BOA NOITE
A TODAS E A TODOS.
EM NOME
DA NOSSA EQUIPE AGRADEÇO A ESTA CASA PELA HOMENAGEM AO DIEESE. VAI AQUI NOSSA
SAUDAÇÃO E AGRADECIMENTOS ESPECIAIS AO DEPUTADO DIRCEU DRESCH, DO PARTIDO DOS
TRABALHADORES, PELA GENTILEZA DE ENCAMINHAR A HOMENAGEM AO DIEESE NOS SEUS 60
ANOS DE EXISTÊNCIA (QUE SERÃO COMPLETADOS EM 22 DE DEZEMBRO).
AGRADECIMENTOS A TODOS OS COMPANHEIROS E
COMPANHEIRAS PRESENTES. AGRADECIMENTOS ESPECIAIS A TODOS OS DIRIGENTES E ÀS
DIRIGENTES SINDICAIS E SOCIAIS QUE AQUI COMPARECERAM.
AGRADECIMENTOS FRATERNOS À DIREÇÃO DO DIEESE (EM
BOA PARTE AQUI PRESENTE E TAMBÉM AOS COMPANHEIROS QUE NÃO PODEM ESTAR AQUI
CONOSCO). AGRADECIMENTO MUITO ESPECIAL AO COORDENADOR DA DIREÇÃO SINDICAL, IVO
CASTANHEIRA, QUE TEM PRESTIGIADO O DIEESE EM TODAS OS ESPAÇOS E INSTÂNCIAS DO
MOVIMENTO SINDICAL.
AGRADECIMENTOS ÀS CENTRAIS SINDICAIS, PARCEIRAS DE
TODAS AS HORAS E PARA O QUE DER E VIER
ESTA HOMENAGEM AO DIEESE, É TAMBÉM A HOMENAGEM AOS VALOROSOS
FUNCIONÁRIOS DA INSTITUIÇÃO, QUE,
COM SEU TRABALHO DEDICADO E CRITERIOSO, PRESERVAM O ÚNICO PATRIMÔNIO QUE O
DEPARTAMENTO POSSUI, QUE É A SUA CREDIBILIDADE (RECONHECIDA ATÉ PELOS PATRÕES).
COMO SÃO POUCOS FUNCIONÁRIOS, É POSSÍVEL NOMINÁ-LOS: CRISTIANE, MAIRON, SAMYA, TAMARA, MAURÍCIO E JÉSSICA.
APROVEITO
AQUI PARA FAZER UM AGRADECIMENTO AO PRIMEIRO FUNCIONÁRIO DO DIEESE EM SANTA
CATARINA, MEU AMIGO AFRÂNIO BOPPRÉ, SUJEITO FUNDAMENTAL NA CONSTRUÇÃO DO
ESCRITÓRIO AQUI EM SANTA CATARINA (HOJE VEREADOR DE FLORIANÓPOLIS, JÁ FOI
PARLAMENTAR DESTA CASA).
MEUS
AMIGOS, ESTA HOMENAGEM AO DIEESE, INICIATIVA DO DEPUTADO DRESCH, NA VERDADE, É
UMA HOMENAGEM A TODO O MOVIMENTO SINDICAL DE SANTA CATARINA. Esta
sessão solene, no fundo, é uma homenagem aos trabalhadores catarinenses. O
DIEESE é uma criação do movimento sindical brasileiro, do distante ano de 1955.
Se não houvessem sindicatos fortes no Brasil e em Santa Catarina, o DIEESE nem
mesmo existiria. Portanto, meus caros amigos, esta sessão especial relativa aos
60 anos do DIEESE é, no fundo, uma homenagem aos trabalhadores do campo e da
cidade, que constroem o progresso do nosso estado e do nosso país, assim como
uma homenagem às entidades que os representam.
No fundo esta é uma homenagem ao trabalhador e à
trabalhadora mais humildes, mais explorados, cujo trabalho anônimo é muitas
vezes considerado desprezível pelas elites econômicas e políticas. Mas de fato,
como sabemos, são eles que carregam esse maravilhoso país continente nas
costas. Esta homenagem ao DIEESE é uma saudação aos trabalhadores rurais, os de
salário mínimo, os negros, as mulheres, a todo o povo sofrido, que é o que
temos de melhor e quem dá a este país o sentido de nação.
Esta homenagem se estende também àquele favelado
que, muitas vezes sem ter o que comer, mantêm hasteada no alto da sua casinha
caindo aos pedaços, a bandeira nacional, uma devoção completamente
desinteressada, fruto do mais sincero amor ao Brasil.
COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS:
Um dos fundadores do DIEESE, o dirigente sindical Tenorinho,
como era conhecido esse pernambucano do sindicato dos Laticínios de SP, nascido
em 1923 e falecido há poucos anos atrás (em janeiro de 2010), a quem tivemos
(alguns de nós) a honra de conhecer pessoalmente, disse o seguinte:
“O Dieese passou por todo um sistema de preparação.
Ele não surgiu de um estalo, não. Ele foi fruto de todo um acúmulo de
aprendizagem”.
Companheiros e companheiras:
Lá se vão seis décadas de aprendizagem. O tempo
passou, levado também pelo vento das lutas. Hoje, como antes, sintonizados com
o presente e conectados com os desafios de futuro, rendemos nossa homenagem aos
milhares de tenorinhos, leninas, salvadores e mônicas (todos fundadores), que
construíram, com muito trabalho militante e compromisso com a justiça e a
solidariedade, uma instituição a serviço
da classe trabalhadora. Poderiam ser também milhares de: Castanheiras,
Suelis, Rubinis, Davis, Jorges, Jânios, Godinhos, Altamiros, Dirceus, Alanos, Afrânios,
Carlos e
tanto outros presentes aqui.
O movimento sindical brasileiro, há 60 anos, em
determinado momento de suas batalhas pela justiça, soberania e igualdade,
percebeu que poderia se aperfeiçoar, se dispusesse de uma instituição calcada
na ciência, mas que estivesse a serviço da classe trabalhadora brasileira. Em
1955 a luta por objetivos comuns entre os trabalhadores, com muitas dificuldades,
criou as condições para a construção de uma entidade técnica, plural e
unitária. Nascia o Dieese, instituição de pesquisa e assessoria, que tem
características peculiares entre as organizações de trabalhadores de todo o
mundo.
Desde então, os dirigentes entendem muito bem o
papel do conhecimento na luta social e o poder e a capacidade que ele gera para
o debate público. As primeiras
pesquisas, sobre custo de vida, já abriram a demanda para a assessoria, nas
negociações com os empregadores e os governantes locais. O trabalho evidenciou
que o conhecimento produzido deveria favorecer, além da assessoria às lutas
sindicais e às negociações coletivas, o investimento em formação sindical.
Assim foi feito durante décadas.
Hoje o Dieese trabalha para consolidar presença
nacional, com a realização da Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos em todas as
capitais brasileiras. E na nossa querida Brusque, uma das únicas duas cidades do
Brasil onde é feita a pesquisa fora das capitais. Graças à parceria entre DIEESE
e o Sindicato dos Trabalhadores em Fiação e Tecelagem (SINTRAFITE) de Brusque,
a quem aproveitamos para agradecer neste momento, através dos diretores
presentes, pela parceria histórica.
À medida que a sociedade brasileira se tornou mais
complexa (afinal o Brasil, nestes 60 anos, conquistou a posição de 7ª economia
do mundo), a demanda temática do movimento sindical se ampliou. Atualmente, o
Dieese assessora o movimento sindical em mais de 40 temas (salário mínimo,
reforma tributária, terceirização, rotatividade, informalidade, previdência
social, seguridade social, política industrial, orçamento público, questões de
gênero, raça e juventude, e por aí afora). A diversidade de questões é bastante
ampla e de grande complexidade. Pesquisas, estudos, notas técnicas, anuários,
livros, seminários, debates, oficinas são exemplos das várias maneiras de se
disponibilizar permanentemente a produção técnica.
Há dez anos atrás, ao completar 50 anos, o Dieese
perguntou às entidades sindicais filiadas se o projeto que deu origem à instituição
(de criar uma universidade do trabalhador), ainda estava no horizonte. A
resposta foi sim e, desde então, têm sido feitos investimentos para a
construção da Escola Dieese de Ciências do Trabalho, hoje em pleno
funcionamento. Reconhecida pelo Ministério da Educação, a instituição acaba de
formar a primeira turma de bacharéis em Ciências do Trabalho, que, em setembro
último, receberam os certificados de conclusão da graduação.
O movimento sindical hoje mostra-se conectado com
sua história porque mantém e renova os fundamentos originais do Dieese: a unidade, a diversidade intersindical (tão
bem representada aqui) e a autonomia técnica do trabalho. Mas vai além,
pois aposta na capacidade de organização para produzir conhecimento e enfrentar
as questões que estão presentes hoje na agenda do sindicalismo e da sociedade.
As profundas mudanças no mundo do trabalho, nos
processos produtivos, na produção do conhecimento, em uma sociedade que amplia
o campo dos serviços e se integra economicamente, ocorrem em um cenário em que
cresce a desigualdade no mundo. Mais da metade da população global vive na
pobreza. O meio ambiente também tem sido penalizado.
Os desafios políticos ganham maior relevância. É
urgente empenhar esforços para que a igualdade, a justiça, a ética, a
solidariedade e a cooperação voltem a ter centralidade nas relações sociais.
Manter o Dieese é a decisão de dirigentes que apostam nesta agenda e no papel
de uma instituição que mobiliza competência cognitiva para gerar conhecimento a
serviço dos trabalhadores.
Foi Marx quem observou que “os
homens fazem a sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem
sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam
diretamente”. Assim foi o DIEESE nestes
primeiros 60 anos de vida: construído com base na vontade dos trabalhadores e
nas possibilidades colocadas pelas circunstâncias históricas.
Senhores e senhoras, o DIEESE tem que se
orgulhar muito de ser criação do movimento sindical brasileiro. Isto porque, o
movimento sindical, enquanto instrumento de defesa dos direitos e interesses da
maioria da sociedade, especialmente dos trabalhadores, representa conquista
fundamental do processo civilizatório.
Sem organização dos trabalhadores via sindicatos, não
disporíamos de regulamentação da jornada de trabalho, salário mínimo, seguro
desemprego, sistema público de saúde e demais conquistas sociais, obtidas à
duríssimas penas ao longo da história mundial do trabalho. Avanços,
registre-se, que continuam sempre em disputa, já que nas crises cíclicas do
capitalismo, o corte dos investimentos sociais surge invariavelmente como solução
(entre aspas), como estamos assistindo neste momento, no Brasil.
Vejam, por exemplo, o Programa Bolsa Família que,
apesar de utilizar meros 0,5% do PIB para retirar 55 milhões de brasileiros do
flagelo da fome, é alvo permanente de pesadas críticas. Enquanto, por outro
lado, se desperdiça 400 bilhões de reais por ano com o serviço da dívida
pública, para enriquecer 20.000 famílias, e poucos falam nisso.
As organizações sindicais, não raro acusadas de atrapalharem
a “harmonia” entre capital e trabalho, têm sido protagonistas em momentos
decisivos da história do país. A começar pela maior, mais profunda e prolongada
mobilização popular da história do Brasil, a luta pelo “Petróleo é Nosso”,
contra o entreguismo do petróleo aos
estrangeiros e pela fundação da Petrobrás. Esta que é hoje a maior empresa de
petróleo do mundo (de capital aberto), e detentora da mais sofisticada
tecnologia de extração de petróleo em águas profundas e ultra profundas.
Hoje,
como alguém já falou, “A
Petrobras é a zeladora constitucional da maior riqueza natural que o povo
brasileiro ainda tem, que é o petróleo e o gás, para pensar em um projeto de
desenvolvimento nacional. É a única forma de rompermos os grilhões com o
imperialismo e construirmos uma economia brasileira a serviço do povo”.
A história recente do Brasil também testemunhou o
engajamento do movimento sindical nas lutas populares, no combate à ditadura
militar, na luta pela anistia política, na campanha pelas eleições diretas, na
Constituinte de 1988, na campanha pelo impeachment no início dos anos de 1990.
Esse protagonismo do movimento sindical e social, muito
frequentemente, desperta a ira dos setores conservadores, que não vacilam em
alvejar as organizações sindicais, seja com a intenção de afastá-las das
decisões, seja para gerar na sociedade o preconceito contra essas organizações,
desestimulando a participação dos cidadãos nas suas instâncias.
Santa Catarina deu exemplo recente da importância
da organização sindical, na vitoriosa luta pela implantação dos pisos estaduais
de salários, obtidos em 2009. Foram quatro anos de perseverante luta do
movimento sindical catarinense, liderado pelas centrais e assessorado pelo
Dieese, que culminaram com uma das maiores conquistas dos trabalhadores
catarinenses. A campanha pela implantação dos pisos contou inclusive, com o
inestimável apoio de parlamentares dessa casa, como foi o caso do deputado
Dirceu Dresch, que atuou como um canal fundamental de comunicação entre o
movimento sindical e os parlamentares.
Companheiros e companheiras, o
movimento sindical e o DIEESE são especialmente importantes neste momento em
que o país atravessa uma situação política extremamente grave e turbulenta.
Grupos ligados à extrema direita, inclusive com vinculação internacional, saíram
literalmente do armário e conspiram abertamente contra a democracia, conquista
histórica do povo brasileiro. Obtida, muitas vezes, com o sacrifício da própria
vida de muitos compatriotas.
O comportamento da direita tem estimulado uma
escalada inusitada de ódio de classe, preconceito de todos os tipos e
manifestações racistas e fascistas cada vez mais frequentes e ousadas. Nós, brasileiros
e democratas, temos a obrigação cívica de subir o tom contra os fascistas e
entreguistas de todos os naipes. Não podemos deixar nenhuma agressão sem
resposta, usando, principalmente, as possibilidades legais e democráticas que a
Constituição Federal oferece.
ENCERRO COM AGRADECIMENTOS ESPECIAIS A ESTA CASA, E
AOS VALIOSOS MILITANTES DO MOVIMENTO SINDICAL E SOCIAL AQUI PRESENTES;
AGRADECIMENTO ESPECIAIS AOS PARLAMENTARES DESTA CASA. AGRADECIMENTO MUITO ESPECIAL
AO DEPUTADO DIRCEU DRESCH, QUE VIABILIZOU ESTA HOMENAGEM AO DIEESE. AGRADECIMENTOS
MUITO SINCEROS À VALIOSA EQUIPE DO COMPANHEIRO DIRCEU (ANA PAULA, ISABEL,
FABIANE E DEMAIS), QUE FORAM IMPRESCINDÍVEIS NA ORGANIZAÇÃO DESSE EVENTO.
VIVA O
BRASIL, VIVA OS TRABALHADORES, VIVA O POVO BRASILEIRO!
MUITO OBRIGADO.
*Material elaborado com base em textos de Clemente
Ganz Lúcio (sociólogo e diretor técnico do Dieese) e de José Álvaro Cardoso
(equipe do Dieese de Santa Catarina).
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