quinta-feira, 30 de junho de 2016

Jornada pela Democracia - Todos por Dilma (nada como os amigos).

https://youtu.be/6KbzWvplAN0

Não é hora de fugir da luta

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog.

A confissão de Rose de Freitas de que as pedaladas fiscais não passaram de um pretexto para afastar Dilma Rousseff e empossar o governo provisório de seu patrão Michel Temer ajudou a reforçar a certeza de que o país está diante de um golpe parlamentar e comoveu vozes que até agora nada enxergavam de errado. "Há golpe", reagiu o colunista Elio Gaspari.

Até agora, contudo, não há sinais de que uma notícia dessa importância tenha sido capaz de alterar o placar de votos do Senado que, lá pelo meio de agosto, irá resolver o destino de Dilma e, no mesma votação, definir a solidez das instituições democráticas erguidas pela Constituição de 1988. Essa conjuntura particular obriga reconhecer que o risco de a democracia brasileira -- que serviu a mais de 100 milhões de eleitores em outubro de 2014 - ser conduzida como uma boiada para o matadouro, é muito maior do que se gostaria de imaginar.

O estudo técnico da denúncia que pode tirar Dilma de seu cargo mostra, na verdade, um dado ainda mais preocupante. Mesmo que Rose de Freitas tivesse ficado de boca fechada, e jamais tivesse dito em voz alta aquilo que seus pares reconhecem em voz baixa, bastaria um exame cuidadoso da acusação encaminhada ao Senado para se reconhecer o absurdo essencial. Não há a denuncia de uma fraude. Mas uma fraude transformada em denúncia, como você pode verificar mais adiante, através do gráfico publicado nesta reportagem, baseado em números oficiais do Tesouro.

Quem denuncia crimes de natureza fiscal e pretende, com eles, conseguir a proeza de arrancar uma presidente eleita de seu cargo, atalho jamais experimentado em regimes democráticos que merecem ser imitados, deveria reconhecer que neste caso é preciso cumprir a obrigação de oferecer números sólidos, indesmentíveis, para servir como prova - devidamente acompanhados de indícios contra a presidente. Para motivar um debate sério, os dados precisariam, no mínimo, ter a clareza das contas suíças de Eduardo Cunha. Ou a força indesmentível das palavras gravadas de Romero Jucá e outros aliados de Michel Temer. Quem sabe o peso dos 470 quilos de cocaína do helicóptero do senador amigo de Aécio, cujo filho acaba de assumir uma secretaria no ministério de Esportes. Não é nada disso, como será possível demonstrar aqui.

Conforme se pode ler na nota técnica número 109/2016, preparada pela Consultoria de Orçamento, Fiscalização e Controle do Senado, uma análise dos gastos discricionários de 2015, base para o pedido de impeachment, mostra uma situação fácil de entender. A visão vulgar sobre o governo Dilma em 2015 diz que ele promoveu promoveu gastos descontrolados em 2015, que produziam déficit, geravam inflação e prejudicavam a economia em nome de um projeto bolivariano de poder. Os números reais mostram outra realidade. Reduzem a "gastança" a uma mitologia vergonhosa e politicamente interesseira. Confirmam que, em vez de gastar cada vez mais, como programa de estímulos, que talvez fosse o melhor caminho para a retomada do crescimento, na visão de vários economistas de pensamento keynesiano, o Planalto de Dilma passou 2015 tomando medidas em série para gastar cada vez menos. Isso aconteceu porque, entre 2014, quando se fez a elaboração do orçamento, e 2015, quando a teoria saiu do papel para entrar na vida prática, o mundo havia ficado de ponta cabeça. Em vez de projeções que previam um crescimento de até 2%, visão partilhada inclusive pelo levantamento Focus do Banco Central, o país mergulhou no segundo ano consecutivo de recessão, porta de entrada para a pior crise econômica em décadas.

A denúncia envolve um orçamento elaborado num momento em que era possível enxergar as planilhas de um país em direção ao crescimento - mas realizado quando o mesmo governo executava um ajuste para baixo. Um observador honesto poderia apontar para uma falha clamorosa na bússola econômica da equipe de Dilma. Mas jamais teria o direito de apontar desvios de caráter criminoso, muito menos irresponsável do ponto de vista fiscal. O discurso pode ser útil para o palanque de quem quer aprovar um impeachment de qualquer maneira, especialmente com falsidades e demagogia. Mas é falso, incoerente, após um exame de lógica elementar. Se há alguma observação a fazer, é que se adotou um comportamento zeloso - quem sabe até demais.

A tabela mostra que o total inicialmente autorizado pelo Congresso para gastos discricionários - aqueles que podem ser alterados pela presidência da República - para o ano de 2015, chegava a R$ 200,5 bilhões. Reforçada por sucessivas dotações autorizadas, a soma final subiu para R$ 211,7 bilhões. Na hora de gastar os recursos, no entanto, o governo já havia assumido que 2015 seria um ano de ajustes e cortes e agiu na direção inversa. Entre a verba autorizada e a empenhada, aquele montante que é encaminhado para pagamento real, ocorreu uma redução de 65,6%, para R$ 138,9 bilhões. Foi só o primeiro corte.

Em função daquele fenômeno conhecido por toda pessoa familiarizada com os ritos burocráticos e acidentes de percurso no caminho percorrido das verbas oficiais que deixam o cofre para encontrar a luz do dia, os cortes não ficaram aí. Nem tudo o que fora empenhado (R$ 138,9 bi) acabou sendo efetivamente gasto (R$ 88,8 bi). Neste caso, a diferença foi de R$ 50,1 bilhões -- para menos.

Comparando a dotação inicial autorizada pelo Congresso, com o gasto real até o final de 2015, chega-se a uma diferença de RS 112 bilhões - para baixo. Enfrentando uma dramática queda de receitas ao longo do ano, em dezembro o governo propôs e o Congresso aprovou um contingenciamento de R$ 69,9 bilhões, o maior da história.

Como diz a nota técnica, "é cristalino que todos os créditos adicionais abertos, inclusive por decreto, não tiveram qualquer efeito no atingimento da meta." Isso quer dizer o seguinte. Se três entre os quatro decretos suplementares autorizaram novas despesas -- o quarto já foi descartado porque não representou gasto algum -- elas foram compensados, por recursos que foram economizados, em outras áreas, e por isso não afetaram o gasto final.

Num Estado que funciona com regras muito mais rígidas e limites muito mais estreitos do que se costuma imaginar, boa parte dos decretos destinam-se apenas a autorizar setores da administração pública que tiveram um ganho extra de receita -- e precisam de um "crédito" para poder gastar o que receberam. Estamos falando de universidades federais que receberam donativos, instituições que engordaram o caixa com a aceitação acima do previsto de serviços vendidos e assim por diante.

Como era previsível, o exame de cada um dos decretos legislativos mostra a mesma situação, num conjunto que coloca em questão a tese política de um governo que seria irresponsável com dinheiro público, num discurso que todos sabemos aonde pretende chegar. O Plano Safra, que chegou a ser o carro forte da denúncia contra a Dilma, foi retirado de cena, pois não há meios de ligar qualquer um de seus desdobramentos a caneta presidencial. As pedaladas foram arquivadas. Dos quatro decretos suplementares, entre centenas que a presidente assinou no período, ficaram três. Eram quatro, mas um deles não chegou a representar um centavo de gasto. Capazes de apontar a responsabilidade de Dilma pelos decretos -- numa versão mal empregada da teoria do domínio do fato -- os peritos chamados a dar um parecer sobre as contas do governo não foram capazes de definir qual a natureza da irregularidade cometida nem responder a questão principal. Se houve crime fiscal, qual o prejuízo que causou?

Apoiada nestes números, que contrariam frontalmente a denúncia contra a presidente, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) fez a pergunta da semana na Comissão Especial sobre o Impeachment. "A perícia tem que responder: quando foi que se feriu a meta? Quando a presidenta não tinha autorização legal para fazer o que fez? É isso o que está acontecendo: o Brasil passa por seu pior momento, pelo mais difícil, mas tem pessoas aqui querendo incriminar, tirar o mandato de quem foi eleito pelo povo. Isso não é impeachment, é golpe."

Colocada em seu devido lugar, a confissão da líder do governo merece elogio pela franqueza. Mas incomoda pelo conformismo de quem acha que é assim mesmo que as coisas deveriam ocorrer. O silêncio de seus aliados, que nem se deram ao trabalho de confrontar o que ela disse - até para manter as aparências - mostra que há um esforço silencioso para se transformar um ataque histórico à democracia num evento aceitável, com o qual seria bom se conformar. A postura de fingir que não há nada de escandaloso, inaceitável, neste processo, é uma tentativa de anestesiar consciências e distorcer os fatos.

Aqui reside o perigo. Se a agenda econômica e social de Michel Temer é uma tragédia, o projeto de regressão política pode ser ainda mais duradouro e pernicioso.

A fraude do impeachment de Dilma — e a corrupção de Temer. Por Glenn Greenwald

http://www.tijolaco.com.br/blog/fraude-do-impeachment-de-dilma-e-corrupcao-de-temer-por-glenn-greenwald/

Ciro Gomes - A patética direita fascista brasileira

https://youtu.be/IEhY4rNVY4Q

Crise da ‘Oi’: falácia da privatização

http://desacato.info/crise-da-oi-fala

O “BREXIT”, O FASCISMO E O MEDO.

Por Mauro Santayama, em seu blog


Depois de intestina disputa que rachou a sociedade inglesa, cujo ápice foi o emblemático assassinato da deputada trabalhista Jo Cox por um fanático fascista que, ao atacá-la a tiros, gritou “a Grã Bretanha primeiro!”, slogan inspirado, assim como o de “o Brasil acima de tudo!”, no “Deutschland Uber Alles!”, do hino nazista, o Reino Unido - cada vez mais desunido - votou, finalmente, por sua saída da União Europeia.    


O resultado provocou terremotos internos e externos. As bolsas caíram em todo o mundo. O primeiro-ministro David Cameron já marcou data para se afastar do cargo.


E pode levar à desagregação do país, já que a Irlanda do Norte e a Escócia anunciaram que pretendem convocar plebiscitos próprios para decidir, a primeira,  se continua na União Européia, e a segunda, se vai unir-se à República da Irlanda.


Além disso, a libra já caiu mais de 10% com relação ao dólar e ao euro, e os alimentos e as viagens para o exterior ficarão mais caras, porque em alguns produtos, como leite e manteiga, e certos vegetais, por exemplo, mais de 50% do que é consumido na Inglaterra vem do continente, no outro lado do canal. 


Comandada pela direita e pela extrema direita, e provocada principalmente pela ignorância característica dos dias de hoje - milhares de britânicos entraram no Google para perguntar, às vésperas do plebiscito, o que era “União Européia” - e pelo medo e a aversão aos imigrantes, a vitória do “Brexit” é mais um poderoso exemplo do comportamento burro, deletério e ilógico do fascismo.

        


Com a saída da UE, a Inglaterra tende a perder influência na Europa; a enfraquecer-se frente a eventuais adversários extracomunitários; a empobrecer econômicamente, diminuindo seu acesso a um dos maiores mercados do mundo; além de aumentar seu isolamento no âmbito geopolítico e sua histórica dependência dos Estados Unidos.


Uma situação que deveria servir de alerta, no Brasil,  para aqueles que querem acabar com a UNASUL e o Mercosul a qualquer preço e substituí-lo por “acordos” de livre comércio desiguais com países e grupos de países altamente protecionistas, como a própria União Europeia, que contam com capacidade de pressão muito maior que a nossa.

  

Decepcionada e frustrada com os resultados das urnas, a juventude inglesa reclamou que seu futuro foi cortado, lembrando que os jovens britânicos perderam, entre outras coisas, a chance de trabalhar em 27 diferentes países, e  engrossou um manifesto de 3 milhões de assinaturas que pede a realização de novo plebiscito - hipótese improvável, praticamente impossível de avançar neste momento, diante da indiferença e do egoísmo dos vitoriosos.


Nunca é demais lembrar que o fascismo, também em ascensão na Inglaterra de hoje, rejeita e despreza - apaixonadamente -  o  futuro.


Mesmo quando se disfarça de "novo" e disruptivo, como ocorreu com a Alemanha Nazista, ele está profundamente preso ao passado, como mostrou claramente Mussolini - e também Hitler com seus monumentos, estátuas, bandeiras e desfiles - ao tentar emular, canhestramente, a cultura   greco-romana e repetir - nesse caso, na forma  de tragédia, com as seguidas derrotas militares italianas - a glória perdida da Roma Imperial.


O fascismo - ao contrário do que muitos pensam - não é glorioso, mas medroso. 


Fascistas temem, paradoxalmente, aqueles que consideram mais fracos, e por isso são “apolíticos”, homofóbicos, eugenistas, antifeministas, racistas, intolerantes, discriminatorios, xenófobos,  anti-culturais e contrários ao voto obrigatório e universal.


A suástica, girando sobre seu eixo,   reproduz o movimento concêntrico de alguma coisa que se encerra em si mesma, repelindo tudo que venha de fora, como uma tribo ignorante e primitiva, um molusco que fecha velozmente sua concha, ou um filhote de porco espinho ou de tatú que se enrola, tapando a cabeça, ao primeiro sinal de ruído ou de aproximação.


Da mesma forma que faziam, patologicamente, os soldados   nazistas, educados no temor da “contaminação” judaica, cigana ou bolchevique, que se comportavam como diligentes técnicos de dedetização tentando conter uma epidemia, fechando-se a qualquer razão ou sentimento, ao matar récem nascidos e crianças de três, quatro, cinco, seis anos de idade, escondidas debaixo da cama, ou trancadas na derradeira escuridão das câmaras de gás, da forma mais fria e repulsiva, como se estivessem exterminando, simplesmente, pulgas, percevejos e ratos, ou esmagando ovos de barata.


O Brexit - a saída da Inglaterra da União Européia - é mais um perigoso aviso, entre os muitos que estão se repetindo, nos últimos tempos - como sinais proféticos - do próximo retorno de um fascismo alucinado e obtuso.


Um retorno que se dá, e se torna possível, mais uma vez, pela fraqueza e indecisão da social democracia, a existência de uma pretensa massa de “defensores” do Estado de Direito e da liberdade, amôrfa, apática, inativa; e de uma esquerda que apenas espera, de braços cruzados, também encerrada, em muitos países do mundo, em seus próprios sites e grupos, disfuncional, estrategicamente confusa, passiva, inerme e dividida, sem reagir ou defender-se quando atacada, nem mesmo institucionalmente, como um letárgico  bando de carneiros pastando ao sol.


O medo fascista está de volta. 

E não se limitará à Inglaterra.


Se não for contido o avanço de sua imbecilidade ilógica, por meio do recurso ao bom senso e à inteligência, outros países da UE, tão xenófobos quanto racistas, seguirão o reino de Sua Majestade em seu caminho de  intolerância, isolamento e fragilidade.


Porque o fascismo só avança com a exploração do medo e do egoísmo.


O medo de quem se assusta com o outro, repele o que é diferente e rejeita o futuro e a mudança.


O egoísmo daqueles que preferem erguer muros no lugar de derrubá-los; que se empenham em separar no lugar de unir; que escolheriam, se pudessem decidir, matar a fecundar, saudando a morte, como fazem em muitos países do Velho Continente e em outros lugares do mundo, jovens e antigos neonazistas de coração estéril, com a artrítica, tremente, mão espalmada levantada,  no ressentimento raivoso de uma velhice amarga, que cultiva e adora o deus do ódio no lugar de celebrar a vida, o amanhã, a alegria, o encontro e a diversidade.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Farsa jurídica e golpe parlamentar


Luiz Carlos Bresser-Pereira, no Facebook

Comissão de três gestores do Senado examinou cuidadosamente as contas da Presidente Dilma Rousseff, encontrou irregularidades – a liberação de créditos sem aval do Congresso – mas não encontrou as famosas “pedaladas” que foram a justificativa jurídica do impeachment.
Confirma-se, assim, o que já está claro para muitos: que o impeachment, do ponto de vista jurídico, é uma farsa. E, portanto, confirma-se que estamos diante de um golpe parlamentar.
Por que dar um golpe? Afinal a democracia já está consolidada no Brasil.
Sim, está, mas pode sempre ser arranhada, desmoralizada.
O impeachment está ocorrendo porque o quadro econômico internacional agravou-se para os países da América Latina exportadores de commodities em 2014, o governo de esquerda cometeu erros, a recessão foi muito forte, e a direita se aproveitou disto para dar o golpe.
“Mas o governo Dilma perdera condições de governabilidade”, dizem os golpistas. Perdeu-as porque os próprios golpistas recusaram ao governo essas condições.
Os senadores com espírito público não estão percebendo tudo isso? Não creio. Há muitos que sabem que esse impeachment é uma violência contra o interesse público e a democracia.
Vamos, portanto, esperar. E cobrar.

Esse é artista!

https://www.facebook.com/BrainCopilot/videos/761288780675034/

Na minha visão Serra e Meirelles querem acabar com o Brasil

https://youtu.be/Z-PyLr-HcE4

Fadiga na resistência ao golpe: galinha decapitada corre, mas cai morta.

http://jornalggn.com.br/blog/romulus/fadiga-na-resistencia-ao-golpe-galinha-decapitada-corre-mas-cai-morta-por-romulus

Obrigado aos cubanos que fazem parte do Mais Médicos

https://www.facebook.com/padilhando/videos/1045356495555276/

Reflexão simples e sem delongas



● As propostas anunciadas pelo governo golpista até aqui têm eixos bem definidos:
1) diminuição do tamanho do Estado na sociedade
2) acumulação de recursos para fazer superávit primário e pagar rentistas
3) redução dos custos do trabalho
4) ameaça à soberania do Brasil.

Alguém acredita que isso possa fazer bem para o Brasil e para a maioria (99%) da população?

Abaixo a ditadura midiática-judicial!

Por Bepe Damasco, em seu blog. Transcrito no blog do Miro.                                                      

1) Pretenso combate à corrupção que serve como mero pretexto para perseguir e criminalizar um partido com compromissos populares, e ao mesmo tempo proteger setores conservadores, é coisa típica de ditadura.

2) A banalização de prisões preventivas e temporárias por tempo indeterminado, sem condenação definitiva e com base em ilações e conjecturas, é marca registrada dos estados autoritários.

3) A tortura psicológica a qual suspeitos presos são submetidos, mofando na cadeia até que resolvam delatar militantes de determinado partido, é um conhecido sintoma de violação do sistema de garantias individuais, pedra angular dos regimes democráticos.

4) Ações pirotécnicas e truculentas por parte da polícia judiciária, tendo como alvo residências de parlamentares, bem como o cerco e a invasão de policiais camuflados à sede de partido político, seriam endossadas por Pinochet, Médici, Franco, Videla, Salazar e gorilas do gênero.

5) Pré-julgamentos, linchamentos morais e assassinato de reputações de adversários da plutocracia levado a cabo por monopólios midiáticos, sob a justificativa miserável do exercício da liberdade de expressão, não seriam tolerados em países que praticam algo que mereça ser chamado de democracia.

6) Juiz de 1ª instância ganhar salvo conduto da elite para fazer tábula rasa do Código Penal, do Código de Processo Penal e da Constituição da República só é possível nas ditaduras, que lhes garante impunidade absoluta mesmo quando grampeiam presidentes da República e divulgam o grampo criminoso.

7) Um bando de ladrões apear do governo uma mandatária honrada, justamente para assegurar que permaneçam impunes, só se vê em republiquetas bananeiras das quais o regime democrático passa longe.

8) Como definir um regime em que as próprias instituições do Estado, como Tribunal de Contas, Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal e Congresso Nacional, adubadas pela mídia, tramam e executam um golpe de estado ?

9) É ou não é um ditadura um sistema no qual a mais alta corte se torna sócia de um golpe ao tolerar passivamente a fraude grotesca de um processo de impeachment sem crime de responsabilidade, além de se manter inerte mesmo quando gravações de líderes da quartelada vêm à tona denunciando os ministros supremos como parte da engrenagem golpista ?

10) Vivemos um ditadura no Brasil. Uma ditadura midiática-judicial-parlamentar, mas uma ditadura. O momento requer, portanto, a ampliação e a radicalização da luta de resistência democrática. Abaixo a ditadura!

Sobre Crimes e Castigos

https://www.facebook.com/CanalCurta/videos/916993535066131/

Descontrolados e descontroladores: konversa kaótica com Jorge Mautner

http://www.ocafezinho.com/2016/06/29/descontrolados-e-descontroladores-konversa-kaotica-com-jorge-mautner/

Campanha salarial do setor público: hora de valorizar o que Santa Catarina tem de melhor

 Por Tamara Siemann Lopes* e José Álvaro Cardoso*.

O governo estadual e as direções das estatais vêm se negando a atender a reivindicação de reajuste salarial, alegando a crise econômica e a consequente queda da arrecadação de impostos pelo estado. Essa posição das empresas estatais deixa os seus trabalhadores numa situação bastante complicada. Não ter reajuste com inflação acumulada de quase 10%, significa reduzir padrão de vida, ter menos recursos para aquisição de alimentos, e gastos com educação e saúde, etc. Ademais, os trabalhadores do setor público, em boa parte, já têm perdas salariais históricas bastante significativas.
Visando subsidiar a campanha salarial dos sindicatos do setor público, o DIEESE recentemente elaborou uma pesquisa sobre os indicadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) e da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). O estudo comprovou, por exemplo, que nos últimos anos houve melhoria nos indicadores de receita arrecadada e da despesa total das duas empresas. Ao mesmo tempo constatou que houve um ajuste significativo no número de trabalhadores: somadas, as duas empresas reduziram o quadro de pessoal em 9% entre 2012 e 2015. Isso significou, em 2015, uma redução das despesas nas duas empresas na ordem de R$ 17,6 milhões, sendo que destes, R$ 10,1 milhões foram economizados com pessoal e encargos sociais.
Obviamente essas empresas não obtêm lucro contábil, elas dependem de aportes do Tesouro. Suas funções não é fazer caixa para o governo e sim desempenhar papel estratégico nas áreas de planejamento agrícola, pesquisa, segurança alimentar e sanidade animal no estado. A Cidasc responde pela excelência sanitária dos rebanhos e lavouras catarinenses, contando com 63 barreiras sanitárias nas fronteiras terrestres, onde o trabalho desenvolvido garante que Santa Catarina seja reconhecida como área livre de febre aftosa sem vacinação desde 2007. Em 2015, inclusive, o estado tornou-se zona livre de Peste Suína Clássica (PSC). Em 2015, a Empresa efetivou o Selo de Conformidade CIDASC – SCC , e prestou serviços para 518 estabelecimentos, emitindo mais de 52 mil certificados, que somaram um total aproximado de 873 mil toneladas de produtos classificados em todo o Estado.
A Epagri atua na pesquisa e extensão rural, onde promove a geração de renda nas propriedades rurais, o desenvolvimento de tecnologias que aumentam a produtividade e reduzem custos. Sempre tendo o cuidado com a sustentação ambiental. Presta também para a sociedade, serviços de utilidade pública, como a divulgação de informações meteorológicas, as análises de solo, de água, de tecidos vegetais e de produtos para a alimentação animal. Segundo o Balanço Social da Epagri, em 2014, foi gerado R$ 1,15 bilhão de retorno social para SC, considerando apenas o trabalho desenvolvido pelos técnicos e demais profissionais da empresa. Isso com uma despesa com pessoal e encargos de R$ 294,7 milhões. Isso significa que para cada 1 real gasto com pessoal, o retorno positivo para a sociedade foi de quase 4 reais. Foram atendidas, em 2014, 117,7 mil famílias e mais de 3 mil entidades, gerando um retorno global de R$ 3,27 bilhões. Nesse caso, para cada 1 real gasto com pessoal, houve um retorno global positivo à sociedade mais de 11 reais.
As duas empresas atuam em setores estratégicos e em funções que não poderiam ser desempenhadas pelo setor privado. São áreas ligadas à pesquisa, planejamento, sanidade animal, fiscalização, funções inerentes ao Estado. O setor privado não poderia e, ademais, não gostaria, de atuar nestes setores pois eles não dão lucro financeiro imediato. Possivelmente empresas deste tipo não dão lucro em país nenhum do mundo, porque seu papel não é este, e sim o aporte de informações fundamentais e controle de indicadores agropecuários.
Considerando o conjunto de serviços que prestam à sociedade catarinense, a existência destas empresas tem custo-benefício bastante vantajoso para o estado. Em 2015 a Epagri e a Cidasc representaram 2,76% da Despesa Total do Poder Executivo e, juntas, empregavam apenas 2,4% do quadro geral de funcionários do governo do Estado. Os trabalhadores destas empresas, que têm perfil de qualificação acima da média do estado, representam um custo de apenas 3,81% da rubrica Despesa de Pessoal e Encargos Sociais.
Uma política inteligente de ajuste fiscal jamais escolheria a Epagri e a Cidasc para reduzir custos, gerais, ou com pessoal. Se as duas empresas fossem fechadas, o impacto sobre as despesas seria irrelevante. Por outro lado, a existência delas é crucial para a economia catarinense, e a valorização dos seus trabalhadores geraria grandes impactos econômicos e sociais, em função dos serviços estratégicos que desempenham. Seria muito mais eficaz, por exemplo, mexer na política de pagamento da dívida pública estadual que, somente em 2015, consumiu quase R$ 2 bilhões do erário, para pagamento de juros e amortização. Sem nenhum benefício para a sociedade catarinense.
        O montante gasto com a dívida em 2015 representa o dobro do valor que o Tesouro destinou para a Epagri e a Cidasc no mesmo ano. Só que os recursos pagos para a folha das duas empresas são extremamente bem empregados: representam o ganha pão de 3.651 trabalhadores, que, incluindo suas famílias, chega a quase 15.000 pessoas que se beneficiam desses recursos. Eles representam o consumo de produtos básicos, movimentam a economia, geram empregos e retornam na forma de impostos estaduais e municipais. Já os 1,79 bilhão que o Governo de SC destinou em 2015  para o pagamento dos serviços da dívida, é dinheiro que vai para o rentismo, que é esterilizado para a especulação de uma minoria de super ricos, sem nenhum benefício para a economia catarinense.
        Tanto do ponto de vista contábil-financeiro, quanto principalmente no aspecto do desenvolvimento econômico e social, não há razões para precarizar o trabalho nas estatais agrícolas de Santa Catarina. O arrocho salarial não pode ser instrumento de gestão pública e de desmonte de empresas tão estratégicas para a economia e a sociedade. O trabalho desenvolvido pelas empresas gera retorno social e ajuda a desenvolver municípios catarinenses que são dependentes da produção agrícola. Os trabalhadores são os braços, mente e coração das empresas, sem os quais não existe visita técnica, fiscalização ou qualquer ação da empresa. E sem isso, perde a sociedade catarinense. A hora é de valorizar o que a sociedade catarinense tem de melhor: seus trabalhadores e empresas públicas, geradoras de riquezas e desenvolvimento.
*Economistas do DIEESE, da equipe de Santa Catarina.