domingo, 26 de março de 2017

Brasil ocupado

Fernando Rosa, no Facebook

A matéria publicada no jornal Estadão neste sábado não deixa mais qualquer dúvida sobre o caráter insidioso e lesa-Pátria da Operação Lava Jato. “Odebrecht começa a ter operação monitorada”, diz a chamada, seguida da informação de que “profissionais indicados pelo MPF, do Brasil, e DoJ, dos EUA, farão plano de trabalho” – por três anos. O DoJ é o equivalente ao Ministério da Justiça no Brasil e, portanto, se reporta diretamente aos chefes do governo norte-americano.
A Odebrecht Defesa é, ou era, responsável pela construção do submarino nuclear, e sua controlada, a Mecatron, pelos mísseis nacionais. A empresa foi uma das primeiras atingidas pela Operação Lava Jato, com a prisão de seu presidente, condenado a 23 anos, Marcelo Odebrecht, ainda na cadeia. Na sequência, o responsável pelo projeto do submarino nuclear, Almirante Othon, também foi preso e condenado à 43 anos, ou seja, à prisão perpétua.
A agenda que desembocou na situação atual, já estava em andamento em 2015, como já dissemos em artigo anterior. Na época, o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, encontrou-se com Leslie Caldwell, procuradora-adjunta da Divisão Criminal do Departamento de Justiça dos EUA, ex-sócia do escritório Morgan Lewis de Nova York. O escritório é especializado em contenciosos no setor de energia, especialmente nuclear.
Na sequência do encontro, a Operação Lava Jato apontou para a Eletronuclear, deflagrando a “Operação Radioatividade”, com objetivo de investigar suspeitas na área nuclear. Em 2 de abril de 2015, dois meses após a visita de Janot aos EUA, o almirante Othon Luiz Pereira da Silva foi denunciado, preso e condenado a 43 anos de prisão. O Almirante Othon é velho alvo da CIA, desde os anos oitenta, quando a agência manteve um agente, Ray H. Allar, morando no apartamento ao lado do seu, em São Paulo.
Não bastasse isso, o juiz Sergio Moro também autorizou o compartilhamento de delações premiadas de empresários brasileiros com autoridades estrangeiras. Segundo matérias da imprensa, Moro autorizou conversas feitas diretamente com o Departamento de Justiça dos EUA, sem passar pelo Estado brasileiro, como prevê a lei. A situação só veio a público, contra a vontade do juiz, depois de denúncia dos advogados do ex-presidente Lula, durante os depoimentos.
Segundo a matéria do Estadão, “os dois monitores independentes vão analisar o que a empresa está fazendo em termos de compliance e traçar seu plano de trabalho – que será entregue às autoridades no fim de abril”. Diz ainda a matéria que “embora sejam financeiramente bancados pela empresa, os dois monitores são independentes e prestam contas apenas ao Ministério Público e ao DoJ”. Em resumo, o país foi invadido, seu setor de ponta da Defesa Nacional ocupado e, se nada for feito, acabará destruído.
moro-eua

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