Do Tijolaço
Por Fernando Brito
O sempre atento Nilson Lage nos avisa pelo Facebook: as empreiteiras
estrangeiras já estão tomando o mercado das empresas brasileiras.
Ontem à noite, o insuspeito Lauro Jardim, da Veja, publica uma nota informando que
a Duro Felguera, mineradora e empreiteira de obras espanhola, abocanhou
um “contratinho” de de 6,5 bilhões de reais para a construção de duas
usinas termelétricas – – uma no Rio Grande do Sul e outra em Pernambuco.
O preço é salgadíssimo, embora os empreendimentos sejam de grande
porte, com capacidade de 1,2 MW de potência máxima, já que usinas
termelétricas são plantas industriais relativamente simples e rápidas
de construir – pouco mais que um ano, seis, sete e até oito vezes mais
rápido que uma hidrelétrica – exigem pouca movimentação de terra, muito
menos obras civis e materiais.
Basicamente, uma usina termelétrica a gás é uma turbina como a dos
aviões, acompanhada de estruturas de reaproveitamento do calor (ciclo
compinado) para mais geração e dutos para circulação e resfriamento de
vapor e água. Neste caso, haverá terminais para manejo de gás importado,
liquefeito, por navios e regaseificado. Certamente está aí a diferença
de custos para as que usam gás trazido via dutos.
Mas o mais interessante – ou trágico – é que a razão de ter sido
escolhida uma empreiteira é, segundo Jardim, o fato de que a contratação
da Felguera “é o efeito da Lava-Jato: as empresas estão fugindo de
construtoras que são alvo de investigação da Polícia Federal.”.
Parabéns, Dr. Sérgio Moro.
O senhor é mesmo merecedor do Prêmio Faz Diferença.
Para as empreiteiras estrangeiras, já está fazendo.
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