Antonio Lassance no Carta Maior
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A presidenta Dilma Rousseff foi reeleita com mais de 51% dos votos, dados por mais de 54 milhões de eleitores.
A vitória revela a força de seu governo e do legado das duas presidências de Lula.
Dilma mostrou que é dura na queda.
Sofreu uma sequência de ataques que estão entre os mais violentos e virulentos de que se tem notícia na história do País.
Um
dos mais infames foi a tentativa de gol de mão perpetrado pela Veja,
aquela que já está se tornando mais conhecida como "a revista da
Marginal Pinheiros".
Dilma que se cuide, o PT que fique esperto e o país que se conscientize e se mobilize.
A oposição foi derrotada. O golpismo, não.
A presidenta precisa antecipar a formação de seu novo governo, arrumando a casa para um novo mandato.
Mais
importante, precisa sair do isolamento de Brasília, circular mais pelo
país, manter contato mais direto com o povo brasileiro, com as
organizações sociais, com governadores, prefeitos e com todos os que
podem garantir sua governabilidade social.
O
segundo mandato de Dilma precisará de uma politização permanente e de
uma comunicação à altura para fazer frente à tentativa permanente de
desmoralizá-la, desestabilizá-la e levá-la ao "impeachment". Alguém tem
dúvida de que esse é o plano dos adversários?
A
vitória da candidata do PT mostra o quanto a democracia brasileira está
melhor informada, mais consciente e mais avessa às tradicionais
tentativas de manipulação de eleitores.
Todavia,
o resultado apertado mostra que o principal adversário a ser vencido
não é apenas um partido: é o ódio, o preconceito, a intolerância.
O
recado das urnas é claro: os eleitores querem um governo com prioridade
para os pobres, com especial atenção às regiões mais pobres e carentes
em infraestrutura; um governo que proteja os trabalhadores e garanta o
emprego; que reduza a inflação e os juros pagos ao sistema financeiro;
um governo que melhore a qualidade dos serviços públicos e a aperfeiçoe a
regulação sobre o setor privado; um governo que trave um combate sem
tréguas à corrupção e à impunidade.
Essas razões deram a vitória a Dilma.
Falta derrotar o golpismo. Falta fazer valer, nas ruas, o resultado das urnas, enfrentando aqueles que tentarão jogá-lo no lixo.
Por ora, a esperança venceu o ódio.
(*) Antonio Lassance é cientista político.
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