terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Petrobras bate recorde de produção diária que durava quatro anos


Por Roberto Samora, transcrito do blog Conversa Afiada


SÃO PAULO (Reuters) – A Petrobras informou nesta terça-feira que bateu recorde histórico de produção diária no Brasil de petróleo e LGN (líquidos de gás natural) no dia 21, produzindo 2,286 milhões de barris, superando a marca anterior de 2,257 milhões de barris/dia de 27 de dezembro de 2010.


A marca foi obtida com a colaboração do recorde de produção na camada pré-sal, que exigiu pesados investimentos da Petrobras nos últimos anos.


“O novo patamar histórico decorre principalmente da contribuição de nove sistemas de produção. Cinco deles começaram a operar em 2013 e tiveram novos poços interligados ao longo de 2014. Outros quatro sistemas de produção foram instalados este ano”, afirmou a Petrobras em nota.


A Petrobras, que vai elevar a extração em 2014 no Brasil após dois anos de queda no bombeamento, registra uma melhora operacional em um momento de preços mais baixos da commodity no mundo, enfrentando ainda uma de suas piores crises institucionais, em meio a denúncias de corrupção.


Ainda que os preços do petróleo Brent tenham caído recentemente para mínimas de mais de cinco anos, abaixo de 60 dólares o barril, o diretor de Exploração e Produção da estatal, José Formigli, disse em entrevista na semana passada que as margens do pré-sal –onde a extração é mais custosa em lâminas d’água profundas e ultraprofundas– continuam positivas.


A produção de petróleo nos campos operados pela empresa no pré-sal das bacias de Santos e Campos atingiu 700 mil barris por dia (bpd) no último dia 16, novo recorde. Desse volume, cerca de 74 por cento (523 mil bpd) correspondem à parcela da Petrobras e o restante às parceiras.


A companhia relatou a interligação de 68 novos poços –produtores e injetores– até novembro de 2014, contra 45 poços interligados em 2013.


Segundo a estatal, das plataformas instaladas em 2013, contribuíram para o recorde recente a P-63, no campo de Papa-Terra, e P-55, no campo de Roncador, ambas na Bacia de Campos; o FPSO Cidade de Itajaí, em Baúna, no pós-sal da Bacia de Santos; além dos FPSOs Cidade de São Paulo, no campo de Sapinhoá, e Cidade de Paraty, na área de Lula Nordeste –ambos no pré-sal da Bacia de Santos.


Os sistemas de produção que entraram em operação em 2014 e que ajudaram no aumento da extração foram a P-58, no Parque das Baleias, e P-62, no campo de Roncador, na Bacia de Campos; e os FPSOs Cidade de Mangaratiba, na área de Iracema Sul, e Cidade de Ilhabela, na de Sapinhoá Norte, ambos no pré-sal da Bacia de Santos.


A petroleira afirmou que o programa de aumento de eficiência operacional (Proef) nas porções fluminense e capixaba da Bacia de Campos também impulsionou o bombeamento. “Essas áreas têm mantido a produção sustentável, diante do declínio natural dos reservatórios.”


A Petrobras, que prevê elevar a produção de petróleo no Brasil entre 5,5 a 6 por cento este ano, abaixo da meta inicial de 7,5 por cento por atrasos na entrada de alguns sistemas, ainda não divulgou a produção de novembro.


PRÉ-SAL


A Petrobras afirmou que a produção de 700 mil barris/dia –alcançada oito anos depois da primeira descoberta de petróleo na camada pré-sal, ocorrida em 2006– foi obtida com a contribuição de somente 34 poços produtores, evidenciando “a elevada produtividade dos campos já descobertos”.


Desses poços, 16 estão localizados na Bacia de Santos, que responde por cerca de 61 por cento do volume produzido no pré-sal. Os demais 18 poços estão localizados no pré-sal da Bacia de Campos e respondem pelos 39 por cento restantes.


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