sábado, 30 de julho de 2016

Entrevista de Stédile no Brasil de Fato.

Sensor publica entrevista de João Pedro Stédile ao portal Brasil de Fato. Transcrito no Conversa Afiada Oficial.

Brasil de Fato: Quais os principais desafios dos movimentos populares para a construção da sociedade que queremos?

Stédile: Nós vivemos uma conjuntura muito difícil porque a sociedade brasileira vive uma crise profunda de caráter econômico, político, social e ambiental. Nessa crise, as duas grandes classes sociais precisam encontrar um novo projeto para sair da crise. De um lado a burguesia que já mostrou a cara com o golpe com o seu projeto neoliberal e do outro lado a classe trabalhadora. E a classe trabalhadora então enfrenta muitos desafios para poder se posicionar melhor frente à crise.

Primeiro ela precisa se mobilizar porque o teatro da política para classe trabalhadora é a rua, é a luta e infelizmente a maioria da classe trabalhadora ainda não se manifestou. Cabe aos Sindicatos, aos Movimentos, aos militantes instigar a mobilização de massas para que a classe vá para rua.

Segundo desafio, nós temos que descobrir novas formas de comunicação de massa. O jornal Brasil de Fato é uma delas, há também pichação, a música, a panfletagem, a rádio comunitária, a tv comunitária. Eu sinto que falta mais vontade política de nós potencializarmos todos esses meios de comunicação alternativos que dialoguem com o povo.

Terceiro, nós temos que aproveitar esses tempos de crise para retomar os processos de formação política, para que a militância tenha clareza do momento que nós vivemos e do que nós temos que fazer.

Quarto, nós temos que discutir, sobretudo com os setores organizados da classe, que projeto nós queremos propor para o País, frente a essa crise que se aprofunda. Este é um tempo necessário para nós construirmos com a classe trabalhadora, o outro projeto para o País.

Brasil de Fato: Qual a grande tarefa da Frente Brasil Popular nos próximos períodos?

Stédile: A Frente Brasil Popular pode ser essa nova articulação, das várias mediações que a classe tem. Durante todo o século XX nós fomos resultado histórico da forma clássica da sociedade industrial se realizar. Agora com a crise do capitalismo, a derrota do capitalismo industrial e a hegemonia do capital financeiro, das transnacionais, isso embaralhou as formas de vida da classe trabalhadora e isso exige da esquerda mais criatividade nas novas formas da classe se organizar.

A Frente Brasil Popular tem tido a sabedoria de juntar todas essas formas de sindicatos, movimentos, partidos, de juventude, igreja, pastorais, numa Frente Popular. Então todo mundo cabe na Frente, o desafio agora é como nós mantermos essa unidade. Somos mais de 60 movimentos e correntes partidárias. Nós precisamos que a Frente Popular se enraíze no meio do povo na proposta que nós temos de construir comitês populares da Frente.

Em qualquer lugar que tenha trabalhador, não importa se ele é filiado ao sindicato, se está em algum partido ou não, qual é a religião dele… o importante é que nós organizássemos o povo.

Brasil de Fato: Qual o lugar da Reforma Política no cenário atual?

Stédile: Esse é um dos debates inclusive que ainda não têm unidade dentro dos Movimentos Populares, porque tem alguns setores da esquerda que acham que a solução é apenas convocar novas eleições presidenciais ou novas eleições gerais. Como palavra de ordem, pode ser interessante, pode ser motivador, da turma ir para a rua e debater.

A maioria dos movimentos populares que estamos na Frente achamos que a única maneira de realizar uma reforma política verdadeira é uma Constituinte. Porque aí você elege novos deputados, com novas regras, sem influência do poder econômico e com mandato apenas para mudar o sistema eleitoral e que funcionaria paralelo a esse Congresso.

Brasil de Fato: Qual a sua avaliação da ofensiva aos governos populares na América Latina?

Stédile: Eu não gosto de usar a palavra “ofensiva”. O que nós estamos assistindo é que há uma crise internacional do capitalismo. E como o capitalismo, desde a década de 1990 para cá com o neoliberalismo se transformou no modo de produção hegemônico no planeta, a crise dele envolve todo mundo.

As economias que estão na periferia do capitalismo, com é o caso da América Latina, do sul da Ásia e da África, são as que mais sofrem, porque então os capitalistas correm pra elas. O que a América Latina está sofrendo é uma ofensiva, não só governamental, é uma ofensiva do capital para se apropriar dessas riquezas e, evidentemente, quando encontra resistência dos governos eles procuram então incentivar as forças conservadoras locais para trocar os governos ou simplesmente força-se uma crise, assim como eles forçaram uma baixa do petróleo.

O neoliberalismo, que é a proposta da burguesia, está em crise… olha o que está acontecendo no México, na Colômbia. O neodesenvolvimentismo que era, digamos, a proposta da esquerda brasileira dos governos Lula e Dilma, entrou em crise, na Argentina, no Uruguai, aqui. O próprio projeto da Alba que era aquela vocação de integração latino-americana que o Chavez representava – não só nós perdemos com a morte dele que era um líder de massas – mas a dependência da Venezuela do petróleo levou a que o projeto da Alba entrasse em crise também.

Por último, o quarto projeto que é o socialismo que vem heroicamente sendo construído em Cuba, aqui na América Latina, também está passando por enormes dificuldades, sobretudo pelo caráter insular da economia cubana, que tem pouca capacidade de funcionar com recursos próprios. Cuba depende sempre de uma integração com outros países, como os outros países estão em crise, ela entra em crise também.

Quem é Zézinho do Araguaia

https://youtu.be/wxfkuOIlQVI

RECADO PARA A JUVENTUDE

https://www.facebook.com/UJSBRASIL/videos/1282189298472832/

Entenda porque o golpe está acontecendo.

https://www.facebook.com/UJSBRASIL/videos/1282641628427599/

Tem macumbeiro e Fora Temer!

https://www.facebook.com/judpaular/videos/1763035157304782/

Quem desmoraliza a justiça brasileira é a própria justiça brasileira - e não o Lula.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/quem-desmoraliza-a-justica-brasileira-e-a-propria-justica-basileira-e-nao-lula-por-paulo-nogueira/

A fome não dá pra parar, pra interromper (nem o talento)

https://www.facebook.com/queridoviolao/videos/1059576307471872/

Faça história e filie a sua entidade ao DIEESE.

Faça história e filie a sua entidade ao DIEESE. No inverno rigoroso que se avizinha, o movimento sindical vai necessitar de assessoria competente e orgânica à classe trabalhadora.

Fernando Brito: hoje a Petrobrás perdeu mais do que na Lava Jato inteira

http://www.viomundo.com.br/denuncias/fernando-brito-petrobras-perdeu-hoje-mais-do-que-com-a-lavo-a-jato-inteira-governo-temer-vendeu-por-r-85-bi-campo-de-pre-sal-que-vale-r-22-bi.html

A nova fronteira do terror tem pouco a ver com a comunidade islâmica

http://rogeriocerqueiraleite.com.br/?p=15208

Tem quem não goste!

https://www.facebook.com/mbaleschoolsband/videos/999373033493586/

Temer quer dar Base de Alcântara aos EUA

Editorial do site Vermelho. Do blog do Miro

A base de lançamento de foguetes de Alcântara (MA) tem sido um símbolo duplo em nosso país.

Durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso foi o mais veemente signo da submissão às imposições do imperialismo norte-americano.

A resistência contra a tentativa de entrega da base aos EUA foi enorme e, logo no começo do governo Lula, em 2003, aquele simbolismo adquiriu significado inverso, e o acordo foi descartado por ser lesivo aos interesses do Brasil e à soberania nacional.

Mas a alma de “vira-latas” voltou a controlar a Presidência da República e as relações externas do país que, com o governo do golpista Michel Temer, se submete novamente às ordens de Washington.

A função que foi exercida brilhante e soberanamente pelo chanceler Celso Amorim agora é ocupada pelo interino José Serra que, em conluio com o impostor Temer, quer retomar a política abandonada desde 2003, para ceder a base de Alcântara ao uso de seus patrões norte-americanos.

A perspectiva é inaceitável! Com ela retornam todas as ameaças contra a soberania nacional e o desenvolvimento tecnológico e autônomo do Brasil.

Em 2000 o governo antinacional de Fernando Henrique Cardoso havia se comprometido a entregar a base aos EUA, abrindo mão completamente da soberania nacional sobre ela e o território brasileiro em que está localizada. Comprometeu-se também a submeter à supervisão norte-americana o uso do dinheiro que o país receberia com o aluguel da base, que não poderia ser aplicado no desenvolvimento de projetos brasileiros de tecnologia. Até mesmo a circulação de brasileiros por aquele pedaço do território pátrio ficaria sujeita à aprovação dos ocupantes norte-americanos!

Na época a deputada federal comunista Socorro Gomes e Waldir Pires (PT-BA) se destacaram, na Câmara dos Deputados, na resistência e na denúncia daquele acordo lesivo à soberania brasileira.

É esse mesmo acordo que José Serra, o postiço dirigente da política externa brasileira, pretende retomar. É o mais forte e sensível sinal da subordinação deste governo impostor diante do imperialismo dos EUA. Servilismo que a consciência nacional repudia. E que é mais uma forte razão, concreta e simbólica, para os brasileiros lutarem para colocar um ponto final ao governo golpista e de traição nacional de Michel Temer.

Depois do impeachment

Jeferson Miola, na Carta Maior

postado em: 28/07/2016

O mês de agosto deste 2016 reserva uma decisão de importância capital para o futuro do Brasil: o impeachment fraudulento da Presidente Dilma ou será derrotado ou será aprovado no Senado da República.

A evocação de outros agostos dramáticos da história do país é inevitável. Na madrugada de 24 daquele agosto de 1954, os fascistas ancestrais dos golpistas de hoje, portadores de idênticos propósitos anti-nação e anti-povo que os atuais, levaram Getúlio Vargas ao suicídio.

No 25 de agosto de 1961, a mesma oligarquia golpista que perpetra o golpe atual tentou impedir que o vice-presidente João Goulart substituísse o ex-presidente Jânio Quadros, que havia renunciado ao mandato. Foi, porém, derrotada pela Campanha da Legalidade dirigida pelo então governador gaúcho Leonel Brizola, que garantiu a posse de Jango na Presidência.

Em agosto próximo, a votação da farsa do impeachment no Senado terá obrigatoriamente um desfecho: ou vence a democracia e a Constituição, ou vencem os golpistas conspiradores.

O resultado deste processo definirá o ambiente e o padrão da luta política no país para o próximo período. Na eventualidade de se consumar o golpe de Estado, o papel reservado às forças de esquerda, progressistas e democráticas deverá ser do combate permanente e sem concessões ao governo usurpador.

O golpe de Estado cria uma circunstância excepcional, de ruptura da ordem democrática e constitucional vigente – que só é disfarçada como “normalidade institucional” pela cobertura do Poder Judiciário aos conspiradores. Um governo usurpador, que assalta o Poder com um golpe de Estado, não merece sofrer a oposição institucional e parlamentar convencional, porque deve ser denunciado e combatido com vigor, durante todo o tempo que durar a ilegitimidade, até que a democracia e a Constituição sejam restauradas.

O objetivo dos golpistas é executar rapidamente o plano nefasto que jamais seria sufragado nas urnas: acabar com os direitos trabalhistas e previdenciários; destruir o SUS, as políticas sociais e o sistema de educação; entregar as riquezas, o petróleo e as terras do país a estrangeiros; subordinar o Brasil aos interesses das potências e transferir a renda pública nacional para a especulação financeira internacional.

Michel Temer, ironicamente, tem manifestado o desejo de conversar com Lula uma vez consumado o golpe. Uma frase resume a mensagem que o presidente usurpador deveria ouvir: não há diálogo com conspiradores; há muita resistência, luta popular e combate sem trégua aos golpistas!

Na eventualidade de derrota do impeachment, Dilma reassume o mandato que começou a ser ilegalmente interrompido na decisão da “assembléia geral de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”, como define a imprensa internacional a deplorável sessão de 17 de abril da Câmara dos Deputados.

Nos círculos da resistência democrática, discute-se se Dilma, uma vez reassumindo o mandato, deveria propor a realização de plebiscito no qual o povo decidiria a respeito da antecipação da eleição presidencial. Na prática, esta proposta tem o mesmo efeito do golpe, ou seja, a subtração de tempo do mandato conferido a ela por 54.501.318 brasileiros/as.

Seria impensável o Brasil assumir a punição implacável que o governo da Turquia aplicou aos golpistas derrotados daquele país. A ausência de castigo severo aos golpistas, por outro lado, deixa a democracia brasileira em permanente suspense; deixa a ordem democrática à mercê do animus golpista que de tempos em tempos – ou, de agostos em agostos – brota do DNA da oligarquia golpista. A impunidade é prejudicial à democracia.



Wadih Damous rebate nota da AMB contra Lula

https://www.facebook.com/Brasil247/videos/1252514388134899/

Temer e o arranjo econômico destrutivo

Por Paulo Donizetti de Souza, na Rede Brasil Atual. Transcrito no Blog do Miro.
“Esses caras que estão aí estão querendo voltar para um sistema econômico que já acabou”, constata o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, ao definir o projeto político do governo interino e seus objetivos para a economia do país. “Não dá mais. Você não cola as tendências destrutivas dessa forma de economia globalizada com as condições reais de vida das pessoas”, diz o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Para ele, os economistas brasileiros que apregoam a recaída neoliberal não conseguem captar as transformações que põem em xeque o capitalismo global e repetem uma fórmula macroeconômica superada. “Pensam que tudo vai continuar do mesmo jeito, então tem de fazer ajuste fiscal. A macroeconomia não consegue capturar as mudanças estruturais no arranjo global e na vida das pessoas. Então ficam insistindo nas mesmas coisas. O problema é que essa macroeconomia, que guia a política do governo interino, não vale mais nada”, critica.

“Não tem capacidade operativa e muito menos explicativa. Estamos assistindo a uma transformação muito profunda, que nasce de um desarranjo e da dificuldade de olhar pra frente”, diz Belluzzo. Ele participou, na manhã de hoje (29), ao lado do economista Ladislau Dowbor, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, de debate na abertura da conferência nacional dos bancários. O evento, na capital paulista, vai até domingo (31) e definirá rumos para a campanha nacional da categoria, que tem data-base para renovação da convenção coletiva de trabalho em 1º de setembro.

O economista alerta que o desafio posto aos governos do mundo todo é como sair dessa rota em direção ao futuro. “A questão que o pensamento econômico tem de se colocar é o que vai acontecer com a vida dos trabalhadores e dos cidadãos com essa derrocada de um sistema econômico que acabou.” Ele observa que o que se debate no mundo inteiro é como se reduz a jornada de trabalho, como se cria uma renda básica para as pessoas possam sobreviver, como se redefinem as relações sociais e as relações da economia para que a sociedade possa “viver dignamente”.

“Estamos num momento em que, por incrível que pareça, as pessoas sofrem sem necessidade. Porque, mal ou bem, o que essa economia chamada capitalismo criou ao longo dos últimos 200 anos, a despeito dela mesma, foi abundância – ou possibilidade de abundância – sem que se possa realizar isso dentro dos marcos das relações sociais que estão aí”, diz o professor.

“Esse é que é problema. Criou-se uma riqueza material enorme, com um custo também enorme do ponto de vista ambiental e humano, e não adianta recorrer a fórmulas velhas. Temos que pensar em como vai ser o socialismo do século 21. O socialismo da liberdade, da diversidade e da igualdade”, define, lamentando que ainda existam resistências a enfrentar esse debate. “Com um disse um pensador do século 19, a sociedade só se propõe problemas que pode resolver. E nós estamos nos propondo esse problema (olhar para o futuro) a partir de um sistema econômico que não dá mais.”

Declínio do império

Ao iniciar sua exposição com uma “aula” sobre o processo de globalização financeira a partir do início dos anos 1980, Belluzzo explicou como o modelo que regula as economias do mundo todo chegou ao seu limite, inclusive, no país que mais se beneficiou dela de lá para cá, os Estados Unidos. Ele observa que analistas e meios de comunicação brasileiros dão muita ênfase à forma espalhafatosa como se comporta o candidato conservador Donald Trump, do Partido Republicano, e pouco analisam seu conteúdo.

A candidatura Trump, que apavora o mundo democrático, está, segundo ele, bem posicionada entre os trabalhadores das regiões mais afetadas pelas saídas das empresas ao longo do processo de financeirização da economia – e que não só foram criar empregos na China e no restante da Ásia como se tornaram exportadoras de manufaturados para os próprios norte-americanos. “Os Estados Unidos passaram a ser importadores de bens e a ter sua conta de capitais negativa. Os ganhos oriundos do setor produtivo passaram a ser substituídos por ganhos com a especulação financeira. O resultado disso foi a queda nos empregos e na renda”, observa, explicando por que agora a fala de Trump tem aderência quando ele promete taxar em até 40% produtos vindos da Ásia.

“Ocorre que hoje o eleitorado do socialista Bernie Sanders – derrotado nas prévias do Partido Democrata por Hillary Clinton para a disputa da sucessão de Barack Obama – não diz (nas pesquisas) que vai votar na Hillary, embora não admita também que pretenda voltar em Trump. Mas o que esse eleitorado está dizendo é ‘não queremos mais isso’”, analisa o professor da Unicamp.
Arranjo superado

Belluzzo insiste em apontar para os erros do Brasil ao tentar seguir, tardiamente, nos anos 1990, um arranjo econômico que tinha tudo para dar errado por promover riqueza (de poucos) sem promover produção e desenvolvimento. Essa visão “errática” custou caro ao país, quando se abriu para financeirização sem controle. “A China quando se abriu, abriu onde podia, na produção de bens. No setor financeiro, controlava 80% do crédito por meio dos bancos públicos. Abriu onde podia e controlou onde tinha de controlar.”

Quando veio o Plano Real, em 1994, conseguiu-se a estabilização econômica a partir da âncora cambial, com o real e dólar praticamente se equivalendo. “Depois (em 1999) desvalorizou-se o câmbio e mandaram os juros para a casa do chapéu. Entre 1994 e 1999, o juro real (acima da inflação) médio foi de 22,5% ao ano. Que economia aguenta isso? Saímos de uma dívida bruta ocupando 30% do PIB para 70% do PIB”, lembra.

O professor pondera ainda que o governo Lula, embora tenha conseguido manejar a condução da economia e fazer o país crescer – aproveitando o bem o ciclo das commodities – não aproveitou bem o ciclo para partir para outro arranjo que libertasse a política econômica da má condução dos fatores câmbio e juros.

“Deixar o câmbio desvalorizado (dólar barato) é dar sopa para chinês. E deixamos, nos últimos 20 anos. Nos demos bem nos anos 2000 porque a economia cresceu, então a relação dívida PIB voltou a cair para a casa dos 50%. Mas em 2014 voltamos a 54%, o que é ótimo comparado com os padrões mundiais, e em 2015 chegamos a nos aproximar dos 70% de novo”, descreve Belluzzo, assinalando que é uma relação ruim para um país que ainda paga taxas tão elevadas de juros (foram R$ 510 bilhões no ano passado, quase 10% do PIB).

“Eu falo sobre isso com o Lula e ele fica chateado. Quando começo a falar (sobre nossos erros na gestão de juros e câmbio), ele muda de assunto e começa a falar do Corinthians.”

África nas escolas

https://www.facebook.com/fernandohaddad/videos/1123544887726133/

sexta-feira, 29 de julho de 2016

De vice decorativo a interino vingativo!

Por Altamiro Borges, em seu blog.

Em recente debate no Centro de Estudos Barão de Itararé, o ex-ministro Franklin Martins disse que o golpista Michel Temer se converteu de “um vice decorativo em um interino vingativo”. Ele se referia ao processo de desmonte da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), com a exoneração do seu presidente-executivo, o jornalista Ricardo Melo – medida ilegal e arbitrária que depois foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – e a demissão de vários profissionais de renome. “Isto é censura, é perseguição política”, afirmou na ocasião. Nesta terça-feira (26), o alerta do ex-ministro foi corroborado pela onda de demissões no Ministério da Cultura – o que confirma que o vingativo usurpador detesta a democracia.

Segundo o noticiário da mídia chapa-branca, a caça às bruxas no MinC resultou na dispensa sumária de 81 profissionais e no desmonte de áreas estratégicas do ministério – como a Diretoria de Livro, Leitura, Literatura de Bibliotecas (DLLLB) e a Cinemateca. Em comunicado oficial e lacônico, o “sinistro” interino da pasta, Marcelo Calero, alegou que a onda de cortes faz parte do “processo de reestruturação” e do “desaparelhamento” da pasta, insinuando que todos os demitidos são “petistas”. Na prática, o Judas Michel Temer sempre desejou extinguir o ministério e só voltou atrás devido à forte pressão do mundo cultural, com dezenas de manifestos e protestos públicos.

Agora, irritado com a altiva resistência dos funcionários do MinC, que ocuparam vários dos seus equipamentos – como a Funarte do Rio Janeiro –, o interino vingativo parte para a retaliação. A medida fascista deve gerar mais rebeldia no mundo cultural e a tendência é de novas perseguições políticas no ministério, lideradas pelo insignificante capacho Marcelo Calero. Há boatos de que demissões podem vitimar até 140 profissionais do setor. No caso da Cinemateca, órgão responsável pela preservação do audiovisual, toda sua direção já foi exonerada – incluindo a coordenadora-geral, Olga Futemma. Para o seu lugar foi nomeado Oswaldo Massaini Filho, um agiota ligado ao mercado financeiro.

Processo macarthista de perseguição

A postura vingativa do Judas Michel Temer ficou explícita logo após a concretização do “golpe dos corruptos”, com o afastamento da presidenta Dilma Rousseff no Senado, em 12 de maio passado. Demonstrando toda sua pequenez política, o ex-vice-presidente – que confessou numa carta patética que se considerava apenas uma figura “decorativa” – passou à retaliação política mais torpe. Cancelou os voos da presidenta eleita pela maioria dos brasileiros e suspendeu, inclusive, a refeição designada à sua nova residência oficial, o Palácio da Alvorada. As iniciativas truculentas, totalmente contrárias à legislação, foram questionadas na Justiça, mas o usurpador não recuou na sua sanha vingativa.

Logo na sequência, o golpista deu início a um processo macarthista de perseguição política. Uma das primeiras vítimas foi um funcionário público que servia café no Palácio do Planalto, acusado de ser “um fiel petista”. A onda fascistoide foi festejada por uma reportagem da excitada revista Época, assinada pelo jornalista Ricardo Della Costa, “Michel Temer escalou auxiliares para desempenhar uma tarefa curiosa: caçar simpatizantes do PT escondidos no governo. A cada suspeita, os auxiliares do peemedebista buscam por registro de filiação e monitoram até as redes sociais. O nome dos encontrados param na mesa do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, para a exoneração”.

Balcão de negócios para bandidos

A onda macarthista também foi confirmada pela Folha, em reportagem publicada em 8 de junho. “O presidente interino, Michel Temer, ordenou acelerar as demissões de servidores ligados ao PT que ainda ocupam cargos no segundo e terceiro escalão do governo... A equipe do presidente interino pediu um levantamento do número de postos que ainda abrigam indicações consideradas políticas e orientou que os quadros petistas sejam substituídos o mais rápido possível. Nas palavras de um auxiliar de Temer, os funcionários ligados ao partido da presidente afastada que ainda permanecem em secretarias e diretorias ‘estão atrapalhando o andamento da gestão’. ‘O clima é de guerra’, sentenciou o assessor”.

A mídia venal, que apoiou o “golpe dos corruptos” e tem feito de tudo para embelezar a imagem do usurpador Michel Temer – sabe-se lá a que preço – ainda tentou difundir a ideia de que os demitidos – “todos petistas” – seriam substituídos por nomes de perfil técnico. Mas nem ela tem conseguido esconder que os golpistas estão loteando os cargos, entregando postos estratégicos e até mesmo do segundo escalão em troca da fidelidade dos partidos fisiológicos na aprovação definitiva do impeachment da presidenta Dilma no Senado. O Palácio do Planalto virou um agitado balcão de negócios, com a indicação de todo tipo de bandido – muitos deles com longas fichas policiais – para os cargos públicos.

Vazou o vídeo da Dilma que o PSDB e o Solidariedade pediram à Justiça pra que não fosse exibido.

https://www.facebook.com/jean.wyllys/videos/1072390929475580/

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Veja aqui a gravação integral do programa 'Jogo de Carta', com a participação de Ciro Gomes conversando com Mino Carta.

https://www.facebook.com/CartaCapital/videos/1178225618865517/

Nota de Aloísio Mercadante sobre o fim do Pronatec

"Nota
Diagnóstico de pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgada nesta quinta-feira (28), que aponta o Brasil como terceiro país com maior dificuldade em encontrar trabalhadores qualificados para suas vagas de emprego reforça a absoluta prioridade do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Desenhado a partir da avaliação, de que o Brasil precisa avançar na capacitação técnica profissional na mão de obra, o programa já atingiu 9,4 milhões de matrículas. O Pronatec, realizado em parceira com o Sistema S, Institutos Federais e setor privado, passou por aprimoramentos fundamentais, nos últimos cinco anos, que permitem o Brasil dar o salto de profissionalização necessário para enfrentar o cenário apresentado pela OCDE.
O argumento de restrição orçamentária, utilizado pela atual gestão do Ministério da Educação como desculpa para a paralisia do programa, é insustentável. O Pronatec já estava previsto no orçamentos de custos dos institutos federais. Também já havia sido anunciado acordo com o Sistema S, que, excepcionalmente este ano, teria papel destacado no financiamento do programa.
Em março, a pactuação com o Sitema S, anunciada pela presidenta Dilma Rousseff, permitiria, junto com os institutos federais, 2 milhões de novas vagas no Pronatec ainda este ano.
As novas vagas do Pronatec previam 300 mil vagas para estudantes do EJA, pessoas com mais de 18 anos que não terminaram o ensino fundamental ou o médio. Um problema concreto das antigas gerações. Além disso, contemplava uma plataforma online, desenvolvida pelo Sesi e Senai, para a oferta de cursos de qualificação profissional com simuladores em equipamentos industriais, videoaulas e exercícios. Estava em construção, ainda, uma rede com videoaulas, a partir da TV Escola, nos moldes da Plataforma Hora do Enem, com 44 emissoras de televisão, dentre educativas, públicas e o canal Futura.
São saídas criativas para que os 11% de desempregados brasileiros não fiquem apenas recebendo seguro desemprego, mas também invistam em qualificação profissional,podendo ser reinseridos no mercado de trabalho em outro patamar. A alternativa de aulas à distância, flexibilizando o programa, permite qualificação dos trabalhadores em horários alternativos, fora do expediente.
O sucesso do Pronatec já é uma realidade. Na WorldSkills 2015,maior competição para estudantes da educação profissional e tecnológica do mundo, a delegação brasileira conquistou 11 medalhas de ouro, dez de prata e seis de bronze e 18 certificados de excelência. Das 27 medalhas, 25 foram de estudantes do Pronatec, incluindo todas as medalhas de ouro. Concorreram no WordSkills 1.189 participantes de 59 países.
A abertura de novas vagas para o Pronatec estava prevista para maio deste ano. Entretanto, a equipe do governo golpista e interno abandonou o acordo com o sistema S e, apesar dos desmentidos do Ministério da Educação, efetivamente acabou com o programa.
Trata-se de uma decisão política de um governo que não passou pelo crivo das urnas, não tem nenhum programa e vem realizando o maior retrocesso e desmonte de políticas educacionais já registrados na história em pouco mais de dois meses. Além do Pronatec, acabaram, dentre outras ações, com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e com o Ciências Sem Fronteiras na graduação.
O fim do Pronatec é um golpe nos trabalhadores e na economia do Brasil. Os dados da OCDE são mais um alerta para a absoluta prioridade que deveria ser dada ao programa."

Advogado de Lula explica a ação na ONU

https://www.facebook.com/Lula/videos/1043855372350129/

Entrevista com João Pedro Stédile.

https://youtu.be/vGDSK3iva0g

Hino Nacional cantado na língua Indígena

https://www.facebook.com/YsaniTV/videos/1045731202166083/

107 anos de luta e poesia! Nossa homenagem a seu Luiz Beltrame

http://www.mst.org.br/2016/07/27/107-anos-de-luta-e-poesia-nossa-homenagem-a-seu-luiz-beltrame.html

QUEM É O NOVO PRESIDENTE DA PETROBRÁS?

https://www.facebook.com/Sindipetrominasgerais/videos/920066771436307/

O fascismo e sua imbecilidade ilógica

Mauro Santayama em seu blo

 

 

 

(Jornal do Brasil) - Célebre por seus estudos sobre a França de Vichy, Robert Paxton dizia que o fascismo se caracteriza por uma sucessão de cinco momentos históricos: a criação de seus movimentos; o aparelhamento do setor público; a conquista do poder legal; a conquista do Estado; e, finalmente, a radicalização dos fins e dos meios - incluída a violência política - por intermédio da guerra.     

 

O fascismo de hoje se disfarça de “liberalismo” no plano político e de neoliberalismo no plano econômico.

 

Seu discurso e suas “guerras” podem ser dirigidos contra inimigos externos ou internos.     

 

E sua verdadeira natureza não pode ser escondida por muito tempo quando multidões uniformizadas, quase sempre com cores e bandeiras nacionais, descobrem "líderes" dispostos a defender o racismo, a ditadura, o genocídio e a tortura.     

 

Que, quase sempre, são falsa e artificialmente elevados à condição de deuses vingadores.     

 

E passam a ter seus rostos exibidos em camisetas, faixas, cartazes, por uma turba tão cheirosa quanto ignara, irrascível e intolerante, que os exalta com os mesmos slogans, em todos os lugares.     

 

Repetindo sempre os mesmos mantras anticomunistas toscos, "reformistas" e "moralistas", contra a política e seus representantes - o “perigo vermelho”, a “corrupção” e os “maus costumes”. 

 

Uma diatribe que lembra as mesmas velhas promessas e “doutrina” de apoio a outros "salvadores da pátria” do passado - que curiosamente costumam aparecer em momentos de "crise" aumentados intencionalmente pela mídia, ou até mesmo, a priori, fabricados - como Hitler, Mussolini, Salazar e Pinochet, entre muitos outros.

 

Não importa que as “bandeiras”, como a do combate à corrupção - curiosamente sempre presente no discurso de todos eles - sejam artificialmente exageradas.     

 

Não importa que, hipocritamente, em outras nações, o que em alguns países se condena, seja institucionalizado, como nos EUA, por meio da regulamentação do lobby e do financiamento indireto, e bilionário, de políticos e partidos por grandes empresas.     

 

Nem importa, afinal, que a Democracia, contraditoriamente, embora imperfeita, aparentemente - por espelhar os defeitos próprios a cada sociedade - ainda seja, para os liberais clássicos, o melhor regime para conduzir o destino das nações e o da Humanidade. 

 

Como ensina Paxton, na maioria das vezes os grupos fascistas iniciais sobrevivem para uma segunda fase, quando, como movimentos ou ainda como mera tendência, discurso ou doutrina - muitas vezes ainda não oficialmente elaborada - passam a se infiltrar e impregnar setores do Estado.

 

Esse é o caso, por exemplo, de “nichos” nas forças de segurança, no Judiciário e no Ministério Público, que passam então,  também, a prestar dedicada "colaboração" ao mesmo objetivo de "limpeza" e "purificação" da Pátria.  

 

Com o decisivo apoio de uma imprensa - normalmente dominada por três ou quatro famílias conservadoras, milionárias, retrógradas, entreguistas - que atua como instrumento de "costura" e "unificação" do "todo", por meio da pregação constante dos objetivos a serem alcançados e da permanente glorificação, direta ou indireta, do "líder" maior do processo.

 

Não por acaso, Mussolini e Hitler foram capa da Revista Time, o primeiro em 1923, o segundo em 1938, e de muitas outras publicações, em seus respectivos países, quando ainda estavam em ascensão.     Não por acaso, nas capas de jornais e revistas, principalmente as locais, eles foram precedidos por manchetes sensacionalistas e apocalípticos alertas  sobre o caos, a destruição moral e o fracasso econômico.     

 

Mesmo que em alguns países, por exemplo, a dívida pública (líquida e bruta) tenham diminuído desde 2002; a economia tenha avançado da décima-quarta para a oitava posição do mundo; a safra agrícola tenha duplicado; o PIB tenha saído de 504 bilhões para mais de 2 trilhões de dólares; e, apesar disso, tenha sido reunida, entre dinheiro pago em dívidas e aplicações em títulos externos, a quantia de 414 bilhões de dólares em reservas internacionais em pouco mais de 12 anos.        

 

Da fabricação do consentimento que leva ao fascismo, e às terríveis consequências de sua imbecilidade ilógica e destrutiva, não faz parte apenas a exageração da perspectiva de crise.     

 

É preciso atacar e sabotar grandes obras e meios de produção, aumentando o desemprego e a quebra de grandes e pequenas empresas, para criar, por meio do assassinato das expectativas,  um clima de terror econômico que permita tatuar a marca da incompetência na testa daqueles que se quer derrubar e substituir no poder, no futuro.     

 

Criando, no mesmo processo, “novas” e “inéditas” lideranças, mesmo que, do ponto de vista ideológico, o seu odor lembre o de carniça e o de naftalina. 

 

Como se elas estivessem surgindo espontaneamente, do “coração do povo”,  ou dos “homens de bem”, para livrar a nação da “crise” - muitas vezes por eles mesmos fabricada e “vitaminada” - e salvar o país.     

 

Afinal, é sempre com a velha conversa de que irá “consertar” tudo, corrigindo a desagregação dos costumes e os erros da democracia, que sempre apresenta como irremediavelmente, amplamente, podre e corrompida até a raíz - como Hitler fez com a República de Weimar - que o fascismo justifica e executa seu projeto de conquista e de chegada ao poder.     

 

É com a desculpa de purificar a pátria que o fascismo promulga e muda leis - muitas vezes ainda antes de se instalar plenamente no topo - distorcendo a legislação, deslocando o poder político do parlamento para outros setores do Estado e para “lideres” a princípio sem voto.     

 

É por meio de iniciativas aparentemente “populares”, que ele desafia a Constituição e aumenta o poder jurídico-policial do Estado no sentido de eliminar, impedir, sufocar, o surgimento de qualquer tipo de oposição à sua vontade.     

 

Para manter-se depois, de forma cada vez mais absoluta, no controle, por meio de amplo e implacável aparato repressivo  dirigido contra qualquer um que a ele venha a oferecer resistência.     

 

Aprimorando um discurso hipócrita e mentiroso que irá justificar a construção, durante alguns anos, de um nefasto castelo de cartas, do qual, no final do processo, sobrarão quase sempre apenas miséria, desgraça, destruição e morte.     


É aí que está a imbecilidade ilógica do fascismo.

Tudo que eventualmente constrói, ele mesmo destrói.     

 

Não houve sociedade fascista que tenha sobrevivido à manipulação, ao ódio e ao fanatismo de seus povos, ou ao ego, ambição, cegueira, loucura e profunda vaidade e distorção da realidade de “líderes” cujos sonhos de poder costumam transformar-se – infelizmente, depois de muito sangue derramado - no pó tóxico e envenenado que sobra das bombas, das granadas e das balas.

PEC 241: eles vieram pra lascar


A PEC do teto de gastos, 241, é chamada de PEC do golpe. Ela define que, em 2017 o limite de gastos será a despesa primária federal de 2016, reajustada pelo IPCA de 2016. A partir de 2018, o reajuste será aplicado usando o teto do ano anterior acrescido da inflação. A proposta trata das despesas primárias, ou seja, exclui os gastos do governo com o pagamento dos juros e amortização da dívida pública, verdadeira razão do déficit público. O congelamento do gasto público valerá por 20 anos, com possibilidade de revisão da regra de fixação do limite a partir do décimo ano de vigência.
Neste período, segundo o governo, o dinheiro economizado será destinado ao pagamento dos juros e do principal da dívida pública. Se a PEC for aprovada, as despesas públicas deverão decrescer a sua participação relativa no PIB, toda vez que houver crescimento econômico. Em síntese, o Estado entraria em nova rota de decréscimo em relação à economia nacional.
Nenhum país do mundo tem este tipo de lei, que afeta a própria soberania nacional (claro, este é um dos objetivos).

terça-feira, 26 de julho de 2016

Petrobras prepara onda de demissões

Por Altamiro Borges, em seu blog

O jornal Estadão informa nesta terça-feira (26) que a Petrobras, agora sob o comando do golpista Pedro Parente, prepara uma nova onda de cortes na estatal. “A Petrobrás planeja um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para a BR Distribuidora, que será estendido aos funcionários de todas as subsidiárias colocadas à venda. O plano já foi aprovado pela diretoria executiva, mas ainda depende do aval do conselho de administração. A medida reforça a estratégia da companhia de reduzir seu tamanho. Será o segundo PDV realizado pela petroleira só este ano. Com o primeiro, a companhia espera desligar até 12 mil funcionários e economizar R$ 33 bilhões em quatro anos”, revela o jornalista Antônio Pita.

Ainda de acordo com a reportagem, “a decisão de abrir um novo PDV para as empresas a serem vendidas foi informada pelo diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Celestino Ramos, em comunicado interno. De acordo com o documento, o programa ‘será automaticamente lançado em todos os ativos que venham a ser objetos de parceria ou desinvestimento’. Ao jornal Estado, a Petrobrás confirmou decisão, mas indicou que ainda não há definição de metas, custos de indenização, critérios ou prazos. Na carta, o diretor Celestino disse não ter resposta para todas as dúvidas dos trabalhadores. ‘Não deixem que especulações ou suposições interfiram no nosso trabalho’, disse”. Haja cinismo e medo!

A explosão de revolta dos petroleiros

A conversa fiada do diretor da estatal – corroborada pelo jornal privatista da famiglia Mesquita – apenas confirma os temores de que o novo facão provocará inevitável revolta da combativa categoria. O próprio Estadão já prevê dias de confronto. “O processo de venda de ativos, visto como fundamental para sanear as finanças da estatal, despertou fortes reações contrárias de trabalhadores e deixou o clima tenso... Os sindicatos já articulam uma greve no próximo mês contra o que consideram ‘entreguismo’. ‘Se depender do sindicato, vamos parar tudo. Já rechaçamos esse entreguismo na década de 90 e não vamos aceitar de novo’, disse Emanuel Cancella, diretor do Sindpetro-RJ. Segundo ele, o sindicato deve aderir ao movimento dos petroleiros do Nordeste, que preparam paralisação de cinco dias, em agosto, contra a venda de campos maduros na região”.

Desde a concretização do “golpe dos corruptos”, em 12 de maio, a combativa categoria já realizou inúmeros protestos – com passeatas, paralisações parciais e caravanas a Brasília. A permanente mobilização, liderada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), visa defender a Petrobras e a democracia, e tem como o mote o “Fora Temer”. A categoria também não deu um minuto de paz ao presidente interino da estatal, Pedro Parente, rotulado de “mercador”, “privatista”, “neoliberal” e “entreguista”. Para a FUP, o objetivo do covil golpista de Michel Temer é o de desmontar e privatizar a estatal, seguindo o roteiro traçado pelo governo dos EUA e pelas multinacionais do petróleo. O processo de desmonte, que já estava em curso, agora ganhou celeridade com o “golpe dos corruptos”.

O desmonte patrocinado pela Lava-Jato

Neste processo criminoso desmonte da Petrobras a midiática Operação Lava-Jato, chefiada pelo sinistro juiz Sérgio Moro, teve um papel de relevo. Há fortes desconfianças de que poderosos interesses externos nutriram suas ações destrutivas. Segundo reportagem da insuspeita Folha golpista, publicada no final de março passado, “desde que foram alvejadas pela Lava-Jato, há pouco mais de dois anos, a Petrobras e suas subsidiárias demitiram 169,7 mil pessoas. O corte já representa o equivalente a 61% da equipe atual, que estava em 276,6 mil em fevereiro de 2016. Em dezembro de 2013, eram 446,3 mil pessoas – de cada 10 trabalhadores empregados antes da Lava-Jato, quatro foram dispensados”.

“Os cortes começaram ainda em 2014, último ano da gestão Graça Foster, quando 74,3 mil perderam o emprego, e se intensificaram sob comando de Aldemir Bendine, que cortou 95,4 mil até fevereiro deste ano... Uma análise dos cortes mostra que 85% das demissões ocorreram entre prestadores de serviço que realizavam obras para a companhia. Esse contingente caiu de 175,8 mil pessoas em dezembro de 2013 para apenas 30,8 mil em fevereiro de 2016. A Petrobras foi obrigada a cortar drasticamente os investimentos para preservar seu caixa e tentar reduzir suas dívidas... Além disso, grandes obras foram paralisadas ou reduzidas com as denúncias de pagamento de propina pelas empreiteiras a ex-funcionários da empresa e a políticos”.

Disposição para ir à guerra

Com a concretização do “golpe dos corruptos”, que levou ao poder famosos serviçais das multinacionais – como o “chanceler” José Serra e o “neoliberal” Pedro Parente –, há consenso de que a situação só vai se agravar. A midiática Operação Lava-Jato preparou o terreno para a privatização da estatal, que agora será consolidada pelo covil golpista de Michel Temer. Isto é o que espera, excitadíssimo, o “deus-mercado”, que festejou a indicação do “presidente interino” da companhia, segundo relatos da mídia privatista. Isto também já é dado como certo pelos petroleiros, que se orgulham da capacidade produtiva da estatal e conhece as tramoias históricas para destruí-la.

“O perfil ultraliberal de Pedro Parente o descredencia por completo para assumir o comando de uma empresa que tem sido a âncora do desenvolvimento do país", reagiu a Federação Única dos Petroleiros (FUP) logo que Michel Temer anunciou o nome do “mercador”. Para evitar este desastre, a combativa categoria está disposta a ir à guerra e promete um mês de agosto bem agitado.

O que estará em jogo no julgamento do Senado


Diante do atual cenário, como pode um parlamentar, liberal ou de centro-esquerda, ter dúvidas sobre que decisão tomar?

por Roberto Amaral, em CartaCapital

Reuniu-se no Rio de Janeiro, em 19 e 20 de julho, o “Tribunal Internacional pela Democracia no Brasil”, iniciativa que deita raízes no Tribunal Russell-Sartre sobre os crimes de guerra dos EUA no Vietnã, seguidamente reunido para julgar os crimes das ditaduras na América do Sul (‘Tribunal Russel II’, Roma 1974, Bruxelas 1975, Roma 1976), e que culminou, por suposto, com a condenação do regime militar brasileiro.
Sobre o Tribunal do Rio em si, ouviu-se o silêncio sepulcral de nossa grande imprensa, “dopada com tranquilizantes”, como observa Janio de Freitas. Nem uma só palavra sobre a presença, entre nós, de juristas europeus, norte-americanos e latinos. E, por óbvio, nem uma linha, nem um segundo de rádio ou de televisão.
Nenhuma palavra sobre a sentença, simplesmente porque os juristas-jurados afirmam, unanimemente, a “inexistência de crime de responsabilidade ou de qualquer conduta dolosa que implique um atentado à Constituição da República e aos fundamentos do Estado brasileiro”, donde considerarem que o impeachment, com o qual o Senado ameaça a presidente Dilma Rousseff, se caracterizaria, acaso efetivado, como verdadeiro golpe ao Estado Democrático de Direito.
Assim, desvinculados dos conflitos brasileiros, atentos apenas ao bom Direito e aos fundamentos da democracia, nos falam juristas como Walter Antillón Montenegro (Costa Rica), Jaime Fernando Cárdenas Garcia (México), Maria José Farinas Dulce (Espanha), Alberto Filipi (Argentina), Carlos Augusto Gávez Argote (Colômbia), Azadeh N. Shahshahani (EUA), Giani Tognini (Itália) e Raul Veras (México).
Mas a questão jurídica, não obstante sua relevância, é apenas um dos muitos aspectos da violência que, abatendo-se sobre Dilma, ameaça, na verdade, o processo histórico-social brasileiro, ameaça o desenvolvimento, a independência e o futuro de nossa gente e de nosso País.
Acena com uma regressão político-ideológica de décadas, em certos termos mais profunda do que aquela que nos atingiu em 1964, e da qual pensávamos, vã ilusão, que nos havíamos vacinado com a redemocratização e as vitórias populares que se seguiram a 2002.
A história está aí para ensinar a possibilidade sempre presente de retorno a quadros políticos aparentemente superados, e que o pior é sempre uma possibilidade. A tragédia alemã do nazismo foi gerada ainda no útero da constituição democrática de Weimar, mãe de nossa Carta de 1934, que, por seu turno, expeliu àquela autoritária do Estado Novo.
Nas entranhas da frente democrática que dinamitou o Estado Novo (1945), estava o reacionarismo golpista e militarista da UDN, que finalmente chegaria ao poder com a regressão autoritária de 1964. Não nos esqueçamos da eleição de Collor, pondo uma pá-de-cal na frustrada promessa da ‘Nova República’ ao implantar a primeira experiência neoliberal, afinal levado a cabo pelos oito anos do tucanato, derrotado em quatro eleições, e agora redivivo no regime do presidente interino.
O professor Cristovam Buarque, senador da República por Brasília, reivindicando a isenção que ninguém lhe nega, apresenta-se, diante do processo do impeachment no Senado, como um jurado num tribunal do júri, prestes a julgar Dilma Rousseff: “Sou um julgador, não um indeciso. Mesmo que eu tivesse um sentimento formado, eu não diria qual é. Como é que posso julgá-la se ela não veio aqui” (Valor, 15/7/2016).
Posta de lado a óbvia irrelevância da eventual presença física da presidente na Casa Legislativa, o fato objetivo é que em nenhuma oportunidade o Senado, e nele o senador Cristovam Buarque, estará julgando a presidente Dilma, com seus erros e seus acertos. O que está em jogo (pode até ignorá-lo o senador, mas não ignorará o professor que sobrevive nele), é o futuro deste País.
Uma nação que Cristovam (e seus colegas) assumirá a responsabilidade histórica de legar aos seus netos.
Justifica-se que poucos tenham acreditado nos reais compromissos de Michel Temer quando o vice em campanha pelo cargo anunciou sua “Ponte para o futuro”, na verdade sua carta de compromisso com o atraso. Justifica-se, pois a fidúcia jamais foi elemento destacado do caráter de Temer e seus áulicos de hoje. Mas como ignorar seus dois meses de governo interino e as promessas com as quais acena na trágica eventualidade da consumação do crime político?
Como ignorar a PEC 241/2016, a limitar o crescimento dos gastos públicos à variação da inflação, efetiva promessa de barbárie social?
Para não falar da catástrofe que ela anuncia para a educação brasileira – isto é, para o futuro do país, e isso o senador Cristovam sabe muito mais do que eu e a maioria de meus poucos leitores e seus muitos eleitores.
Consideremos apenas o que a proposta anuncia para a Saúde. Arrimo-me nas denúncias do ex-ministro José Gomes Temporão: “Se essa regra vigesse há 20 anos, não teríamos o programa nacional de imunizações que é o maior do mundo, não teríamos o programa de Aids que é um dos mais respeitados do mundo, não seríamos o segundo maior país em transplantes de órgãos, não teríamos os 100 milhões de brasileiros cobertos pelo Programa de Saúde da Família e o impacto, dando só um exemplo, da redução dramática da mortalidade infantil (…) Eu diria que viveríamos uma situação de barbárie social, simplesmente” (seminário “Austeridade contra a Cidadania”, São Paulo, 18/7/2016).
Mais que julgar Dilma Rousseff, quem votar pelo impeachment estará, conscientemente, votando num projeto de governo no qual o SUS e as compensações sociais não cabem no Orçamento da União. Está em jogo uma opção clara, ideológica e material, pelos credores e pelos rentistas, em detrimento do povo.
Votando a favor do impeachment, fundado na conspiração e na fraude, supondo estar julgando a honrada presidente Dilma, na verdade o humanista e agora senador Cristovam estaria (e creio que jamais estará) optando pela revisão dos direitos dos trabalhadores, pelo desmonte do Estado e pela alienação de nossa soberania.
Não há mágoa que o justifique. Fique isso bem claro, para que fique bem claro o compromisso que cada um dos senadores e senadoras estará assumindo com o País e seu povo: o voto pelo impeachment é a opção pelo regresso social.
É ainda a opção por novo período ditatorial, uma ‘ditadura de novo tipo’, na sequência de um ‘golpe de novo tipo’, sem tanques nas ruas, sem vetustos generais de óculos escuros, mas comandada por arrivistas civis, apoiada por estamentos burocráticos estatais poderosíssimos em simbiose como a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, setores do Poder Judiciário e um STF partidarizado, cujo melhor exemplo é a liderança política e técnica de Gilmar Mendes, o adversário do decoro, aquele ministro que, como observa o colunista Bernardo Mello Franco, da Folha de S.Paulo, “não disfarça” seu facciosismo.
O novo governo já disse a que veio e já anunciou com o que nos ameaça mais na frente, como governo das elites contra os pobres. De seu repertório de perversidades constam todos os apelos da direita, do reacionarismo, do preconceito social, a fermentação do autoritarismo que toma conta das estruturas da desigual sociedade brasileira.
De par com a desnacionalização da economia nacional, em marcha, de par com a precarização do Estado reduzindo ou anulando seu poder de intervenção em favor dos mais pobres e mais oprimidos, anulando seu poder de indutor do desenvolvimento social e de combate às desigualdades sociais e econômicas, culturais, políticas e regionais.
O governo da direita já anunciou a retomada de teses como a redução da maioridade penal e elevação de três para 10 anos do limite de internação de menores infratores e – atenção, senador Cristovam! –, o corte das verbas para a Cultura e para Educação, após o assassinato do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e o abastardamento da universidade pública, do ensino e da pesquisa, bem como a redução do acesso dos pobres à universidade e ao ensino gratuitos.
O governo, pelos seus associados, já anuncia como meta o aumento da carga horária dos trabalhadores. O empresário-rentista dos bancos públicos Benjamin Steinbruch sugere que o intervalo para o almoço dos trabalhadores seja reduzido a 15 minutos.
O ministro do Trabalho, cargo antes ocupado por políticos comprometidos com os direitos dos trabalhadores, volta à lengalenga udenista contra a CLT e, em nome de sua “modernização”, retoma o discurso da terceirização e da supremacia da negociação sobre a proteção legal.
Que negociação pode ser favorável aos trabalhadores, especialmente àquelas categorias mais fragilizadas, em meio a à recessão e ao desemprego?
Um governo que acena contra as garantias da Previdência, a favor dos ricos e contra os pobres, a favor do capital e contra o trabalho, contra o desenvolvimento e, ao mesmo tempo, promotor da desigualdade social, antinacional e antipopular, não sobrevive no leito das franquias democráticas. O governo com o qual acena o vice-perjuro será necessariamente uma ditadura de novo tipo.
Um regime antidemocrático, conformado com uma Constituição reformada, emendada ao sabor de uma maioria retrógrada. Uma ditadura amparada na unanimidade da grande imprensa, a serviço do poder econômico e por isso louvada por todas as avenidas Paulistas da vida, além de protegida pela parcialidade do Poder Judiciário, preguiçoso na defesa dos pobres e pressuroso na proteção dos direitos dos poderosos.
Diante desse quadro, como pode um senador ou senadora, liberal ou de centro-esquerda, ter dúvidas sobre que decisão tomar

A intenção é lascar o Brasil e o seu povo!

A voracidade com que o governo está indo pra cima dos direitos sindicais e sociais (antes da decisão definitiva do Senado) não deixa de ser surpreendente. As medidas dos golpistas não ameaçam apenas o sistema político estabelecido pelo pacto da Constituição de 1988. É mais do que isso. É um ataque à própria ideia de Estado Nacional, que o Brasil vem construindo (com altos e baixos) desde o Governo Vargas.
Mas há indicações de que o que veio até agora será pouco em relação ao que virá depois de agosto, se o governo conseguir os 2/3 dos votos no Senado. Mas os eixos estão claros: expropriação de direitos, cortes nos recursos das políticas sociais, privatização "selvagem" e reinserção subordinada do Brasil no cenário internacional.

Escracho

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Mercadante: ‘Querem voltar a um Brasil em que só ricos estudavam no exterior’

http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/245747/Mercadante-%E2%80%98Querem-voltar-a-um-Brasil-em-que-s%C3%B3-ricos-estudavam-no-exterior%E2%80%99.htm

Eduardo e João Suplicy cantam "Blowing in the Wind".

https://www.facebook.com/EduardoSuplicy/videos/829986380441010/

A defesa do ouro negro da Amazônia Azul

http://rogeriocerqueiraleite.com.br/?p=15172

Ex-senador Eduardo Suplicy é detido durante reintegração de posse em SP

http://bit.ly/2aaO48H

ARQUIVO GEE: Luiz Pinguelli Rosa parte 2

https://youtu.be/vm119rJ0gN8

ARQUIVO GEE: Luiz Pinguelli Rosa parte 1

https://youtu.be/EtqHpNFZWTQ

Mendoncinha quer trocar Ciência sem Fronteiras por Bolsa-Disneylândia

patetas
Lê-se no blog de Fernando Rodrigues que Mendonça Filho – segundo Renan Calheiros, nas gravações de Sérgio Machado, o mais corrupto, junto do Pauderney Avelino – vai acabar com o Ciência Sem Fronteiras  para estudantes de graduação.
Se é – e não deveria ser – indispensável cortar, de fato, é preferível fazê-lo na graduação do que na pós (mestrado, doutorado e pós-doutorado).
Preferível, mas não desejável.
O problema é que o “Mendoncinha” vai cortar a graduação universitária, diz ele, para ” destinar verbas federais para uma parcela da população que realmente aproveitará de maneira mais eficaz a experiência de passar 1 ano no exterior”.
Como?
Mandando adolescentes de 2º grau para “intercâmbio”, como os destes vendidos pelas agências de viagem, no exterior para…”sobretudo, para o aprendizado de um outro idioma”.
Traduzindo: cursinho de inglês.
Nada contra as famílias que entram em programas de intercâmbio para adolescentes. Mas isso não agrega massa de conhecimento ao país, o que é objetivo do Ciência sem Fronteiras.
A comparação entre o valor per capita  um programa de educação superior no estrangeiro e o gasto com merenda escolar é algo que só pode caber na mente de um microcéfalo.
Como se observa no quadro acima, o governo federal gastou R$ 105,7 mil por estudante do Ciência sem Fronteiras contra R$ 94,6 por aluno com merenda escolar. “Uma diferença assim me parece insustentável e não pode continuar”, disse Mendonça Filho.
Se quiserem fazer a conta, este é o custo anual. Dá R$ 8.800 por cada um dos 12 meses. Em dólar – porque é no exterior -, a R$ 3,30 por dólar, dá US$ 2,7 mil. Isso inclui a bolsa (US$ 800 mensais),  hospedagem, seguro-saúde( não tem SUS nos EUA), material didático, auxilio para instalação (uma vez, óbvio) e passagem aérea de ida e volta.
Os valores estão aqui e podem ser conferidos por qualquer um.
Querer apontar os jovens do Ciência sem Fronteira como “marajás” é uma estupidez.
É uma canalhice da mesma laia daquela que fica dizendo que eles estão fazendo “turismo”… Como se estudante, em toda parte do mundo, não pegasse uma mochila, uns trocados, e metesse o pé na estrada quando pudesse. Ainda mais que, sobretudo na Europa, é forte a cultura dos “hostels” estudantis, baratinhos, além do que os trens e a proximidade ajudam.  Ou lá não tem férias, feriados, etc. E não tem passagem pra vir de férias pro Brasil, não. É uma só.
Os adolescentes que Mendoncinha que mandar pros States para aprender inglês (hoje é exigido um nível de suficiência em língua estrangeira, porque os professores lá não vão explicar em português, óbvio) vão custar o mesmo em todos os itens, exceto na bolsa. Assim mesmo, não muito. E quando viajarem, vai ser para a Disney…
O que tem de ser feito para melhorar a eficiência do programa é criar um período de recolocação na volta ao Brasil, nos moldes da residência médica, com bolsa para se integrarem à pesquisa e ao ensino universitário e não ficarem batendo cabeça porque não tem experiência profissional ou estão desambientados nas instituições onde estavam antes da viagem.
Mas esqueçam. O padrão mental do ministro é semelhante ao de seu consultor, Alexandre Frota.

O julgamento de Dilma, parte 2: a lição de Esther

http://www.brasil247.com/pt/247/poder/245410/O-julgamento-de-Dilma-parte-2-a-li%C3%A7%C3%A3o-de-Esther.htm

Carolina Maria de Jesus - poética da diáspora (pesquisa fapesp)- Brasil, terra de gigantes.

https://www.facebook.com/vozesfemininas1/videos/1075836475826339/

Não querem que o trabalhador seja livre.

“Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas
através da Petrobras. Mal começa esta a funcionar,
a onda de agitação se avoluma.
A Eletrobras foi obstaculada até o desespero.
Não querem que o trabalhador seja livre.
Não querem que o povo seja independente”
(Carta-Testamento do Presidente Getúlio Vargas)

O pato da Fiesp e o liberalismo tupiniquim

Por Mauricio Moraes, na revista Carta Capital  - Transcrito no blog do Miro.
 

E eis que o empresário Laodse de Abreu Duarte, diretor da Fiesp, deve para a União R$ 6,9 bilhões. A dívida é maior que a de 18 estados brasileiros, como Bahia e Pernambuco, segundo revelou a imprensa.

O calote de Abreu Duarte diz muito sobre as relações econômicas do Brasil, um país onde os empresários adoram pregar o Estado mínimo, conquanto que seja mínimo para os outros, porque para os donos do poder a regra é sempre mamar nas tetas bem graúdas desse mesmo Estado.

O discurso padrão da Fiesp e de partidos como o PSDB e o DEM é o de que o Brasil tem um governo imenso, que precisa ser enxugado, que somos um país onde se paga muitos impostos e nada se recebe de volta de um Estado ineficiente e grande.

Essas mesmas pessoas usam do argumento liberal para falar contra programas sociais como o Bolsa Família, dizendo que o governo manipula os pobres ao lhes dar o peixe e não a vara para pescar – a velha história da meritocracia. Vide o pato amarelo da Fiesp, que entrou em cena contra a volta da CPMF e ganhou protagonismo na campanha pelo impeachment.

O calote de Abreu Duarte mostra que não existe liberalismo no Brasil. O que temos é uma classe empresarial que não consegue caminhar se não tiver o Estado a lhe dar mãos, que acha que o Tesouro Nacional é a extensão de sua própria conta bancária. Ainda vivemos um pré-capitalismo, um modelo arcaico de relações econômicas baseadas no velho patrimonialismo colonial.

Vejam só esta notícia, que passou despercebida, ganhando apenas uma notinha no Painel da Folha de S. Paulo, em maio: “Concessionárias de alguns dos maiores aeroportos do país pediram à Anac, que regula o setor, a suspensão de pagamentos e a renegociação de contratos. As empresas que tocam Guarulhos, Viracopos, Galeão, Confins, Brasília e Natal dizem não ter como pagar agora os cerca de R$ 2,5 bilhões estimados para este ano. Culpam a recessão e a falta de crédito.”

Se as concessionárias de aeroportos não têm como entregar a tarefa que receberam nas concessões, por que o governo não as deixa quebrar? Esta e a lógica do liberalismo, a mão invisível do mercado, nos termos de Adam Smith.

Se o Brasil fosse liberal como prega o discurso hipócrita dos capitalistas da Fiesp, o fato de uma empresa não cumprir o contrato significa que ela não é competitiva o suficiente para atuar no mercado. O script liberal diz que ela deve quebrar e outro ator entrará em cena, comprando a massa falida e explorando o serviço.

Mas no capitalismo tupiniquim, mesmo quando o governo faz as privatizações necessárias (porque há serviços que são melhores geridos pela iniciativa privada enquanto outros só podem ser geridos pelo Estado), o setor privado resiste em cortar o cordão umbilical com o Estado. Não bastassem serem financiadas pelo BNDES em condições generosas, na primeira dificuldade as empresas correm pedir ajuda e não têm qualquer cerimônia em dizer: “devo, não nego, pago quando puder”. E nem sempre pagam.

Uma das maiores caricaturas do liberalismo tupiniquim é o candidato tucano à prefeitura de São Paulo, o empresário João Dória (PSDB). Discípulo do Estado mínimo, só que da boca para fora, Dória quer privatizar o centro de eventos do Anhembi e o estádio do Pacaembu porque seria preciso enxugar o governo e abrir espaço para a iniciativa privada, segundo ele.

Mas emails vazados pela imprensa mostraram que o mesmo Dória recebeu quase R$ 1 milhão da Apex (agência federal de fomento a exportações), que era chefiada por um amigo seu, para organizar encontros de empresários no exterior. Dória chegou inclusive a pedir um favorzinho: um financiamento para exposições no exterior de sua mulher, Bia Dória, que se apresenta como artista plástica. Ou seja, liberal tupiniquim reclama de Bolsa Família mas adora um Bolsa Empresário.

E não bastasse serem hipócritas no discurso econômico, os liberais tupiniquins ainda dão o golpe no discurso do liberalismo dos costumes. Para liberais de verdade, o indivíduo é livre pra tocar sua vida e o Estado não deve se intrometer nas escolhas particulares. Já para os liberais tupiniquins, casamento gay não pode, aborto não pode, nova política de drogas não pode. A farsa não tem limites.

Lembra do trensalão? Alckmin acaba de perdoar dívida de R$ 116 milhões de empresa envolvida no escândalo

http://www.ocafezinho.com/2016/07/25/lembra-do-trensalao-alckmin-acaba-de-perdoar-divida-de-r-116-milhoes-de-empresa-envolvida-no-escandalo/

sábado, 23 de julho de 2016

Nuvens carregadas

http://rogeriocerqueiraleite.com.br/?p=15116

Cordialidade brasileira nos dias atuais.




Um sujeito que conheço (já foi meu amigo), perdeu a esportiva quando falei que a principal motivação do golpe é geopolítica, interessando diretamente os Estados Unidos. Ficou especialmente irritado, quando citei a fala do cientista político Português José ´Boaventura dos Santos, que falou que o Serra foi para o governo com dois objetivos: alinhar o Brasil com os EUA (acho que ele pegou leve: o termo é subordinar o Brasil aos EUA), o que significa liquidar o banco dos BRICS e fazer o Brasil aderir ao projeto Transpacífico. Esse conhecido me chamou de adepto da teoria da conspiração e gritou que era melhor ser aliado dos EUA do que dos comunistas russos e chineses. Mas quando eu disse que os norte-americanos eram grandes interessados na operação Lava Jato, porque esta tem sido estratégica na progressão do golpe até o momento, tendo aprofundado e liquidado várias empresas de engenharia de capital nacional, abrindo espaço para os capitais estadunidenses, ele enlouqueceu. Me chamou de economista desinformado e dominado pela ideologia bolivariana.
Aproveitei o debate para encerrar aquela amizade, que já tinha ficado pesada demais. Acho que ganhamos os dois.