destacou ainda a atuação integrada da equipe multidisciplinar de projetos de Libra, que inclui colaboradores das cinco empresas participantes do consórcio que atua na área, desenvolvendo projetos nas diversas áreas de conhecimento.

Anelise também apresentou informações sobre o projeto exploratório de Libra, onde já foram perfurados quatro poços, dois na área nordeste e dois na área central. Segundo a gerente executiva, a primeira fase do desenvolvimento da produção se concentrará na área nordeste de Libra. O primeiro Teste de Longa Duração está previsto para o primeiro trimestre de 2017 e o Projeto Piloto para 2020.

Outro destaque do dia foi o painel “Pré-sal: o primeiro milhão de barris de óleo equivalente”, com a participação de executivos e técnicos da Petrobras, entre eles o engenheiro Antonio Capeleiro Pinto, premiado pela OTC. A Petrobras superou o patamar de um milhão de barris de óleo e gás no pré-sal no último mês de setembro, quando registrou ainda o recorde diário de 1 milhão 120 mil barris de óleo equivalente por dia.