sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Dilma costeia o alambrado da Globo

Escrito por: Paulo Henrique Amorim
 
Fonte: Blog do Miro
O Mestre (da Dilma e do ansioso blogueiro) Leonel Brizola dizia que um político estava costeando o alambrado, quando ele se preparava para pular o muro e aderir à corrente adversária.
A expressão, porém, com o tempo, acabou por se confundir com outra, “comer pelas beiradas”.
Costear o alambrado para ir comendo pelas beiradas.
Assim, se pode dizer que, ontem, quinta-feira (6/11), na entrevista ao PiG, quando o Conversa Afiada noticiou “monopólio da Globo, não !”, a Presidenta começou a comer pelas beiradas, ou a costear o alambrado da Globo.
Literalmente, o que ela disse aos pigais repórteres (notou-se a ausência sempre conspícua da Eliane Tucanhêde) foi, segundo a (sempre) precária reprodução da Fel-lha (no ABC do C Af):
“Eu acho que tudo o que é concessão” entraria no escopo da regulação, afirmou Dilma.
No Brasil, rádios e TVs são concessões públicas. Mas ela negou o direcionamento (sic) à Globo, considerando que ela não é “a Rede Globo dos anos 70″: “Isso é uma visão velha da questão da regulação da mídia. A gente está demonizando uma rede de televisão, quando as regras têm de valer para todo mundo”.
Ela comparou a necessidade de discussão com o debate em torno do Marco Civil da Internet, cuja aprovação é considerada um sucesso político pelo governo.
*****
De fato, a Rede Globo não é a dos anos 70.
O regime militar acabou.
O Chacrinha não balança mais a pança.
Dr Roberto, inexplicavelmente, nos faltou.
E o Boni foi substituído por cem que, somados, não valem um Boni dormindo.
O Brasil também não é mais o dos anos 70, quando a Presidenta era torturada e, hoje, ela submete o Aecioporto a tratamento comparável em desmoralização.
Porém, uma coisa não mudou, desde 1970 !
A participação da Globo no bolo publicitário.
Entre as jovens Democracias, um monopólio como o da Globo só existe no Brasil.
Uma jabuticaba …
Não se fala em “velhas” Democracias, onde a Globo seria tratada como uma excrescência.
Nem nas novas Democracias – Espanha, Portugal, México, Argentina, Uruguai, Chile, – existe monopólio igual.
Veja bem, amigo navegante.
Nos anos 70, a Globo detinha 80% da audiência e controlava 90% da verba publicitária da tevê aberta.
Hoje, a audiência desabou, está abaixo de 40%, mas ela detém 80% – veja bem, amigo navegante ! – 80% da verba publicitária da tevê aberta.
É ou não um “monopólio” ?
E o Bolsa PiG, ao alcance da mão da Presidenta, entrega à tevê aberta nada menos que 60% de seus recursos !
Veja bem amigo navegante: a tevê aberta é 50% de toda a publicidade brasileira.
Ainda.
A Globo fica com 80% de 50%.
Ou seja, para cada um Real investido em qualquer tipo de publicidade no Brasil, a Globo fica com 50% de 80%, ou seja, R$ 0,40 !!!
Isso sem falar no que ela embolsa em jornais, rádios, revistas, internet, teve paga e o diabo a quatro nessa maravilhosa “propriedade cruzada” que, nos Estados Unidos, é crime !
E por que a Globo consegue manter 80% da verba publicitária da tevê aberta com uma audiência inferior (e cada vez menor) a 40% ?
Primeiro, porque ela controla o GLOBOPE.
Que diz qual a audiência que ela tem.
Segundo, por causa do BV, a Bonificação por Volume, que dá às agencias e aos mídias das agências participação correspondente aos anúncios que veicula na Globo.
E o BV – como ao Clube dos Treze – é pago ANTES, para evitar a traição …
Para encarcerar o Pizzolatto ( no Brasil …), o Supremo considerou o BV crime.
Para a Globo, o BV é casto.
Na Inglaterra chamam isso de “kick-back”, propina…
E terceiro, porque tem o Bolsa PiG.
Porque o Banco do Brasil, a Caixa, a Petrobras, os Correios e o Governo Federal bancam o Ataulfo Merval (no ABC do C Af) e a Eliane Tucânhede na GloboNews !
Portanto, amigo navegante, é preciso submeter as palavras da Presidenta ao filtro do Brizola.
Uma coisa é certa.
Os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – dentro do alambrado ou no prato de mingau – entenderam tudo !
O ansioso blogueiro também.

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