terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Três perguntas econômicas



Carta Capital
Adital



Por Luiz Antonio Cintra
 
A Petrobras vai mal? Os índices de inflação eram bons há 20 anos? Por que aqui as agências de rating ainda são levadas a sério?

O lucro nos primeiros nove meses deste ano foi de 17 bilhões de reais, 22% maior que o registrado no ano passado. A Petrobras vai mal? Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
1) O noticiário recente tem engrossado a campanha contra a gestão da Petrobras. Fala-se em "pobre estatal”, em uma suposta "hemorragia” do caixa da empresa, como se a Petrobras fosse uma das companhias X e estivesse à beira da falência. Tudo porque o governo não encampou o "reajuste automático” das tarifas, eufemismo para a indexação dos preços dos combustíveis, tão desejada pelos acionistas, para quem quanto maior a rentabilidade da estatal, melhor. A despeito da chiadeira, o lucro nos primeiros nove meses deste ano foi de 17 bilhões de reais, 22% maior que o registrado no ano passado. A Petrobras vai mal?
2) Fico com a pulga atrás da orelha ao ver os economistas do PSDB falarem na preocupação que lhes causam os índices de inflação. Caso do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga (a "raposa ética”, segundo alguns críticos ferinos), que invariavelmente faz ar de "se fosse comigo seria bem diferente” quando ele trata de analisar a conjuntura. Sugiro uma olhada nos índices de inflação do período de Fraga no BC. Entre 1999 e 2002, o IPCA acumulado em 12 meses foi de 8,94%, 5,97%, 7,67% e 12,53%, respectivamente. Um desempenho sensacional?
3) As agências de rating ameaçam cortar a avaliação de risco do Tesouro brasileiro em 2014. Mas qual nota essas mesmas agências merecem receber, diante do histórico de erros? Na semana passada, por exemplo, as três maiores, Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s, foram acionadas em mais um processo na Justiça dos EUA, por investidores prejudicados por suas avaliações supostamente técnicas. Exigem indenização de 1 bilhão de dólares. "São ratingsideológicos”, resume o prêmio Nobel Paul Krugman, em referência ao rebaixamento da nota de crédito da França. Por que aqui essas agências ainda são levadas a sério?

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