domingo, 31 de janeiro de 2016

Esse homem não pode ser candidato

Saul Leblon, na Carta Maior

  
Não vai ter golpe. A receita do impeachment secou no forno tucano. A crise mundial escancarou a fraude que atribuía ao PT o desmanche do Brasil. Dilma afrouxou a camisa de força do arrocho com dano inferior ao imaginado. Pode e deve ir além, na frente econômica e política. A reativação do CDES mostrou que é possível arrastar uma parte expressiva do PIB para fora do golpe. Não é o único broto da frente política necessária à superação da encruzilhada do desenvolvimento, mas é um passo na retomada da iniciativa para além da defensiva e da prostração.

O que sobrou ao golpismo, então?

Sobrou a última carta na mesa: decidir 2018 em 2016.

Significa matar, picar, salgar, espalhar partes do carisma e da credibilidade de Lula pelas ruas, praças, vilas, periferias, vizinhanças e campos de todo o país.

‘Esse homem não pode ser candidato; se for é capaz de vencer; se vencer será impossível impedi-lo de assumir; se assumir pode fazer outro grande governo.’

Essa é a versão de hoje para o que dizia Lacerda em junho de 1950, quando tentava igualmente abortar a candidatura de Vargas à presidência da República: ‘Esse homem não pode ser candidato; se candidato não pode ser eleito; se eleito não deve tomar posse; se tomar posse não deve governar’.

A caçada a Lula ganhou a velocidade vertiginosa da urgência conservadora que manda às favas o pudor e as aparências.

É preciso capturar essa presa antes que ela retome o fôlego e o fôlego tome as ruas.

Vale tudo.

Não é força de expressão.

É o nome da pauta interativa que conectou as redações a um pedaço do judiciário.

De onde virá a pá de cal?

Do pesqueiro que ele frequenta? Da canoa de alumínio de R$ 4 mil reais? Do apartamento que, afinal, não comprou? De um delator desesperado? De alguém coagido pela República do Paraná, disposto a qualquer coisa para proteger familiares retidos e ameaçados?

Eles não vão parar.

A Lava Jato escuda-se em razão meritória para agir como braço partidário. O golpismo os incentiva, a mídia sanciona e se lambuza.

Só a rua.

Desfrutáveis rapazes e moças denominados ‘jornalistas investigativos’ inscrevem-se nas mais diferentes façanhas para antecipar o desfecho, antes que alguma resistência aborte o cronograma.

A piada venezuelana sobre a escassez de pasta de dente, divulgada como noticia pelo UOL, mostra a tensão reinante entre rigor e furor.

A mesma sofreguidão fez a ênfase do delator Paulo Roberto Costa em inocentar Marcelo Odebrecht transformar-se em sutil incriminação do empresário na degravação para Moro.

‘Isso não vem ao caso’ – diria FHC.

Nenhum caso vem ao caso quando associa tucanos a eventos em que o interesse público se subordina ao apetite privado.

Procuradores procuram –produzem?-- febrilmente a pauta da semana, auxiliados por redações interativas.

A narrativa geral é adaptada ao sotaque de cada público. Desde a mais crua, tipo JN, às colunas especializadas em conspirar com afetação pretensamente macroeconômica ou jurídica.

A mensagem vibra a contagem regressiva em direção a ‘ele’.

‘Ele’ é o troféu mais cobiçado, a cabeça a ser pendurada no espaço central da parede onde já figuram outras peças preciosas, embalsamadas pela taxidermia conservadora.

A sentença de morte política foi lavrada em 2005/06, quando se concluiu que pela via eleitoral Lula seria imbatível diante das opções disponíveis.

A partir de então seu entorno e depois o seu próprio pescoço seriam espremidos num garrote que range as derradeiras voltas do parafuso vil.

O assalto final será indolor à matilha?

Eis a pergunta política de resposta mais cobiçada nos dias que correm.

Depende muito do discernimento das lideranças nascidas dessa costela, e até mesmo –ou quem sabe, principalmente-  de algumas referenciadas a marcos históricos que vão além dela.

São hoje as mais mobilizadas.

Amanhã serão as primeiras atingidas, se a ‘macrização’ do Brasil for bem sucedida.

Acuado como está e limitado pelo erro histórico de um ciclo que promoveu a mobilidade social sem correspondente organização política, Lula é refém da avaliação que o conjunto da esquerda fizer de sua importância para o futuro da democracia social no país.

É tão ou mais refém disso do que do sentenciamento conservador. Neste já foi condenado.

Mas a rua pode salvá-lo.

‘Ah, mas Lula foi ultrapassado pelo avanço da luta popular?’

É um paradoxo: se avançamos tanto, como é que eles estão em sulforosa ofensiva por ar, terra e mar?

‘Culpa do PT.’

Na Venezuela também? Na Argentina, na Europa...?

Há uma recidiva da crise mundial, cuja extensão e profundidade o PT subestimou.

O mundo vai murchar com a desalavancagem global de múltiplas bolhas perfuradas agora pela freada chinesa.

Estamos a bordo de um acirramento da disputa pelo bolo mais magro urbis et orbi.

Nada isenta o PT e o governo dos equívocos sabidos, que o tornaram mais vulneráveis nesse momento.

O embate, porém, vai muito além do que imagina o bisturi que resume a equação histórica a lancetar o espaço do PT na trincheira progressista.

Em Portugal, uma esquerda que conseguiu maioria parlamentar, acaba de perder no primeiro turno presidencial para a direita.

A esquerda portuguesa resolveu ir para as urnas dividida. Cada qual inebriada de sua autossuficiência para enfrentar a desordem mundial do capitalismo.

Como pretendemos caminhar para 2018?

A pergunta vale para o governo, para o PT e para as forças que legitimamente se evocam à esquerda do PT.

O ciclo iniciado em 2003 tirou algumas dezenas de milhões de brasileiros da pobreza; deu mobilidade a outros tantos milhões na pirâmide de renda.

Foi inconcluso porque atribuiu às gôndolas do supermercado a tarefa de promover o salto de consciência que mudaria a correlação de força no país.

A inclusão foi tão expressiva, porém, que sob a cortina de fogo impiedosa do monopólio midiático, há quase uma década, acuado, ferido, enxovalhado noite e dia, sem espaço de resposta, Lula ainda figura como o nome que parte com 25% dos votos nas sondagens da nova corrida presidencial.

Aécio e Marina, teoricamente o suplantariam numa quase certa aliança no segundo turno.

Mas a direita sabe que não é bem assim.

Com acesso diário à tevê que hoje lhe é sonegada, ao rádio e ao debate num cenário econômico que dificilmente será tão ruim quanto o atual, as alardeadas dianteiras dos seus principais adversários podem derreter junto com o ‘crime’ de frequentar um pesqueiro em Atibaia, com a canoa de preço equivalente ao de uma carretilha das disponíveis nos iates de alguns de seus críticos, e com o ‘tríplex’ que, afinal, não lhe pertence.

Por isso é preciso liquidar a fatura agora, na janela de oportunidade entre o vácuo orgânico da militância e a incerteza relativa a 2018.

Em 1954, quando a direita já escalava as grades do Catete e os jornais conservadores escalpelavam a reputação de quem quer que rodeasse Vargas, a sua morte política  era comemorada por parte da esquerda.

O varguismo era acusado de ser um corredor aberto ao imperialismo, um manipulador das massas.

Vargas não era um bolchevique.

Tampouco detinha a representação de São Francisco de Assis na terra.

Era um estancieiro.

Não fez a reforma agrária. Nunca viveu agruras, não liderou greves, não leu Marx –perseguiu marxistas no seu primeiro governo.

Ao mesmo tempo, criou o salário mínimo, as leis trabalhistas, peitou o imperialismo...

Vargas foi o que são líderes nacionais populares de cada tempo concreto: seres contraditórios de carne e osso, exatamente por isso magnéticos na personificação de um projeto de desenvolvimento em que o vórtice selvagem do capital passa a ser domado pelas rédeas dos interesses sociais organizados.

Vem de Varoufakis, o ex-ministro da Fazenda da Grécia, a preciosa síntese do que está em jogo num mundo que é o avesso disso, capturado pela desregulação dos mercados: ‘Não deixar nenhuma zona livre de democracia’.

Até onde a sociedade pode ir por esse caminho? Até onde a correlação de forças permitir a democratização de todas as instâncias de poder na sociedade.

Lula tem seu espaço nesse enredo.

Em abril de 1953 uma parte da esquerda brasileira considerava que Vargas não tinha mais.

Simultaneamente uma ciranda de ataques descomprometidos de qualquer outra lógica que não a derrubada de um projeto de desenvolvimento soberano sacudia o entorno do governo que criara a Petrobras, o BNDES e uma política de fortalecimento do mercado interno com forte incremento do salário mínimo.


O clima pesado das acusações e ofensas pessoais atingia Getúlio e sua família de forma virulenta.

Lutero, irmão do Presidente, era seviciado  por manchetes garrafais que o tratavam como ‘bastardo’ e "ladrão".

A imagem veiculada do ministro do Trabalho, João Goulart, era a de um cafajeste, um "personagem de boate".

Lembra algo?

A dramaticidade do suicídio político mais devastador da história iluminaria o discernimento popular gerando revolta diante do ódio golpista que tirou a vida de Vargas.

Porta-vozes da oposição a Getúlio foram escorraçados nas ruas do Rio; uma multidão consternada e enfurecida cercou e depredou a rádio Globo que saiu do ar; veículos da família Marinho foram caçados, tombados, queimados nas ruas da cidade. Para Carlos Lacerda não sobrou um centímetro de chão firme: o "Corvo" foi recolhido a bordo do cruzador Barroso, distante da costa.  



A esquerda que dispensava a Vargas o tratamento dado a um cachorro morto, teve que reinventar a sua agenda com a bicicleta andando.

Quase sessenta e dois anos depois do tiro que sacudiu o país, a pressão atual do cerco conservador permite aquilatar a virulência daquele período.

O Brasil está de novo sob o tropel da mesma cavalaria.

Com os mesmos cascos escoiceando a nação e reputações.

O mesmo arsenal para alvos e objetivos correlatos.

No julgamento do chamado 'mensalão', o sociólogo Marcos Coimbra, presidente do Instituto de Pesquisas Vox Populi,  mensurou um pedaço da artilharia conservadora voltada contra o discernimento da sociedade.


Em apenas quatro semanas até 13 de agosto de 2012, 65 mil textos foram publicados na imprensa atacando o PT, Lula e o seu governo.


"No Jornal Nacional, para cada 10 segundos de cobertura neutra houve cerca de 1,5 segundos negativos.


Nas rádios, conectadas pela propriedade cruzada aos mesmos núcleos emissores, a pregação incessante era e ainda é mais abusada.

A mesma elasticidade ética reveste a ação da mídia determinada a calafetar cada poro do país  com uma gosma de nojo e prostração.

Persiste, enfim, o cerco ao Catete.

A qualquer Catete dentro do qual políticas públicas tenham buscado pavimentar mais um trecho da estrada inconclusa que leva à construção de uma democracia social na AL.

Desta vez não haverá tiro para alertar a esquerda brasileira.

Mas caberá a ela escrever a carta testamento para explicar o Brasil deixado aos que vierem depois de nós.

A ver.




FHC usa apartamento em Paris. E daí?

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania.  Transcrito no blog do Miro.



É estarrecedor o que está acontecendo neste país. Virou manchete na Folha de São Paulo deste sábado que dona Marisa, esposa de Lula, comprou um bote para sua família usar no lago de um sítio em Atibaia que um amigo e sócio de um de seus filhos empresta.

O bote foi comprado por quatro mil reais e a nota fiscal foi emitida em nome da esposa de Lula. Segundo a Folha, essa seria a “prova” de que, na verdade, o imóvel em Atibaia pertenceria a Lula. Afinal, se a família Lula investiu tanto no barco, só o faria se fosse proprietária do imóvel.

É hilariante. Lula tendo investido a fortuna de quatro mil reais no bote acima, está provado que é o verdadeiro dono do sítiozinho.

A mesma lógica, porém, não vale para outro político envolvido há décadas em denúncias de corrupção que nunca são investigadas pela imprensa ou pelos órgãos competentes graças a conchavos.

Lembram-se da velha história do apartamento de FHC em Paris, denunciada por Janio de Freitas quando o tucano deixou a Presidência, em 2003, e foi “descansar” na “Cidada de Luz” durante uma bela temporada?

Por muito tempo espalharam que o apartamento na luxuosa Avenue Foch, em Paris, um dos endereços mais caros da cidade, seria de FHC. Formalmente, porém, nunca foi. O imóvel pertence à família de Jovelino Mineiro, parceiro e sócio de FHC em alguns negócios, inclusive em uma fazenda em Buritis, MG.

Abaixo, foto do amigo do tucano e da avenida em Paris onde fica o imóvel que FHC usa, assim como Lula usa imóvel de amigo em Atibaia.



Foi Jovelino Mineiro quem, no final do governo FHC, passou o chapéu para arrecadar dinheiro para o tucano entre empresas hoje enroladas na Lava Jato, tais como Odebrecht e Camargo Correia.

Em um jantar, FHC levantou R$ 7 milhões para a montagem do Instituto FHC; “uma noite de gala”, noticiou a revista Época em 2002, sem se escandalizar com o fato de que um presidente e seu melhor amigo rodavam a sacolinha em pleno Palácio da Alvorada, durante o mandato

A revista apagou a matéria de seus arquivos na internet para tentar proteger FHC, mas foi possível recuperá-la em cache. Confira, abaixo.



Por que a Globo está atacando Lula com tanta fúria

gLOBO

Por Paulo Nogueira do DCM

Valentemente, assim que os donos determinaram, os jornalistas da Globo pararam de falar no impeachment de Dilma.
Um deles, Erick Bretas, tratou até de trocar a foto de perfil de seu Facebook. Ele tinha colocado a inscrição “gave over” (fim de jogo), por ocasião de uma manifestação anti-Dilma, para a qual conclamara seus seguidores.
Trocou-a, com a nova orientação patronal, por uma bandeira do Brasil.
Agora, com a mesma valentia com que recuaram instantaneamente, os editores, colunistas e comentaristas da Globo avançam, novamente sob ordens patronais, contra Lula.
Todas as mídias da Globo vêm sendo usadas para investir contra Lula, por conta, naturalmente, de 2018.
Tevê, jornal, rádio, internet – são os Marinhos e seus porta-vozes contra Lula.
A novidade aí parece ser a substituição da Veja pela Época na repercussão dos sábados à noite do Jornal Nacional.
Nem para isso mais a Veja serve. Nem para servir de alavanca para o Jornal Nacional. É uma agonia miserável e solitária a da revista dos Civitas.
Lula, em seus anos no Planalto, nada fe para enfrentar a concentração de mídia da Globo, algo que é um câncer para a sociedade pelo potencial de manipulação da opinião pública.
E agora paga o preço por isso.
Verdade que, acertadamente, ele decidiu não ficar “parado”. Pássaro parado, disse Lula, é mais fácil de ser abatido.
E então Lula decidiu reagir.
Pelo site do Instituto Lula, ele tem rebatido as agressões dos Marinhos, minuciosamente.
E tem anunciado processos quando se sente injustiçado – um passo fundamental para colocar alguma pressão nos caluniadores e, também, nos juízes complacentes.
Há um tributo involuntário no movimento anti-Lula da Globo. É um reconhecimento, oblíquo que seja, de sua força.
É assim que o quadro deve ser entendido.
Quem pode ser o anti-Lula em 2018? Aécio, Alckmin e Serra, os nomes do PSDB, seriam provavelmente destruídos ainda no primeiro turno.
Imagine Lula debatendo com cada um deles.
Fora do PSDB, é um deserto ainda maior. De Marina a Bolsonaro, os potenciais adversários de Lula equivalem ao Vasco da Gama no Brasileirão.
Neste sentido, o boneco de Lula, o Lulão, surge mais como desespero da oposição do que como uma gesto criativo dos analfabetos políticos de movimentos como o Brasil Livre de Kim Kataguiri.
A Globo vem dando um destaque de superstar ao Lulão, como parte de sua operação de guerra.
E Lula tem respondido como jamais fez. No desmentido da capa da edição do final de semana da Época, ele citou um aporte milionário de 361 milhões de reais do BNDES na Globo, em 2001, no governo FHC.
Ali se revelou outra face dos sistemáticos assaltos da Globo ao dinheiro público: o caminho do BNDES. Não são apenas os 500 milhões de reais em média, ao ano, de propaganda federal. São também outros canais, como o BNDES.
Não é exagero dizer que a Globo, como a conhecemos (não como o jornaleco de província a que se resumiu por décadas) é fruto do dinheiro público.
Como Lula, caso volte à presidência em 2018, tratará a Globo?
É essa pergunta que atormenta os Marinhos, já suficientemente atordoados com o florescimento da internet em oposição à decadência da tevê.
E é isso que explica a heroica valentia patronal dos jornalistas da Globo.

Sair da letargia defendendo os interesses do Brasil



                                                                           José Álvaro de Lima Cardoso*  
        Conforme importantes especialistas vêm defendendo, a crise mundial do petróleo, que levou o preço de mercado da Petrobrás ao nível do chão, recupera o importante debate sobre a necessidade do governo utilizar recursos públicos para capitalização da companhia. Vender ativos, cortar custos e interromper investimentos, neste momento em que existe uma super oferta destes ativos no mundo, com preços no fundo do poço, é péssima saída. Os problemas que a Petrobrás enfrenta neste momento - decorrência da combinação de crise mundial e efeitos da Lava-Jato - não são apenas da empresa, mas também do governo brasileiro. Trata-se da companhia que viabilizou a saída do Brasil de uma condição de dependência absoluta no campo energético em 2002, para uma de autossuficiência para todo o século XXI em função das descobertas do pré-sal.
        O governo tem que estudar inclusive a possibilidade de utilizar parte das US$ 370 bilhões de reservas cambiais para capitalizar a empresa. Porque não deveria? A guerra do petróleo é jogo pesado. Trata-se de viabilizar, neste momento difícil, o fluxo de caixa da maior produtora de petróleo do mundo, entre as companhias de capital aberto, e que responde por 10% de todo o investimento em formação bruta de capital do país. Especialmente porque a dívida atual da empresa se deve, fundamentalmente, aos grandes investimentos que em determinado momento, a colocaram na condição de maior investidora do mundo. Em 2008, em função da crise do crédito, das hipotecas de alto risco (subprime), dezenas de bancos dos Estados Unidos e da Europa foram socorridos pelos governos. O plano de auxílio ao sistema financeiro do governo Bush, era superior à bagatela de US$ 2,6 trilhões.
        Porque não capitalizar uma companhia (com uma fração das reservas cambiais) que é a zeladora da exploração correta do pré-sal, nosso passaporte para o desenvolvimento? O pré-sal é uma das poucos reservas que consegue ser competitiva mesmo com o barril abaixo de US$ 30 dólares, por trabalhar com um dos menores custos de produção do mundo (US$ 8). Segundo estudiosos do setor de petróleo no Brasil, a estatal tem estoque de campos de petróleo em atividade, nos quais os investimentos já foram amortizados. Isso possibilita que a Petrobrás continue produzindo com o preço no patamar atual. Quantas empresas no mundo podem contar com esse tipo de vantagem?
        Claro que quando acabar o estoque nos poços onde os investimentos já estão amortizados, a empresa terá que se adequar aos custos de extração compatíveis com o preço do barril. Mas aí o cenário mundial tende a ser outro. Além da empresa continuar investindo em tecnologias mais sofisticadas, que permitirão continuar reduzindo custos de extração, a conjuntura do petróleo já terá mudado. A Arábia Saudita não vai manter sua estratégia de bombear petróleo mesmo com o baixo crescimento mundial, porque essa ação tem limites. No país o petróleo responde por 85% das exportações e metade do PIB. Nos últimos dois anos a receita do petróleo caiu 88%, causando um déficit orçamentário de US$ 39 bilhões, o maior de sua história.
        Apesar das incansáveis tentativas, a Petrobrás não vai morrer, porque dispõe de quadro técnico extremamente competente e detém a melhor tecnologia em águas profundas e ultra profundas do mundo, desenvolvida contra tudo e contra todos. Mas a gravidade da crise requer força e energia. Descartar ativos estratégicos e rentáveis, de forma pusilânime, para tentar dar explicações para entreguistas e puxa sacos de multinacionais do petróleo, não vai resolver. O que pode resolver é, utilizando informação estratégica e tendo compromisso com o Brasil e com o seu povo, sair da letargia.
                      Economista e supervisor técnico do Dieese em Santa Catarina.


sábado, 30 de janeiro de 2016

Lava Jato: por trás de Moro e da grande mídia se escondem alguns dos 'donos do mundo'

 Sensor publica artigo extraído do site Esquerda Diário


Muitos aspectos da Lava Jato geram suspeitas, a começar pelo juiz Sérgio Moro. Como alguns blogs divulgaram, e este mesmo Esquerda Diário noticiou (veja mais aqui), ele já foi advogado para o PSDB e é vinculado à imperialista Shell. Sua esposa é nada mais nada menos que advogada desta multinacional. Não lhe faltam interesses para enfraquecer a Petrobras e o PT.
Veja, Istoé, Estadão, Folha de São Paulo, Globo e consortes sentam-se em cima das informações e publicam quando lhes convém. Frequentemente articulam uma capa e “matéria exclusiva” de uma delação que já tem mais de um ano e que consta em arquivos online deles mesmos há meses. E, via de regra, filtram os depoimentos somente para atingir o PT. Não temos a menor intenção de defender o PT neste artigo. Não faltam evidências de corrupção como não faltam iniciativas privatizadoras, ataques aos direitos dos trabalhadores. Petistas que fabriquem histórias para dormirem com menos peso na consciência.
Em defesa do PT, seus blogs amigos publicam somente trechos da Lava Jato que atingem Cunha ou Aécio. Num estapafúrdio argumento do seguinte tipo: "olha eles também fazem"... o que não deixa de ser verdade, combina com a percepção geral de que nenhum dos partidos do regime se salva. A Lava Jato escancara os podres poderes da democracia burguesa brasileira, ou como diz o delator e doleiro Youssef em seu depoimento número 2, não há cargo político no país, sobretudo nas estatais, que não envolva estas trocas de favores e dinheiro em todo e qualquer governo, não importa se tucano ou petista. A própria composição dentro dos partidos passa por propinas, como é relatado no caso do arqui-corrupto PP de Maluf e Bolsonaro, onde, segundo Youssef, não há eleição de líder sem envolver uns 4milhões de reais para distribuir ao menos a cerca de 20 deputados.
Na própria mídia burguesa não faltam, para quem procurar, depoimentos e provas contra Aécio, Cunha e outros paladinos do impeachment. A Folha de São Paulo, por exemplo, nunca destacou mas tem em seu site um vídeo onde um dos delatores afirma como Aécio era o político “mais chato para cobrar propinas”. E Youssef tão utilizado pela grande mídia por atingir em alguns depoimentos a Zé Dirceu, Lula, Dilma, tem um depoimento ignoradoonde mostra propinas a Aécio em Furnas.
Para fugir do que a mídia oferece, o que Moro disponibiliza e os pedacinhos de denúncias “generalizantes” do petismo o Esquerda Diário procurou ler todas delações que pode encontrar na Internet e conduzir sua própria “investigação”. Publicamos a seguir alguns dos primeiros resultados de nossa investigação que seguirá e se expressará em outros artigos. Evidentemente a verdade só poderia ser conhecida plenamente a partir de uma comissão independente conduzida por sindicatos, intelectuais, e não das mãos de uma “justiça” comprometida com interesses do imperialismo e da oposição tucana ou do petismo.
Com os resultados desta primeira investigação buscaremos mostrar que não só o que é divulgado atende a interesses como a própria investigação freia onde deveria avançar: escancarar os interesses de alguns dos “donos do mundo” nesta operação.
O que se investiga o que não se investiga na Lava Jato
Toda a investigação se concentra na Petrobras apesar de vultuosas denúncias envolvendo diversas estatais e governos que não do PT, mas inclusive do PSDB. Há um interesse em minar esta empresa ou no mínimo abrir a promissora província do pré-sal ao capital imperialista. As credenciais de Moro apontam neste sentido. O wikileaks já apontava a ligação de Serra e outros tucanos em formular projetos de lei que abririam o pré-sal. A revista especializada em política externa norte-americana a ForeignAffairs criticou extensamente a lei da partilha brasileira que aumenta a renda do Estado nacional sobre o pré-sal e coloca a Petrobras como operadora exclusiva veja mais aqui.
Esta tese é reforçada pelos elementos políticos dos últimos meses quando toda a ênfase nestas leis de entrega dos recursos nacionais sumiu do noticiário. O imperialismo e aqueles que são os mais propensos a servir seus interesses imediatos, os tucanos, parecem satisfeitos com o que a própria Petrobras está fazendo a mando de Dilma. Abrindo mão do pré-sal, preparando-se para uma privatização parcial como ficou claro no anúncio do dia de hoje.
Porém esta ênfase na maior empresa do Brasil e nos recursos que a ela estão confiados não explica toda a operação, por que ela também atinge opositores, porque ela atinge alguns dos maiores bilionários do pais? Como e por que o prestigiado banqueiro bilionário André Esteves foi atingido? Fora algum ingênuo que confie no senso de justiça de um juiz de primeira instância (Moro) ligado à Shell, para desafiar a Odebrecht e o banco BTG Pactual o que não é nosso caso, há de se desconfiar de poderosos interesses por trás da Lava Jato.
Interesses estes que se revelam no que é investigado inclusive dentro da Petrobras e na operação e pode ser observado em algumas delações.
A operação Lava Jato está concentrada em três diretorias da Petrobras, porém são quatro diretorias que movimentam muitos recursos. A mais estratégica ficou blindada.
A Lava Jato revelou extensos esquemas de corrupção na área internacional comandada por Cerveró, indicado pelo PMDB e por Delcídio do Amaral ele mesmo um petista ex-tucano vinculado a esquemas privatistas na Petrobras. Também foram extensas as denúncias envolvendo a diretoria de Engenharia e Serviços que encomendava as obras, esta área era comandada por Renato Duque, ligado ao PT. Como desprendimento destas denúncias todas as maiores empreiteiras nacionais foram atingidas, algumas empreiteiras internacionais que operam no país, citadas e com denúncias comprovadas no esquema como a sueca Skanska (oitava maior do mundo) e a francesa Technip (sexta maior) saíram, até o momento, ilesas. Já a antes intocável Odebrecht (13ª maior do mundo), tem seu presidente detrás das grades.
A terceira área de investigação, a diretoria de Abastecimento, comandada por Paulo Roberto Costa, ligado ao PP, é a diretoria das refinarias e da logística que movimentou importantes esquemas de corrupção nas obras das refinarias, atingindo novamente as empreiteiras, e nos contratos de aluguel e construção de navios.
A mais rentável área da Petrobrás, a de Exploração e Produção, a que opera plataformas, “curiosamente” não tem uma só investigação anunciada, uma só denúncia em nenhuma delação. Como que seria possível que a mais rica das áreas de uma empresa carcomida por interesses políticos e imperialistas em sua cúpula tenha conseguido blindar justamente onde há mais dinheiro?
Não parece que seja o caso mas que justamente esta área tenha sido “blindada” porque os esquemas envolvendo a Petrobras e as empresas terceirizadas nas plataformas são os interesses que a Lava Jato blinda. As terceirizadas das plataformas, as gigantes Halliburton, Schlumberg, Transocean, entre outras são algumas das maiores ganhadoras na operação. Vejamos como.
O gerente dos cem milhões de dólares e os indícios que Moro não quis investigar
Pedro Barusco chocou um país acostumado com a corrupção dos políticos. Tinha cem milhões de dólares para devolver. E ele era somente um gerente geral de serviços. Em um de seus primeiros depoimentos de delação premiada afirma que no esquema de construção de navios-sonda a Petrobras havia ajudado a criar um cartel junto com as empreiteiras, fundos de pensão, o banco BTG Pactual (do André Esteves), Bradesco e Santander que furava um cartel internacional de navios-sonda.
Um cartel que gerava recursos para corrupção e caixa-dois para furar outro só que internacional. Os investigadores não se deram o trabalho de perguntar qual cartel. O Esquerda Diário investigou e descobriu que o mercado de navios-sonda é altamente monopolizado no mundo, todas empresas de petróleo devem recorrer a poucas empresas que detém esta tecnologia e navios para realizar a perfuração (“abertura”, simplificando) dos poços. Elas são em ordem de faturamento: Schlumberg sediada no paraíso fiscal caribenho de Curaçao, a Halliburton do Texas, Baker Hughes do Texas, Fluor do Texas (que por sua vez é também a 12ª maior empreiteira do mundo), a Weatherford da Irlanda, a Saipem da Itáilia, e a Transocean da Suíça.
Um pouco sobre as sondas e uma “genealogia” dos “donos do mundo” na Lava Jato
Antes do estouro da Lava Jato o esquema de corrupção que ganhava o noticiário era da holandesa SBM de FPSOs. OS FPSOs são um tipo de navio que podem incluir sondas (para perfurar) e ao mesmo tempo podem diretamente ficar lá produzindo e armazenando produto. Uma tecnologia que “corre em paralelo” a de navios-sonda primeiro e depois instalação de plataformas permanentes ou FPSOs sem sondas. Os envolvidos da Petrobras no esquema da SBM eram Renato Duque e Barusco, isto consta na quinta delação de Barusco.
Em outra delação de Barusco, a número 8 ele declara que abriu sua conta na Suíça e o esquema iniciou-se em 1997 justamente para receber dinheiro da SBM. Interessados em atingir FHC os sites petistas divulgam como o esquema tinha começado com os tucanos. Contentes com poder mostrar "foi a FHC que criou o PT só continuou", os petistas omitem os poderosos interesses imperialistas que tanto eles como os tucanos beneficiaram e em troca receberam proprinas.
Estourado o esquema da SBM a Petrobras começou a recorrer à contratação de navios-sonda (primeiro o Petrobras 10.000 da Transocean no esquema que envolveu Fernando Baiano e envolveu propina para Cunha como pode ser ver no seguinte vídeo, porém nunca foi investigada...) e posteriormente construção de seus próprios navios-sonda constituindo a empresa Sete Brasil.
A Sete Brasil seria uma empresa administrada pelo BTG Pactual contando com ações de vários dos fundos de pensão das estatais (Funcef, Previ, Petros) e um pouco de capital do Bradesco e Santander. A Sete Brasil tinha a maior encomenda do mundo de navios-sonda, 29. Todos seriam inicialmente alugados para a Petrobras. A empresa então contrataria os estaleiros, onde há extensa participação das empreiteiras brasileiras para construir estes navios-sonda que a Sete Brasil alugaria à Petrobras. Este esquema permitiu fluir rios de dinheiro de corrupção e criava um cartel para furar outro como disse Barusco em sua delação.
Não só de pré-sal parece ser o interesse imperialista mas também de sustar o desenvolvimento de uma empresa que desafiasse o mercado monopolista de SBM, Schlumberg, Haliburton,Transocean, etc. Esta sim seria uma verdadeira “global player” brasileira que permitiria a André Esteves oferecer sondas a outros países furando o domínio monopolista. Talvez por isto um banqueiro bilionário foi parar atrás das grades.
Voltando à SBM, os donos da SBM se confundem com os donos das sondas prejudicados pela criação da Sete Brasil.
Os maiores acionistas da SBM são: Hal Trust da Holanda ligado à Philips e o maior fundo de investimentos do mundo, o norte-americano Blackrock. A Blackrock sozinha tem ativos de 4,3 trilhões de dólares, mais ou menos o equivalente ao PIB do Japão, ou dois Brasis. A Blackrock, gigantesca como é por sua vez é a maior acionista das seguintes empresas segundo a inglesa Economist: Shell e Exxon (altamente interessadas no petróleo brasileiro), do banco JP Morgan, da gigante General Electric, da Apple e da Google, só isto.
Este “pequeno” interesse tem motivos na Lava Jato. Quem tem dinheiro investido no fundo gigante?
O fundo soberano da Noruega (um dos maiores produtores de petróleo não associados à OPEP) detém 7% dos ativose diversos fundos soberanos de países do Golfo (também produtores de petróleo). Estes países também tem interesse que a Petrobras não se desenvolva.
Investigando um pouco mais a partir de informações das bolsas de valores os maiores acionistas da Blackrock (não quem coloca dinheiro no fundo, mas quem é dono das ações) são o banco americano PNC e os seguintes fundos de investimento: Wellington,Vanguard Group, FMR e State Street.
Estes fundos por sua vez são todos associados em ser donos das gigantes de produção, afretamento e aluguel dos navios-sonda. A maior empresa, a Schlumberg, que tem vários contratos terceirizados com a Petrobras na área de Exploração e Produção (que a Lava Jato não toca) é controlado pelos seguintes fundos segundo o site da bolsa americana NASDAQ: Vanguard Group, Dodge & Cox, State Street Corp e Blackrock.
Sua maior “concorrente” a Halliburton que também tem contratos com a Petrobrás na mesma área de plataformas, e administra para a Agência Nacional de Petróleo do Brasil os registros geológicos de nosso país, é controlada segundo o mesmo site pela mesma Vanguard Group seguido da State Street e outros fundos.
A terceira “concorrente”, segundo a mesma fonte, também tem como seu maior acionista o mesmo Vanguard Group e tem a State Street como quarto acionista, a Baker & Hughes outra “concorrente” é uma associação onde o maior acionista é a Dodge & Cox seguido da Vanguard e State Street como quarto acionista...a Fluor também “concorrente” tem a Vanguard como segundo acionista...
Pelo controle da tecnologia, do pré-sal, por contratos bilionários com o Estado brasileiro se move o imperialismo
Já havíamos afirmado em artigos anteriores neste Esquerda Diário que os interesses imperialistas poderiam confluir imediatamente com o interesse “destituinte” do PSDB e outros setores opositores como Cunha. Porém o andar da carruagem das investigações atinge até mesmo aqueles que eram agentes desta "destituição" no primeiro momento, como Cunha e o próprio Aécio. Isto aponta interesses maiores que meramente tirar o PT, ou meramente abrir o pré-sal.
Onde a Lava Jato foca e onde ela omite que se revela os interesses de alguns dos "donos do mundo" interessados na operação. Daniel Matos, em artigo para a revista Estratégia Internacional, que brevemente será publicada em português, argumenta:
“Os escândalos de corrupção não necessariamente obedecem aos planos da oposição, já que respondem a setores do capital imperialista interessados em deslocar competidores internacionais e nativos para comprar ativos desvalorizados ou estabelecer novos contratos com o Estado. Nestas operações, ainda que o capital imperialista busque aliados internos oposicionistas, o envolvimento da própria oposição nos esquemas de corrupção faz com que todos os partidos dominantes estejam golpeados."
O artigo continua afirmando: "a prisão de presidentes e executivos das maiores construtoras e fundos de investimento do Brasil – e maiores financiadores de campanhas do PT e do PSDB – no escândalo da Petrobras tem por trás o modus operandi do capital imperialista para atingir seus interesses. Escândalos como este – mas também outros como as privatizações dos anos 90 ou o esquema atual de sobrefaturamento no sistema metro-ferroviário do estado de São Paulo sob o governo do PSDB – são parte estrutural do mecanismo de domínio e competição entre os distintos setores do capital financeiro, recorrendo inclusive a complexos sistemas de contra-espionagem corporativas para debilitar (remover) certas redes de empresários “amigos” a favor de outras."
Analisando algo que Youssef diz textualmente em delação que citamos neste artigo, Daniel Matos argumenta: "mudam os governos, mudam os partidos, mudam as empresas, fica o assalto permanente aos cofres públicos e aos recursos naturais do país. Esta é uma fonte de instabilidade política que pode fazer mais grave a crise de representatividade atual que cruza o país, já que utiliza o poder judiciário como árbitro, desgastando o conjunto das instituições.”
Esta primeira investigação inédita que conduzimos neste artigo joga luz sobre alguns dos poderosos interesses envolvidos na Lava Jato e ao contrário de teses simplistas focadas unicamente na destituição do PT ou meramente no pré-sal, parecem indicar interesses mais complexos ainda do que os que já havíamos indicado e constam no artigo citado. A Lava Jato além de atacar o PT, além de debilitar a Petrobras, além de facilitar o acesso ao pre-sal, além de tender a abrir o bilionário mercado de contratos de construção civil pesada no país também parece estar voltada a impedir que um banqueiro brasileiro associado a empreiteiras brasileiras desafiasse interesses monopolistas em um mercado altamente cartelizado dos navios-sonda. Um desafio tecnológico que o imperialismo pareceu não aceitar.
A profunda corrupção da Petrobras sob controle do PT e os poderosos interesses privatistas seja os desenvolvidos pelas mãos do próprio governo, dos tucanos, ou os interesses ocultos que parecem mover a Lava Jato, mostram como as vastas riquezas controlada por esta grande empresa brasileira não pode ser presa nem do "mercado" nem dos cargos comissionados e interesses políticos de um regime político corrupto e verdadeiramente democrático só com os poderosos.
É necessário que os trabalhadores controlem as empresas estatais eliminando todos cargos comissionados,divulgando e publicizando a todos cada contrato, cada operação. Sob o escrutínio de toda a população e controle dos operários estas empresas poderão verdadeiramente e não só na demagogia atender os interesses da população brasileira, como saúde, transporte, moradia, educação. A luta por uma Petrobras segura para trabalhar, livre da corrupção e da privatização é parte de uma luta anti-imperialista que também passa por livrar-nos de um regime político cheio de privilegiados, altos salários para deputados, juízes, funcionários políticos, foros especiais e toda uma série de privilégios funcionais à perpetuação da exploração capitalista pelos "donos do Brasil e do mundo" enquanto o povo padece de epidemias como a de Zika e as consequências da crise.